domingo, 30 de setembro de 2007

As verdadeiras causas dos acidentes (11)

Expresso
29 de Setembro 2007

Manobras perigosas apanhadas em flagrante


(clique na imagem para ampliar)


A Brisa iniciou neste mês a colocação, em quatro das suas auto-estradas, de um dispositvo que permite detectar, automaticamente, a existência de manobras perigosas. "AVISAR" é o nome do programa, desenvolvido em parceria com o Laboratório de Robótica da Universidade de Coimbra. A concessionária considera o projecto “inovador na Europa”. Os sinais de alerta serão emitidos após as câmaras de vídeo identificarem diversas anomalias

Para já são apenas 10 câmaras - distribuídas pela A2, A3, A6 e A14 - a receberem o dispositivo que permite a detecção de intrusos. Mas se tudo correr bem - no final do ano serão avaliados os resultados -, em 2008 toda rede da Brisa, que tem 550 câmaras, estará abrangido. O Sistema de Segurança e Telemática Rodoviária integra ainda 176 painéis de mensagem variável, 1100 postos SOS, 53 estações meteorológicas, 1100 postos SOS e 226 câmaras de barreira de portagem, entre outros equipamentos.

Da rede Brisa fazem parte as seguintes auto-estradas: A1 (Lisboa/Porto); A2 (AE do Sul); A3 (AE Porto/Valença); A4 (AE Porto/Amarante); A5 (AE de Cascais); A6 (AE Marateca/Caia); A9 (CREL); A10 (AE Arruda/Carregado/IC13); A12 (AE Setúbal/Montijo); A13 (AE Almeirim/Marateca); A14 (AE Figueira da Foz/Coimbra).

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

Que situações são detectadas pelo dispositivo?

Veículos em contra-mão, viaturas em marcha lenta ou paradas, congestionamentos, existência de objectos ou de animais nas vias.

Há alguma possibilidade de o próprio condutor ser alertado?

No futuro, caso o sistema evolua segundo as previsões dos seus responsáveis, para as viaturas que possuam GPS, será possível emitir um alerta para quem circula na zona. Mas é uma solução que só poderá ser viabilizada mediante acordos com marcas de automóveis.

É possível, um dia, haver uma informação por telemóvel?

Está em estudo o envio de sms de alerta, mas apenas para telemóveis equipados com sistema de geo-referenciação (para os veículos em determinada zona). No entanto, este é um cenário longe de estar traçado.

5 comentários:

Anónimo disse...

O número de vítimas mortais nas autoestradas não chegou a 8% do total em 2005, com índices de gravidade relativamente baixos. As autoestradas são o tipo de via onde é mais seguro conduzir, em qualquer parte do mundo e Portugal não é excepção.

Os casos de circulação em contra-mão, apesar de aparatosos e mediáticos, são extremamente raros e provocam uma percentagem ínfima de vitimas mortais por ano. A maior percentagem de acidentes em autoestradas são devido a despistes por excesso de velocidade.

Os radares em Lisboa salvarão mais vidas com menos investimento por vítima.

Jaime Dias

Anónimo disse...

Ora até que enfim o Jaime Dias reconhece que a qualidade das estradas é um factor importante.

A dimensão da rede de auto-estradas, por exemplo, explica em parte os índices de sinistralidade portugueses comparativamente com outros países.

Já agora uma correcção: os despistes em auto-estradas são, na maior parte dos casos, devidos ao adormecimento e às distracções.

E disse...

Concordo com o Jaime Dias. Os radares salvarão mais vidas.

O Jorge Campos não sabe do que fala. Não é só com melhores e mais auto-estradas que se resolve o problema da sinistralidade rodoviária.

Anónimo disse...

Pois é caro Jaime, todos sabemos que é um disparate gastar-se tempo e DINHEIRO no controlo de velocidade apertado nas AE's, porque de facto lá não se passa nada que mereça o esforço, comparando com as outras vias. No entanto, isso não impediu que durante anos e anos, certamente com o seu aplauso, tenha sido precisamente nas AE's que se investiu mais, ou já se esqueceu dos famosos Subarus e BMW's 320d, também alguns Audis, às carradas, equipados com o sistema Pro Vida ou lá como se chama aquilo, que custaram fortunas. Todos eles foram pensados para trabalhar nas AE's, e de facto foi aí que foram usados. Mais giro ainda foi que grande parte destes carros desapareceram porque tiveram acidentes. Então os Subaru Impreza foi uma razia, em 10 carros foram 7 para a sucata, porque os meninos das autoridades que os conduziam punham-se a picar os condutores para provocar situações de multa, e claro, resultou mal.

Quando se investiu nesta vergonhosa caça à multa nas AE's, onde é que você estava? Levantou a voz contra isso, pondo a nú o desperdício de recursos? Ou bateu palmas e com o sorrizinho malandro pensou "hehehehhe já os lichámos, estes aceleras selvagens" como uma criança sarcástica? É que agora é fácil vir mandar bitoques... "ah pois nas AE's não vale a pena"... mas já valeu! Com o apoio de pessoas com a sua mentalidade!

Filipe disse...

Chamem o que quiser, se têm maior ou menor mediatismo... mas, eu cá acho que, quanto mais segurança se sentir na condução em auto estrada, melhor!

Não sei se alguem passou por isso... mas, por experiencia propria, nao ha nada mais confuso que durante uma noite ver uns farois de frente! Certamente que quem passou por tal momento, nunca mais circulará durante a noite na auto estrada sem ter em mente «e se vem agora um gajo de frente?!».
A Brisa, como entidade privada, nao faz mais q a sua obrigação no que toca ao aumento da segurança! Se este tipo de acidentes têm maior ou menor peso, isso nao importa... tenham o peso que tiver, uma morte é sempre uma morte!

Acreditem que assistir em primeira fila a um choque frontal a mais de 120km/h nao é nada, mas mesmo nada agradavel!

O problema é que nao existe investimento na segurança em muitas das estradas sob tutela do estado... não podemos questionar a brisa e este investimento só pq, ha outras vias, outra tipologia de acidentes que ocorrem com maior frequencia! A Brisa aqui faz o q tem q fazer!