quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

E se não morrer do acidente mas morrer da cura ?

Público
30.12.2009



O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) disse à agência Lusa que o novo método de contabilização dos mortos nos hospitais 30 dias após o acidente vai permitir ter “o número real e efectivo da sinistralidade rodoviária”.
“Este sistema [contabilização a 30 dias] é adoptado internacionalmente e para comparar Portugal com outros países é esse que vamos utilizar”, disse Paulo Marque, admitindo que Portugal está atrasado relativamente aos outros países.
“A maioria dos países já conseguiu implementar um conjunto de sistemas que lhes permite ter uma certeza do número real de mortos. Portugal veio um bocadinho atrasado”, sublinhou.
Paulo Marques explicou que o novo método de contagem envolve unidades hospitalares, Ministério Público, forças de segurança e ANSR.
O responsável explicou que em situações de morte resultante de acidentes de viação, as unidades hospitalares comunicam o óbito ao Ministério Público, que, no âmbito da investigação, delega ou informa as forças de segurança. Por sua vez, as forças de segurança fazem o cruzamento com o boletim estatístico de acidente de viação e com a ANSR, que altera os dados de feridos graves para mortos.
A actual contabilização, que só considera vítima mortal quem morre no local do acidente ou durante o percurso para o hospital, vai continuar.
Segundo o presidente da ANSR, o actual modelo vai permitir, ao longo do ano, a monitorização da evolução da sinistralidade.
Actualmente, os dados sobre as vítimas mortais são divulgados semanalmente. Com o novo método haverá um atraso de seis meses. “A ANSR só vai publicar os mortos a 30 dias ao fim de seis meses. Há sempre um atraso relativamente ao acontecimento real”, disse, acrescentando que tal também acontece em outros países.
“Até hoje tem havido uma estimativa. São seguidos um número bastante significativo de casos e são observados aqueles que vêm a falecer no período de 30 dias. É com base nessa estimativa que se aferiu o valor de mais de 14 por cento do que o número de vítimas mortais contabilizado actualmente em Portugal”, explicou.
O presidente da ANSR diz ter esperança de que o valor que vai passar a ser contabilizado correctamente “não seja muito diferente daquele que era estimado”.
Para este novo sistema foi criado um grupo de trabalho que reuniu durante este ano e teve como objectivo estudar e encontrar uma solução para a contabilização real do número de mortos a 30 dias.
Coordenado pela ANSR, o grupo de trabalho foi constituído por Direcção-Geral da Saúde, GNR, PSP, INEM, Administração Central do Sistema de Saúde, Ministério Público, Instituto Nacional de Medicina Legal e Instituto Nacional de Estatística.
A nova contabilização dos mortos em acidentes rodoviários é uma das acções previstas na Estratégia de Segurança Rodoviária 2008-2015, iniciativa que engloba um conjunto de medidas que têm como objectivo colocar Portugal nos dez primeiros países da União Europeia com menor taxa de sinistralidade rodoviária.
A maioria dos países europeus já divulga a taxa de mortalidade nas estradas tendo em conta os feridos graves que morrem no período entre o momento do acidente e os 30 dias subsequentes.

Hospitais “não estão minimamente” preparados"

O especialista em trauma Nelson Olim defendeu hoje que uma contabilização “séria” dos mortos em acidentes de viação só é possível com um registo nacional do trauma e considerou que os hospitais “não estão minimamente” preparados.
Em declarações à agência Lusa, o cirurgião Nelson Olim, da Sociedade Portuguesa do Trauma, disse que “a medida é boa” e era há muito reivindicada. Mas considerou que “neste momento não existam as ferramentas necessárias para pôr isto a funcionar”, salientando que “a ferramenta seria criar um registo nacional do trauma”.
Para o especialista, a contabilização dos mortos vítimas de acidentes rodoviários tem que ser feita de forma “séria” e sem a existência de um registo nacional do trauma é “impossível dar esses números”.
Nelson Olim referiu que a contabilidade até 30 dias “é a mais correcta e a internacionalmente mais aceite”. No entanto, “os hospitais não estão minimamente preparados para dar este número” e a mortalidade a 30 dias, para ser calculada, “obriga a que haja um registo nacional do trauma”, base de dados que regista todos os passos dos doentes traumatizados que entram num hospital.
Além de comparar a mortalidade na sinistralidade, este tipo de registo vai permitir tirar conclusões sobre os parâmetros de qualidade e de assistência nos hospitais.
Também defensor de um plano nacional do trauma, o presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), Manuel João Ramos, manifestou dúvidas relativamente ao novo sistema de contabilização.
“Durante os próximos anos, não vamos ter os números reais dos mortos em acidentes rodoviários, vamos ter apenas uma ilusão do número real, o que é grave”, disse à Lusa.
O presidente da ACA-M adiantou que o novo sistema tem “muitas fugas, indefinição e não permite uma aferição de quantos são os mortos rodoviários a 30 dias”.
“Não basta uma ordem do Governo, tem que haver um acordo entre a classe médica que defina o que vai acontecer”, afirmou, frisando que o novo método “não foi discutido”.
Manuel João Ramos defendeu que têm que ser “dadas instruções claras aos hospitais para que não existam erros no sistema”.
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À medida que o número de mortos por acidente rodoviário se vai tornando socialmente insignificante os fundamentalistas da "prevenção" tomam medidas desesperadas (ainda havemos de ver a contagem dos mortos até dez anos após o acidente).
Atendendo ao facto de os mortos por erro médico nos hospitais serem muito mais (3.000) do que as vítimas de acidente rodoviário (800) como vamos depois saber se a morte foi causada pelo acidente ou pelos erros durante o internamento ?
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Polícias lançam caça à multa


CORREIO DA MANHÃ
28.12.2009

O Estado continua a perder milhões em receitas com a greve às multas dos patrulheiros descontentes com a extinção da Brigada de Trânsito da GNR, mas a pressão exercida sobre as forças de segurança para intensificarem acções de fiscalização começa a dar frutos. A quebra nas receitas em relação a 2008 mantém-se, mas agora em menor escala do que a que estava a verificar-se desde Janeiro. Só em Novembro, apurou o CM, foram recuperados 8,8 milhões de euros.
Segundo o relatório de execução orçamental referente a Novembro, elaborado pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO), as receitas totais com multas do Código da Estrada fizeram entrar este ano para os cofres do Estado qualquer coisa como 65,3 milhões de euros.
No ano passado, nos mesmos 11 meses, já haviam sido cobrados 67,8 milhões de euros. As contas revelam uma quebra de 2,5 milhões euros, mas demonstram que o incentivo à caça à multa e a pressão exercida nos destacamentos de trânsito têm servido para minimizar os efeitos provocados pela reestruturação da GNR. É que, na síntese orçamental referente ao período de Janeiro a Outubro, tinha-se registado uma quebra de 11,3 milhões de euros.
'Agora até dão louvores aos militares que fazem mais multas', explica um ex--patrulheiro da BT, referindo-se ao caso dos guardas da GNR de Portalegre, distinguidos por passarem muitos autos de contra-ordenação. Os valores constantes do relatório da DGO referem-se às multas de trânsito passadas por GNR e PSP.
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sábado, 21 de novembro de 2009

Sem rotundas e sem semáforos

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Assim se prova que as capacidades humanas estão a ser malbaratadas e os recursos públicos desperdiçados em milhares de rotundas e semáforos completamente desnecessários.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

EP quer que a Brisa substitua radares da VCI mas a Brisa não aceita fazê-lo

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Os radares, instalados pela Câmara do Porto entre as pontes da Arrábida e do Freixo em 2002, continuam a fotografar os automóveis que passam a mais de 90 ou a menos de 40 km/hora, mas há quase dois anos que as infracções deixaram de ter consequências para os condutores: ninguém assume a responsabilidade do processamento das multas.

O imbróglio legal - que faz com que os radares funcionem como meros dissuasores desde o final de 2007 - parece não ter ainda solução à vista. Pelo menos, a julgar pelas diferentes versões apresentadas pelas entidades envolvidas.
De um lado, a Estradas de Portugal: "Foram acordadas com a Câmara Municipal do Porto as condições com vista a assegurar a transição entre o equipamento instalado e o sistema a instalar pela concessionária da via, a Auto-Estradas do Douro Litoral, ao abrigo do respectivo contrato de concessão", afirma em comunicado o gabinete de comunicação da Brisa.
A versão da Câmara do Porto não é muito diferente, apesar de esta se colocar fora das negociações e se assumir apenas como parte a ser posteriormente informada do acordo final: "Chegou à câmara, durante a semana passada, um comunicado da Estradas de Portugal, que informava que a concessionária da via ia substituir o equipamento actual, não que ia apenas retirar o sistema", explicou o gabinete de comunicação da autarquia, escusando-se a fazer mais comentários.
A Brisa apresenta uma explicação completamente diferente. Começa por reiterar que "o contrato de concessão não inclui a colocação, operação, manutenção e/ou substituição dos equipamentos de controlo de velocidade instalados na VCI", argumento já usado em Maio, altura em que o não funcionamento dos radares foi tornado público.
A Brisa refere que foi enviada à AEDL uma solicitação no sentido de retirar "um dos quatro radares instalados na VCI", para o colocar em "local e data a fixar pela Câmara do Porto", facto a que a concessionária, "enquanto parceira do Estado, acedeu". Mas o pedido não ficou por aqui: segundo a concessionária, a Câmara do Porto contactou-a posteriormente, com o acordo da EP, questionando-a sobre a possibilidade de esse radar, assim como os restantes, continuarem em funcionamento, "nos moldes actuais, isto é, de forma totalmente alheia à AEDL, mas com o seu consentimento, uma vez que os mesmos se encontram no limite da concessão", acrescenta o gabinete de comunicação da Brisa, em resposta ao PÚBLICO. Para a concessionária, este acordo "não acarreta qualquer ónus ou encargo adicional no âmbito do seu contrato de concessão", e só por isso o aceitou.
Apesar de EP e câmara se mostrarem confiantes numa solução para o caso (a data concreta da suposta substituição dos radares não foi avançada), a Brisa afasta-se da resolução do problema, continuando a ver a VCI como, na prática, a descreveu há 23 meses atrás: uma espécie de terra de ninguém, à espera de um gestor para os quatro radares de velocidade que funcionam apenas como dissuasores.
Só no primeiro semestre de 2007, o último ano em que os radares funcionaram, foram registadas 212 mil infracções na VCI.

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Casos como este mostram a quem estiver atento que a retórica da prevenção rodoviária tem uma fortíssima componente de negociatas. Os conflitos entre empresas revelam-se mais importantes do que as coimas que, segundo dizem os fundamentalistas, são imprescindíveis para domesticar o povo.

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domingo, 1 de novembro de 2009

Luvas nos semáforos

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Um engenheiro da Câmara Municipal do Porto foi hoje suspenso de funções pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto, depois de ontem ter sido detido pela Polícia Judiciária em flagrante delito a pedir mais de 300 mil euros a responsáveis de uma empresa que prometia beneficiar num concurso para a manutenção e instalação de semáforos da cidade.

O funcionário é chefe da divisão de intervenção na via pública e segundo um comunicado da autarquia teria entrado nos quadros técnicos da câmara através de concurso público, há cerca de dois anos.
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Este caso ilustra o que já temos dito várias vezes. A proliferação dos radares pelo país, tal como os semáforos, constitui para alguns uma excelente oportunidade.
Os entusiastas dos radares nem sempre serão desinteressados promotores da segurança rodoviária. Compete-nos a nós impedir os excessos, não de velocidade mas de ganância.
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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Presas 50 pessoas por mês por não pagarem multas

Diário de Notícias
27.10.2009


Observatório da Justiça revela que muitas das pessoas condenadas a multas, sobretudo por crimes rodoviários, como excesso de álcool no sangue, não cumprem o pagamento e acabam presas
Enquanto os grandes processos de fraude fiscal se arrastam nos tribunais, um cidadão que não pague uma multa a que foi condenado pelo tribunal - na maioria dos casos relacionada com infracções rodoviárias, como excesso de álccool no sangue -, na certa, vai para a cadeia. Todos os meses, segundo o Observatório Permanente da Justiça (OPJ) são presas 50 pessoas nesta situação.
São pessoas que não pagam as multas a que foram condenadas, seja por crimes rodoviários ou outros de menor gravidade, como injúrias. Como não pagam - e a crise económica pode explicar o aumento de casos -, a sentença passa a ser o cumprimento dos dias de multa em prisão efectiva, que pode atingir, no máximo, 360 dias. "O sistema de justiça, incluindo o sistema punitivo, parece, assim, agravar a sua tendência para se bipolarizar entre um sistema para ricos e um sistema para pobres", diz o relatório de monitorização à reforma penal de 2007.
O OJP chama a atenção para este aspecto do sistema judicial, uma vez que o mínimo do valor que pode ser aplicado à multa diária subiu de um para cinco euros (o máximo diário é 500 euros). Segundo depoimentos recolhidos pelo Observatório, a medida "não atende às reais condições socioeconómicas de muitos dos condenados nesta pena, podendo potenciar o crescimento de penas de prisão efectivas de curta duração". O que já se verifica: 30% dos reclusos das cadeias portuguesas estão a cumprir pequenas penas, sobretudo ligados a crimes rodoviários.
Quanto ao resto da população prisional, o relatório confirma uma percepção comum: é nos crimes contra a propriedade que a pena de prisão efectiva é mais aplicada.
"A principal diferença a registar é que, enquanto que no período antes da reforma o tipo de crime que se seguia era o respeitante a estupefacientes e substâncias psicotrópicas, no período pós reforma o segundo tipo de crime a que a pena de prisão efectiva é mais aplicada é os crimes contra as seguranças nas comunicações, com um aumento de condenações, em média mensal de 39 para 53", lê-se no documento. Para os investigadores, o "elevado número de reclusos em estabelecimento prisional para cumprir pena de prisão efectiva por crimes rodoviários faz aumentar, contra os objectivos da lei, a aplicação de penas de prisão de curta duração".
No que diz respeito à aplicação de penas, o observatório detectou ainda uma "perversidade" que tem ocorrido no sistema. Trata-se de um aumento do número de condenações por cinco anos e alguns meses. Onde está o problema? Segundo a lei, um juiz ao decretar uma pena até cinco anos, tem que fundamentar por que razão não a suspende. "Foi-nos referido uma prática de condenações em penas de prisão de 5 anos e poucos meses, em que os poucos meses apenas teriam como objectivo evitar a fundamentação pela não suspensão da execução da pena de prisão". O documento termina com recomendações ao poder legislativo e com certeza de ter encontrado "vários casos emblemáticos de resistência" à mudança.
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mais de 600 pessoas morreram em acidentes na estrada desde início do ano

IOnline
23.10.2008


Mais de 600 pessoas morreram nas estradas portuguesas desde o início do ano, número idêntico a igual período de 2008, segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Dados disponíveis na página da Internet da ANSR indicam que entre 1 de Janeiro e 21 de Outubro morreram 603 portugueses em acidentes rodoviários, menos um morto que em igual período do ano passado, quando faleceram 604.
De acordo com a ANPC, os feridos graves também desceram ligeiramente. Desde o início do ano registaram-se 2051 feridos graves, enquanto no mesmo período de 2008 ficaram gravemente feridas 2057 pessoas.
Por sua vez, entre 1 de Janeiro e 21 de Outubro 33822 pessoas ficaram ligeiramente feridas nas estradas portuguesas, o que significa um aumento de 1047 face ao mesmo período do ano passado, segundo os dados da ANPC.
Santarém foi o distrito que registou maior número de mortos (62), seguido do Porto (60) e de Lisboa (59).
Os distritos com menos vítimas mortais nas estradas portuguesas são Vila Real e Portalegre, com nove mortos.
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Nos hospitais, por erro ou por incúria, morreram mais do que na estrada.
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domingo, 18 de outubro de 2009

Por hora morrem quatro portugueses com enfarte ou AVC

Diário de Notícias
18.10.2009




A cada 60 minutos, morrem quatro pessoas com uma doença cardiovascular em Portugal. O cancro é a segunda maior causa de morte no País, matando três portugueses por hora. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), agora revelados, referem que morreram 104 mil pessoas em 2008 e consolidam a tendência que se vem sentido nos últimos anos: os mortos por cancro estão a crescer e os enfartes e os acidentes vasculares cerebrais (AVC) a diminuir.
As dramáticas estatísticas não surpreendem os especialistas. Rui Ferreira, coordenador das doenças cardiovasculares, afirmou ao DN que os números são ainda elevadíssimos mas espelham uma "redução progressiva da mortalidade" associada ao aparelho circulatório. "Se agora temos 33 mil mortes, em 2005 tínhamos mais de 36 mil." Recuando a 2002 e 2003, a contabilidade era ainda mais negra: cerca de 40 mil óbitos anuais. Ou seja, 109 por dia, entre quatro a cinco por hora. Há mais mulheres do que homens a morrer de doença do aparelho circulatória. No cancro, a proporção é inversa.
Se o cancro e as doenças cardiovasculares mataram mais de metade dos portugueses, as patologias respiratórias surgiram logo depois, com 11 mil mortes, seguindo-se as do aparelho digestivo (4500) e as diabetes com 429 vítimas. Acidentes, envenenamentos e violências estiveram na origem da morte de outras 4500.
O facto de as doenças cardiovasculares surgirem como a principal causa de morte era expectável, diz Rui Ferreira, uma vez que assim tem sido no passado. A falta de actividade física regular, a má alimentação e o tabaco são os principais factores de risco.
Uma caminhada diária poderia evitar que 50 mil portugueses desenvolvessem uma doença destas. Nem seria necessária a prática intensiva de desporto, mas apenas uma actividade física regular, que pode ser lavar o carro ou até ir às compras. "Algo muito difícil de cumprir nos meios urbanos", reconhece Rui Ferreira, sublinhando que estes são os problemas dos países ocidentais.
O surgimento de melhores terapêuticas para o colesterol e de novas formas de tratar os acidentes vasculares cerebrais e os enfartes ajudam a explicar a tendência de redução da mortalidade associada a estas doenças, explica Rui Ferreira. Mas também a melhor prevenção que advém de uma maior informação e sensibilização da população, que tende a alimentar-se melhor, a preocupar-se mais com a saúde e a fumar menos.
"Há um melhor controlo da hipertensão arterial. E as campanhas antitabágicas também são responsáveis por esta evolução."
Além de a mortalidade tender a diminuir, acrescenta o especialista, atrasa-se também o surgimento destes problemas. "Com o aumento da esperança de vida, estas situações surgem mais tarde. O que também é significativo, pois uma coisa é ter um AVC aos 50 anos, e outra aos 80". Até em termos sociais e económicos.
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Muitos deles estarão ao volante e depois a causa do acidente é contabilizada como excesso de velocidade
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Adormecer ao volante é principal causa de morte

Diário de Notícias
30 de Agosto 2009




Não há campanhas de sensibilização mas "conduzir com privação de sono e alcoolizado é levar uma bomba no carro".
Apesar de os especialistas afirmarem que adormecer ao volante é a principal causa de morte nas estradas portuguesas, a verdade é que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) não tem nenhuma campanha de sensibilização específica sobre o assunto. Em Portugal também não existem números porque geralmente estes acidentes são registados como tendo origem noutras causas.
"Quem faz o registo é a GNR, a primeira a chegar ao local, e os guardas não podem, com segurança, afirmar que essa é a origem do acidente", afirmou ao DN José Miguel Trigoso, presidente da ANSR. Esta entidade reconhece que este é um problema grave, que está na origem de muitos sinistros. José Miguel Trigoso refere que em Portugal não há estudos sobre o assunto e a ANSR guia-se pelos números verificados em outros países, não sendo a realidade nacional muito diferente. Na rede de estradas europeias estima-se que 30% dos acidentes se devem à fadiga e ao cansaço.
Teresa Paiva, neurologista que dirige o Laboratório do Sono no Hospital de Santa Maria, diz que todos os estudos que conhece apontam para que o adormecer ao volante seja a principal causa de morte nas estradas. "Então se se associar a privação de sono ao consumo de álcool ou de substâncias medicamentosas é como levar uma bomba dentro do carro", afirmou ao DN. Teresa Paiva diz que "mais de 20% dos condutores sem doenças do sono já afirmam ter adormecido ao volante".
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Entretanto continua a previlegiar-se o combate à velocidade excessiva e os pesados investimentos em radares. Para além do adormecimento ao volante também as doenças súbitas com perda de consciência mereciam uma atenção maior enquanto causas dos acidentes.

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sábado, 1 de agosto de 2009

GNR aposta no Twitter e em SMS para reduzir mortes

Diário de Notícias
01.08.2009

Com o início do mês de Agosto, milhares de carros vão circular nas estradas nacionais. A GNR quer reduzir a sinistralidade rodovária e socorre-se das novas tecnologias - como as SMS e o Twitter - para fazer chegar a mensagem ao maior número de pessoas. Previsão de 89 mortos na estrada durante este mês é base do texto que desde ontem está a circular.

Com o início do mês de Agosto e de um dos mais importantes períodos de férias, com o consequente aumento do tráfego rodoviário, a GNR iniciou uma original campanha sensibilização dos automobilistas. Com o recurso às novas tecnologias, os militares da Guarda começaram a enviar, dos seus telemóveis, mensagens escritas onde dão a conhecer as projecções de mortes e feridos graves resultantes de acidentes nas estradas no mês de Agosto. Campanha, informal, que se estende às redes sociais, nomeadamente ao Twitter, para conseguir captar a atenção dos condutores mais jovens.

A mensagem que está a ser enviada pelos militares da GNR procura ser esclarecedora: "Estima-se que em Agosto venham a morrer 89 pessoas nas estradas portuguesas e entre 236 e 292 ficarão gravemente feridas. Não deixe a sua família fazer parte destes números. Conduza com segurança. www.gnr.pt", lê-se na mensagem escrita e nos textos enviados através do Twitter, na conta http://twitter.com/GN Republicana.

Para o porta-voz da GNR, tenente-coronel Pedro Costa Lima, embora as campanhas de sensibilização rodoviária sejam da responsabilidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) - "e estamos totalmente solidários com elas", frisa - "fruto dos muitos anos de experiência, a GNR sabe que há meses mais complicados". Por isso, fez "um levantamento dos dados dos últimos quatro anos, no sentido de obter uma previsão média do número de mortos e feridos graves que podem ocorrer nas estradas portuguesas em Agosto". O objectivo é claro: reduzir a sinistralidade rodoviária.

As conclusões começaram ontem a circular nos telemóveis e através do Twitter. "É uma divulgação sem custos para a GNR e que procura alcançar o maior número de pessoas", explica Costa Lima, que não esconde que a aposta nas redes sociais "procura sensibilizar os condutores mais jovens e mais atentos às novas tecnologias". O custo das mensagens é suportado pelos militares da GNR, mas "se alguma operadora quiser aproveitar as mensagens para as divulgar seria óptimo".

Os cálculos foram feitos com base nos dados referentes aos meses de Agosto de 2005 a 2009, explica o major Pereira Leal, da GNR, autor do estudo comparativo. "Fiz um cálculo da média de acidentes, vítimas mortais e feridos graves dos últimos quatro anos e um cálculo da variação anual", explica. Pegando nesses valores, o major Pereira Leal recorda que "estes dados são naturalmente estimativas e dependem de muitos factores, nomeadamente da relação entre o condutor e o veículo e da relação entre os diversos condutores".

A estatística oficial das mortes nas estradas em Portugal não contempla os feridos graves que acabam por morrer nos hospitais - a chamada contagem a 30 dias. Só é considera vítima mortal na sequência de acidente de viação quem morre no local do acidente ou no percurso para o hospital. O que será em breve alterado. É que segundo anunciou recentemente a ANSR, o modelo de contabilização dos mortos até 30 dias após os acidentes de viação, deverá começar a ser aplicado a 1 de Janeiro de 2010

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Uma medida folclórica, muito "moderna", que pode ter efeitos nefastos.
Como vimos no post anteriror a distracção provocada pelos telemóveis é uma das principais causas de acidentes. Preparemo-nos portanto para o aumento das vítimas que têm acidentes por receber um SMS da GNR.
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

SMS grandes responsáveis por acidentes de automóvel

Diário de Notícias
30.01.2009





Escrever um SMS a conduzir aumenta 23 vezes o risco de acidente, revela um relatório publicado nos Estados Unidos. Por cá, os últimos estudos da GNR concluem que 42% dos desastres dão-se por distracção, também por causa do telemóvel

A distracção dos condutores, propositada ou não, é responsável por 42% dos acidentes nas estradas portuguesas, de acordo com o último estudo da Guarda Nacional Republicana. E um dos principais motivos que levam os condutores a retirar os olhos da estrada é o telemóvel, diz o major Henrique Armindo, porta-voz daquela entidade. "Ou porque o telemóvel toca e a pessoa olha para o lado, ou porque o procura na carteira ou ainda porque envia um SMS, ou está a falar ao telefone", afirma.

Esta semana, um estudos publicado nos Estados Unidos revela que escrever uma mensagem no telemóvel a conduzir é mais perigoso do que atender o telefone e multiplica por 23 vezes o risco de acidente. Isto porque para a escrever e enviar o condutor tem de desviar os olhos da estrada por um período que pode ir até seis segundos, sublinha o inquérito, realizado pelo Virginia Tech Transportation Institute (VTTI). Aquele tempo equivale a percorrer o comprimento de um terreno de futebol (uma centena de metros) a cerca de 90 km/h, sem olhar para a estrada, realça o estudo.

Por cá, o contacto dos militares da GNR no terreno com os condutores que têm os acidentes permite perceber que "a chamada de uma criança no banco de trás ou o tentar apanhar um objecto que cai no chão são outras das razões que estão na origem de muitos dos desastres de automóvel", adianta ainda o oficial.

De acordo com o instituto norte-americano responsável pelo estudo agora publicado, as tarefas que obrigam o motorista a baixar os olhos são as que apresentam o maior risco de acidente. Apesar de tudo, considera que "discutir ao telefone permite aos motoristas manter os olhos na estrada e não representa um risco tão grande".

Já o escrever um número de telefone, uma acção que também implica baixar os olhos, aumenta o risco de acidente 2,8 vezes, para os veículos ligeiros. Procurar um objecto no automóvel coloca igualmente em perigo o motorista, num risco 1,4 vezes maior. Estes resultados são diferentes para os veículos pesados: o risco enquanto se escreve um número é 5,9 vezes maior. E enquanto procura um objecto é 6,7 maior. Mas é sensivelmente idêntico quando se trata de escrever uma SMS (23,2). Assim, o documento apela à proibição de escrever SMS ao volante.

De acordo com o New York Times, este é já o caso em 14 dos 50 Estados norte-americanos. Para realizar o inquérito, o VTTI utilizou aparelhos que permitem observar o comportamento de motoristas no equivalente a dez milhões de quilómetros de estrada. O oficial Henrique Armindo diz que este como outro estudos são bem-vindos para se poderem tomar mais medidas de prevenção.

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Temos neste blog falado repetidamente sobre a importância do factor distracção na ocorrência dos acidentes de viação. Mas as autoridades continuam, como se vê pela Estratégia Nacional para a Segurança Rodoviária, a dedicar uma atenção quase exclusiva à questão da velocidade.
Ainda recentemente foi anunciada a disseminação de centenas de radares pelo país, num esbanjamento de recursos que passa ao lado das verdadeiras causas dos acidentes.
Continuaremos a bater-nos por uma mudança profunda na procura de soluções para a prevenção rodoviária.
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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cuidado: Vai haver 300 radares fixos nas estradas em 2011

Jornal I
29.07.2009




A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) vai abrir um concurso internacional ainda este ano para a instalação de um sistema de radares que deve ficar pronto em 2011. Está prevista a instalação de 300 caixas de radar sobretudo em itinerários principais (IP) e estradas nacionais, das quais apenas 100 vão ter (aleatoriamente) um radar instalado. Este sistema resulta em parte dos critérios definidos num estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), recentemente entregue.

O estudo, entre outras abordagens, incidiu sobre os critérios que conjugaram variáveis como a relação entre a velocidade e o número de acidentes em determinadas zonas. A opção por IP tem a ver, segundo o presidente da ANSR, Paulo Marques, com o facto de as auto-estradas serem mais seguras.

A GNR confirmou ao i não possuir nenhum radar fixo em todo o país - a não ser que se contem aqueles que estão fixos por um período limitado, os radares montados pela GNR num determinado local ou automóveis que no interior têm um radar. No entanto, em ambos os casos, são retirados no final das operações.

Para já, o único radar fixo nas estradas portuguesas é operado pela ANSR e está instalado na A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, numa curva de 240 graus, conhecida por "bossa do camelo", na zona do Caçador em Viseu. Isto para além dos municipais no Porto e em Lisboa.

A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, recentemente publicada em Diário da República, prevê outras medidas de controlo da velocidade. Uma delas é a obrigatoriedade de passar a ser elaborado todos os anos um plano nacional de fiscalização com estratégias em três vertentes - velocidade, consumo de álcool ou drogas e sistemas de retenção (cinto e cadeiras infantis).

Todos os anos circulam na internet informações sobre radares, locais de operações stop conhecidos, automóveis utilizados pelas forças de segurança, matrículas e modelos e até cilindrada e potência das supostas viaturas da GNR, e outras informações, mas a maioria delas não corresponde à verdade. Por exemplo, num desses textos que circulam por correio electrónico, uma das matrículas atribuída a um carro descaracterizado da GNR veio a revelar-se a matrícula de um automóvel particular de um oficial da corporação. A GNR adiantou que apenas algumas informações são verdadeiras. No entanto, não têm nada contra a proliferação desta informação na rede, sobretudo se ela servir para prevenção ou inspirar cuidados especiais.

Paulo Flor, porta-voz da PSP, explicou ao i que "estão a ser preparadas várias operações [de trânsito] para o Verão", mas que "neste momento" não é conveniente "divulgar pormenores". Já a GNR não quis adiantar quais as estratégias que vai usar para solucionar os problemas do tráfego no período estival.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Radares lisboetas registaram 446 mil infracções desde há dois anos

Agência Lusa
16 de Julho de 2009


Os radares fixos de controlo de velocidade em Lisboa, em funcionamento há precisamente dois anos, registaram desde Julho de 2007 mais de 446 mil infracções, revelam números da Polícia Municipal a que a agência Lusa teve acesso.

Fonte do Comando da Polícia Municipal (PM) de Lisboa adiantou à Lusa que as infracções ao limite de velocidade detectadas têm vindo a diminuir substancialmente desde a entrada em funcionamento do sistema, composto por 21 radares espalhados pela capital.

Na análise do Comandante da Polícia Municipal, subintendente André Gomes, esta diminuição justifica-se com o facto de "os automobilistas terem tomado consciência da necessidade de circular mais devagar" dentro da cidade.

De acordo com os números da PM, nos dois anos de funcionamento, que hoje se assinalam, foram registadas 446.529 infracções, das quais 261.770 no último semestre de 2007 (Julho a Dezembro), 129.678 ao longo de 2008 e 55.081 no primeiro semestre deste ano.

Nos primeiros seis meses de funcionamento, o maior número de infracções foi na categoria de "leves" (209.015 infracções), ao contrário de todo o ano de 2008 e primeiro semestre de 2009, onde as "graves" tiveram maior pendor, respectivamente com 93.693 registos e 42.080.

São consideradas infracções "leves" quando o condutor excede até 20 quilómetros o limite estabelecido, "graves" quando é excedido entre 20 e 40 quilómetros e "muito graves"quando ultrapassam os 40 quilómetros. A partir da classificação de grave, o condutor incorre numa pena acessória aplicada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Comparativamente ao primeiro semestre de 2008, este ano decresceu a quantidade de excessos de velocidade, de 80.412 para 55.081.

Segundo os dados da Polícia Municipal não há um padrão definido entre os radares que registaram mais infracções.

Este ano, o aparelho instalado à saída do Túnel do Campo Grande foi o que registou mais excessos de velocidade (6.206), seguido do da Avenida Gago Coutinho, junto à Rotunda do Relógio (5.702) e do da Segunda Circular, próximo da Avenida Cidade do Porto (4.007).

Em 2007, foi o radar do Túnel do Marquês, sentido Oeste/Este, que registou mais excessos de velocidade (60860), seguido do da Avenida da Índia (37.696) e do da Avenida Marechal Gomes da Costa (17.788).

Em 2008, o radar que detectou mais infracções (29.648) foi o da Avenida Infante Dom Henrique, seguido do da saída do Túnel do Campo Grande (14.305) e da Avenida de Brasília (12.435).

Os 21 radares da capital começaram a funcionar a 16 de Julho de 2007, com algumas alterações posteriores ao limite de velocidade, como foi o caso da Avenida Infante D. Henrique, onde devido a uma petição pública o limite de 50 quilómetros foi alterado para 80.

Os radares estão instalados nas Avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília, de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho e nos Túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal e da Avenida João XXI - onde o limite de velocidade é de 50 quilómetros/hora - e ainda na Radial de Benfica, na Segunda Circular e no prolongamento da Estados Unidos da América, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.

As coimas variam entre os 60 e os 2.500 euros. O produto das multas reverte em 55 por cento para a Câmara Municipal de Lisboa, 10 por cento para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e os restantes 35 por cento para o Estado.

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O que ninguém explica, porque não se sabe, é quantos acidentes foram evitados com toda esta despesa e incómodo. Só sabemos realmente que a velocidade diminuiu nos 21 locais onde há radares.
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Um milhão para apoiar prevenção rodoviária

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Perto de um milhão de euros foi quanto o Ministério da Administração Interna gastou com as três campanhas vencedoras do Concurso da Segurança Rodoviária 2008/2009. Os projectos vencedores foram: "Condutor Designado 100% Cool", da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas; "Projecto de PSR - Jovens dos 18 aos 24 anos", da Prevenção Rodoviária Portuguesa; e "Condutor Sénior", da Associação Zona Segura, que receberam, respectivamente, 254 980 euros, 494 mil euros e 219 570 euros. "Trata-se de uma manifestação clara e muito oportuna de responsabilidade social", considerou, em declarações à Lusa, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira (na foto), que presidiu à cerimónia de apresentação dos resultados.
DN 14.07.2009
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A militância pela segurança rodoviária está longe de ser desinteressada.
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terça-feira, 14 de julho de 2009

António Costa acusado de ter esquecido mudança de localização dos radares

TSF
13.07.2009

A Comissão de Acompanhamento dos Radares em Lisboa propôs há 18 meses a mudança de localização de alguns radares em Lisboa, mas António Costa, o presidente da autarquia, é acusado de ter esquecido esse relatório na gaveta.

Jornalista Cristina Lai Men ouviu Carlos Barbosa, do ACP, que fala em incompetência e Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Automobilizados, a lamentar o tempo perdido (ouvir aqui)

Quase um ano depois, nada mudou. A Comissão de Acompanhamento dos Radares em Lisboa propôs no inicio de 2008, a mudança de localização de alguns dos 21 radares espalhados pela capital.
A proposta incluia por exemplo, a instalação de 4 radares na 2ª circular, também na Avenida Infante D.Henrique e na Alfredo Bensaúde.
O certo é que um ano e quase seis meses depois está tudo na mesma, refere Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados. Tempo perdido, diz a ACAM.
«Não ficou resolvido o problema da segunda circular que continua a precisar de obras e os radares continuam por relocalizar. Nada mudou, foram dois anos perdidos», defende.
Pelo Automóvel Clube de Portugal Carlos Barbosa fala em incompetência do presidente da Câmara de Lisboa.
«Estamos fartos de perguntar o que se passa, este relatório já devia ter sido implementado há uma série de meses e está na gaveta única e exclusivamente do senhor António Costa que continua sem saber o que é mobilidade na cidade de Lisboa», acusa Carlos Barbosa.
No ano passado, os 21 radares de Lisboa detectaram quase 130 mil infracções. A Avenida Infante D. Henrique foi o local onde mais condutores foram apanhados em excesso de velocidade.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, contactado pela TSF, preferiu não fazer qualquer comentário às críticas. .

terça-feira, 7 de julho de 2009

Número de mortos na estrada desce 5,5%

Correio da Manhã
06.07.2009

O número de mortos em acidentes rodoviários diminuiu 5,5 por cento no primeiro semestre deste ano face ao período homólogo de 2008, afirmou esta segunda-feira o ministro da Administração Interna.
Rui Pereira revelou que o número de feridos graves também sofreu um decréscimo nos primeiros seis meses do ano, menos 2,5 por cento relativamente ao mesmo período de 2008.
Segundo o ministro, “a tendência de diminuição do número de mortes mantém-se este ano”, encontrando-se Portugal “prestes a alcançar o objectivo traçado pela União Europeia até 2010”, que consiste em baixar para metade o número de mortos nas estradas.
Em 2008 morreram 776 pessoas em acidentes rodoviários, 2606 ficaram feridas com gravidade e registaram-se 41.327 feridos ligeiros, o que mesmo assim contribuiu para a redução em 47 por cento do número de vítimas nas estradas entre 2001 e 2008.
De acordo com o governante, o segredo para o “sucesso” português consiste na melhoria das vias rodoviárias e da segurança dos automóveis, bem como o aumento da fiscalização por parte das forças de segurança.
O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, (ANSR), Paulo Marques, lembrou que, em 2008, Portugal encontrava-se seis por cento acima da média europeia relativamente ao número de mortes nas estradas, e sublinhou a necessidade de “reduzir mais a taxa de sinistralidade”.
Algumas das medidas que vão ser tomadas até 2015 no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária consistem na instalação de uma rede nacional de radares, no aumento do regime sancionatório e na introdução de novos sinais, como o de proibição de conduzir a mais de 30 quilómetros/hora em algumas ruas das cidades.
Outros objectivos da estratégia pretendem alargar a aprendizagem sobre segurança rodoviária às escolas, aumentar a fiscalização ao álcool, droga e velocidade, melhorar a assistência à vítima, fazer uma gestão dos locais com elevada concentração de acidentes e divulgar os indicadores de riscos das estradas e dos túneis rodoviários.

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Em face dos excelentes resultados já obtidos (sem radares), cujas razões o ministro parece compreender, a criação de uma "rede nacional de radares" parece ser um investimento desnecessário, cuja manutenção e gestão se revelarão um fardo muito pesado por muitos anos.
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Segurança Rodoviária: Estratégia Nacional até 2015 publicada hoje em Diário da República




Lisboa, 26 Jun (Lusa) - O Diário da República publica hoje a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária (ENSR) 2008-2015 (VER AQUI), aprovada em Conselho de Ministros, que visa colocar Portugal entre os 10 países da União Europeia com mais baixa sinistralidade rodoviária.
"A ENSR tem um objectivo qualitativo: Colocar Portugal entre os 10 países da União Europeia com mais baixa sinistralidade rodoviária, medida em mortos a 30 dias por milhão de habitantes", lê-se na Resolução do Conselho de Ministros publicada hoje.
Por necessidade de avaliação e monitorização das acções previstas, a calendarização da estratégia está dividida em dois períodos: 2008-2011 e 2012-2015.
O objectivo é colocar, até 2011, a sinistralidade rodoviária portuguesa em 78 mortos por milhão de habitantes, equivalente a uma redução de 14,3 por cento, com base em dados de 2006.
E, numa segunda fase, reduzir a sinistralidade para 62 mortos por milhão de habitantes até 2015, correspondendo a uma redução de 31,9 por cento, com base em dados de 2006.
A ENSR engloba objectivos operacionais, nomeadamente o desenvolvimento de uma cultura de educação para a segurança rodoviária e objectivos estratégicos para condutores de veículos de duas rodas, condutores de veículos ligeiros e peões.
A sinistralidade dentro das localidades, a condução sob o efeito de álcool e substâncias psicotrópicas, velocidade, dispositivos de segurança, socorro às vítimas, infra-estruturas e veículos são outros objectivos.
SB.
Lusa/fim

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Em 2015 Portugal será provavelmente um dos países mais pobres e atrasasdos da Europa mas estará entre os 10 países da União Europeia com mais baixa sinistralidade rodoviária.
Acham que isto faz sentido ?


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terça-feira, 23 de junho de 2009

Portugal reduz em 47% mortes nas estradas

Jornal de Notícias
23.06.2009


Portugal é terceiro entre os países da União Europeia que mais reduziram o número de mortes na estrada e pode mesmo cumprir os objectivos comunitários traçados para 2010. Lisboa reportou a Bruxelas um total de 885 mortes em 2008.
Portugal conseguiu mesmo a maior redução relativa de mortalidade de crianças até 14 anos nas estradas - 15% -, enquanto países como França, Bélgica ou Suíça só cortaram tal referência em 10%. A média comunitária ficou nos 7%.
Desde 2001 Portugal diminuiu em 47% o número de vítimas mortais em acidentes rodoviários. Mais, só mesmo o Luxemburgo, com 49%, e a França, com 48%. Se os três países, bem como a Espanha, a Bélgica e a Letónia, mantiverem o sentido decrescente da sinistralidade, poderão "cortar em metade o número de mortes até 2010", lê-se no relatório do Conselho Europeu de Segurança Automóvel (ETSC), ontem divulgado em Bruxelas.
O mesmo documento diz que em 2008 morreram 79 pessoas em acidentes rodoviários por cada milhão de habitantes da UE. Em 2001 perderam a vida 113 pessoas, o ano que a UE assumiu como base de cálculo do corte para metade dos valores da sinistralidade automóvel.
A meta está, no entanto, longe de ser atingida. Em 2001 perderam a vida 54 400 pessoas e Bruxelas pretendia chegar a 2010 com um valor não superior a 25 000 mortes anuais. Em 2008, os acidentes nas estradas da UE mataram cerca de 39 mil pessoas, menos 8,5 % do que no ano anterior. Em termos comunitários representa uma redução de 28% em relação a 2001. O relatório assinala que para atingir o objectivo traçado para 2010 seria necessária uma redução anual ao ritmo dos 7,4%, uma taxa superior aos 4,4% registados de facto.
As estradas da Suécia, Holanda, Reino Unido, Malta e Suíça são consideradas as mais seguras da Europa, com números abaixo das 50 mortes por milhão de habitantes.
O ETSC analisa possíveis medidas que ajudam na redução de mortes na estrada. Numa avaliação até cinco estrelas para níveis de segurança dos passageiros, Portugal, Noruega e Suécia são os países onde, em 2008, se venderam mais veículos não comerciais classificados com quatro ou cinco estrelas.
O ETSC diz que a crise económica e os preços elevados do petróleo, registados no início do ano, também ajudaram, indirectamente, a diminuir os acidentes.
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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Uma espécie de cidade

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Referindo ao presidente do ACP, o autarca de Lisboa acusou Carlos Barbosa de ser o presidente do 'partido dos automóveis', enquanto 'nós estamos aqui para representar pessoas'.
(afirmações de António Costa a propósito do diferendo com o ACP relativamente às obras no Terreiro do Paço) CM, 16.06.2009
Mesmo admitindo que possam ser fruto de um acesso de irritação estas afirmações são extremamente preocupantes pelo que revelam sobre a atitude do Presidente da Câmara de Lisboa relativamente aos cidadãos que se deslocam em automóvel. Para ele parece que os ocupantes dos veículos não chegam sequer a ser pessoas.
Se ele contrapõe o "partido dos automóveis", que presumo devem ter usurpado o poder dos seus proprietários e condutores, à "representação das pessoas", pode concluir-se que as verdadeiras pessoas são as que estão fora dos automóveis.
Este tipo de slogans, de um primarismo indigente, é mais próprio de fanáticos e catastrofistas que de responsáveis políticos. Mas no melhor pano cai a nódoa.
A Baixa de Lisboa, entretanto, está realmente um caos. Ontem calhei passar por lá e estava a ver que não conseguia sair. Só depois de consultar um polícia de trânsito consegui perceber como sair na direcção de Santa Apolónia, mas isso só foi possível desrespeitando uma proibição de virar à direita.
Estamos entregues a "teóricos" cuja principal especialização é odiar os automobilistas.
O seu ideal de cidade é "uma espécie de campo" mas, inconscientes da contradição, no campo constroem urbanizações para o campo ser "uma espécie de cidade".
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Fundamentalismo alastra

IOL Diário
08.06.2009



Os ciclistas Bournemouth, no Reino Unido, vão ter que ter mais cuidado este Verão. Tudo porque os polícias não vão perdoar quem exceda a velocidade de 16 quilómetros por hora. A medida está a causa polémica e, de acordo com o jornal «Daily Mail», a população acusa as autoridades de gastar o dinheiro dos contribuintes em câmaras e agentes.
O mesmo jornal refere que dois agentes vão estar em alerta caso os ciclistas ultrapassem os 16 quilómetros por hora que são medidos com câmaras móveis de controlo de velocidade. Um dos agentes regista a velocidade e o outro, que vai estar a cerca de 219 metros de distância, manda parar o ciclista.
Apesar da polémica, os ciclistas abordados não levam qualquer multa porque não têm velocímetro e são apenas alertados para as consequências de andar com velocidade a mais.

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O fundamentalismo centrado no combate à velocidade alastra como uma epidemia. Como diz um amigo meu ainda havemos de ver multar os peões por excesso de velocidade ou por terem as solas "carecas" (como alguns se recordarão isto foi usado há anos num programa do tipo "apanhados tal e qual" com enorme sucesso- as anedotas tendem a corverter-se em realidade).
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sexta-feira, 5 de junho de 2009

3000 pessoas aderiram aos sms de alerta de radares

Diário de Notícias
31.05.2009

A Autoridade de Segurança Rodoviária pediu ao MP e às polícias para tomarem medidas em relação à empresa que promove o serviço por suspeita de ilegalidade, mas o director da Radar 4554 garante que a lei não é infringida.
O serviço consiste em informar, através de mensagens no telemóvel, a localização de radares de controlo de velocidade e operações stop de controlo de álcool. Numa semana, segundo o director da empresa, Paulo Almeida, "já aderiram mais de 3000 pessoas". As dúvidas sobre a legalidade do sistema levaram o Ministério da Administração Interna (MAI) a pedir ao Ministério Público (MP) e às Forças de Segurança, que "definissem medidas que considerem necessárias".
Para já, ninguém avança com inquéritos-crime. A PSP e a GNR confirmaram ao DN que estão "atentas" ao caso. Até agora, nenhuma destas forças de segurança detectou actividade que configure a prática de um crime. Buscas à sede da empresa ou apreensão de material não se colocam até porque, como explicou o director da Radar 4554, "a central de recepção e envio das mensagens está fora do País" .
Para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) as possíveis ilegalidades resumem-se a infracções ao Código da Estrada (ver caixa). Neste caso, serão os condutores penalizados: se estiverem a utilizar o telemóvel para ler ou enviar mensagens escritas ou por utilizar equipamento que detecta "a presença" de " instrumentos" para detecção das infracções". Esta última contra-ordenação poderia aplicar-se também à empresa, contudo, o seu director, Paulo Almeida, garantiu ao DN que "não é utilizado qualquer equipamento ilícito para localizar os radares e enviar a sua localização para os subscritores dos polícias".
De acordo com este responsável, "a informação é dada pelos próprios assinantes do serviço, os quais, quando vão na estrada e se apercebem da presença de radares ou operações stop, enviam uma mensagem para a central, a qual, por sua vez, após confirmar que a fonte é fidedigna, a reencaminha para os assinantes da zona em causa".
Da parte das polícias existe a preocupação de que este tipo de serviço possa ser utilizado por organizações criminosas para "escaparem aos controlos, por exemplo, de armas ou material roubado, que muitas vezes são detectados em operações stop. Estas não servem apenas para fazer fiscalização de álcool, muitas vezes fazem parte de operações montadas para despistagem de criminalidade grave", explicou fonte oficial.
Paulo Almeida não acredita que "os grandes criminosos precisem deste sistema para saber onde estão as operações stop da polícia". Acrescenta que o objectivo da prestação do seu serviço "é apenas contribuir para a prevenção rodoviária, informando as pessoas onde estão os radares para que abrandem a velocidade" e frisa que "nem sequer se dá a localização exacta dos radares, precisamente para evitar que as pessoas apenas diminuam a velocidade quando passam por eles". Este princípio é, no entanto, contraditório, com algumas das mensagens recebidas, como se pode ver na fotografia desta página.
Paulo Almeida salienta que este serviço existe "noutros países e conta com a colaboração da polícia, que compreende o seu carácter de prevenção de sinistralidade". Além da alegada "bondade" do serviço, o negócio é inegável. Cada alerta recebido custa 72 cêntimos. O investimento de 70 mil euros deverá ser recuperado num ano.

sábado, 23 de maio de 2009

Obesidade: 9000 pessoas morreram desde 2004 à espera de tratamento

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Mais de nove mil pessoas morreram em Portugal desde 2004 com problemas relacionados com a obesidade enquanto aguardavam consulta ou tratamento, assegura a Associação de Obesos e Ex-obesos de Portugal (ADEXO).
Público, 21.05.2009
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De acordo com os números apresentados a obesidade mata mais do que os acidentes rodoviários. É mais uma causa de morte cuja gravidade não é reflectida pela comunicação social, pelo menos com o espalhafato normalmente usado no tratamento dos acidentes de viação.
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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Aleluia, aleluia

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Constatei com satisfação que o problema dos atravessamentos de peões na Marechal Gomes da Costa, que eu tanto denunciei em 2007, foi finalmente resolvido.

A divisória central em frente à RTP deixou de ter "intervalos" e até foi colocada uma rede que inibe os peões mais selvajens de fazerem salto de barreiras.

Com esta obra desaparece a única razão válida para o limite de 50 km/h imposto pelo radar naquele local. Há que transferir este radar para onde possa ter utilidade.

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Governo aprova nova estratégia nacional de segurança rodoviária

Publico
15.05.2009

O Governo aprovou hoje a nova Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária (ENSR - 2008-2015) que pretende reduzir a sinistralidade em Portugal de 850 para 579 mortos e colocar o país nos dez primeiros estados-membros da União Europeia com menos vítimas nas estradas. O documento prevê, ainda, a introdução de mais radares e meios de fiscalização.
A estratégia anterior previa a redução em 50 por cento do número de vítimas mortais e feridos graves, objectivo traçado para 2010 mas que já foi concretizado.
As novas medidas resultam da análise dos dados recolhidos, que permitiram delinear os maiores factores de risco para o país. “Espera-se que, em 2011, o número de mortos já tenha sido reduzido para 68 mortos por milhão de habitantes e que, em 2015, seja de 54 mortos por milhão de habitantes”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.
Na nova ENSR são, por isso, identificados como grupos de risco os condutores de veículos de duas rodas e os peões. Já o principal factor de risco é a velocidade. Na sequência desta identificação o Governo pretende reduzir em 32 por cento o número de mortos entre condutores de ligeiros e peões. Dentro das localidades, o objectivo é diminuir, até 49 por cento, o número de utilizadores de ligeiros mortos. Por outro lado, pretende-se baixar até 32 por cento as mortes entre utilizadores de duas rodas e peões.
Por fim, o executivo quer reduzir em 25 por cento o número de condutores que morrem vítimas de excesso de álcool.Assim, a nova estratégia prevê que se aposte na formação contínua dos condutores, na qualificação dos instrutores e numa “estrada auto-explicativa, que dê ao condutor a percepção sobre a forma adequada de conduzir”. Depois, o comunicado do Conselho de Ministros acrescenta que se pretende uma melhoria "do ambiente rodoviário em meio urbano, para peões e condutores” e o alargamento das inspecções periódicas a ciclomotores, motociclos, triciclos e quadriciclos.
Aposta na fiscalização
Há ainda mais cinco medidas incluídas no plano: redução do parque automóvel baseada em critérios de segurança, segurança rodoviária nas escolas, reforço da fiscalização do álcool, droga e velocidade (número de radares vai aumentar, ao mesmo tempo que passarão a ser fixos e a funcionar em sistema informático para que os dados sejam centralizados na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária), aumento da informação sobre riscos de acidente e melhor assistência às vítimas de acidentes.
A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, que esteve antes em consulta pública, previa ainda a introdução da carta por pontos (um sistema que implica que a cada infracção sejam descontados pontos na carta do condutor, que uma vez acumulados podem resultar na inibição ou mesmo na cassação do título), mas nada é referido sobre este ponto no comunicado do Governo.
Da mesma forma, o Conselho de Ministros nada diz sobre a contabilização dos mortos até 30 dias após sofrerem um acidente e o sinal de proibição de conduzir a mais de 30 quilómetros/hora em algumas ruas das cidades.


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Continua, portanto, a fuga para a frente inspirada no fundamentalismo anti-velocidade e na agenda dos vendedores de radares.

Como ficou provado em Lisboa, onde ninguém conseguiu demonstrar os efeitos positivos dos 21 radares instalados, continuamos a ver tomar decisões sem qualquer fundamento e que só causam incómodos e despesas.

O que tem salvo as nossas estatísticas é a intensa proliferação das auto-estradas, como o caso da A25 tão bem demonstra.

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Radares da VCI não passam multa

IOL Diário
06-05-2009

Se circular a mais de 90 km/h ou a menos de 40 km/h, os radares instalados na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, disparam e a matrícula fica registada. No entanto, desde Dezembro de 2007 que o processo acaba aí. Ou seja, a multa nunca chega a casa. Isto porque as infracções não estão a ser processadas devido a um conflito entre instituições.
De um lado está a Câmara Municipal do Porto, a quem coube a instalação dos radares em 2002, que entretanto alega ter perdido a responsabilidade. «Foram as Estradas de Portugal que, em 2007, anunciaram à autarquia que iam fazer a concessão dessa estrada, implicando que deixássemos de ter acção sobre as câmaras de vigilância e os radares instalados na VCI», explicou à TVI o vereador do Urbanismo, Lino Ferreira.
Do outro está a Estradas de Portugal (EP), que não aponta o dedo à CMP, mas sim ao Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias (Inir). «A via em questão foi integrada na Concessão Douro Litoral em Dezembro de 2007, sendo que o respectivo contrato prevê um sistema de controlo e gestão de tráfego. Face ao novo modelo (...) cabe ao Inir o controlo de execução da referida concessão», disse a empresa em comunicado enviado ao tvi24.pt.
Por sua vez, o Inir refere, também em comunicado enviado à redacção, que os radares são «equipamentos instalados para detecção de infracções ao Código da Estrada», pelo que são da competência «das entidades que fiscalizam o trânsito e o cumprimento do Código da Estrada», ou seja, das forças policias.
Contactado pelo tvi24.pt, o Comando Metropolitano da PSP do Porto não se quis pronunciar pelo assunto, garantindo apenas que esta força policial «nunca teve qualquer intervenção no processo». O imbróglio promete dar que falar, até porque, embora sejam detectadas cerca de 400 mil infracções por ano na VCI, os acidentes nesta estrada que liga a ponte do Freixo à ponte da Arrábida diminuíram 90 por cento desde a instalação dos radares. Agora, sem multas, a situação pode mudar.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Quase impossível prevenir

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Uma menina de dois anos estava na praceta junto de casa, na Ericeira, quando, de repente, um carro que não viu a sua pequenez natural de criança, a colheu mortalmente. Tão ou mais dramática que esta morte antes do tempo, é o facto de o condutor do ligeiro de mercadorias que atropelou a criança ser o seu próprio pai.
O luto instalou-se no seio daquela família composta por pai, mãe e uma única filha. Tudo se desmoronou, na quarta-feira à noite, quando, pelas 20.30, o pai efectuava uma manobra que lhe tapava a visibilidade.
"Segundo algumas testemunhas, tratou-se de um acidente em que, ao efectuar uma manobra, o homem não conseguiu ver a filha, que acabou por atropelar", disse ao DN o comandante do Destacamento de Trânsito de Torres Vedras, o tenente João Amorim.

DN 24.04.2009
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Este caso triste, como tantos outros, prova que haverá sempre um número considerável de acidentes que têm carácter imprevisível e de muito difícil prevenção. Gostava de saber como é que um caso deste tipo é tratado estatísticamente (será considerado "excesso de velocidade" ou "alcool no sangue" ?).
Por isso constitui demagogia defender objectivos irrealistas do tipo "mortes zero".
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domingo, 19 de abril de 2009

Teresa Lume no DN

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NOTÍCIAS SÁBADO, 18.04.2009

(clicar as imagens para ampliar)

terça-feira, 7 de abril de 2009

A gripe mata muito mais do que os acidentes

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A mortalidade em Portugal aumentou, nas últimas semanas de 2008 e nas primeiras seis semanas de 2009, devido à gripe.
De acordo com dados do sistema de Vigilância Diária da Mortalidade (VDM) do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a epidemia causou entre 1200 e 1500 mortes no último Inverno.

«De acordo com estimativas preliminares, a actividade gripal registada em Portugal nas últimas semanas de 2008 e nas primeiras seis semanas de 2009 provocou, à semelhança de outros períodos de forte actividade gripal registados no passado, um aumento da mortalidade», pode ler-se no site do INSA.

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Constata-se portanto que a gripe mata muito mais do que os acidentes de viação (1200 mortos só no Inverno enquanto os acidentes causam menos de 800 mortos durante um ano inteiro). No entanto são as "prevenções rodoviárias" que consomem mais recursos e as consequências dos acidentes são exagerados por forma a manipular a opinião pública.
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quinta-feira, 2 de abril de 2009

A ideologia dos títulos




Cerca de 13 pessoas morreram por semana nas estradas portuguesas
Público 02.04.2009
Treze pessoas morreram, em média, por semana, nas estradas portuguesas nos três primeiros meses do ano, menos 7,7 por cento do que em igual período do ano passado, revelou hoje a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.Segundo os dados, entre 1 de Janeiro e 31 de Março morreram 155 pessoas em acidentes rodoviários, menos 13 que em período idêntico de 2008, quando se registaram 168 vítimas mortais.De acordo com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o número de feridos graves também registou uma redução nos três primeiros meses de 2009 - de 586 para 568 (menos três por cento) -, tal como os ligeiros, que desceram de 9300 para 8888 (menos 4,4 por cento).Por distritos, Porto é o que registou mais vítimas mortais no primeiro trimestre (18), seguido de Setúbal e Leiria (16). Os menores índices ocorreram em Castelo Branco, Bragança, Guarda e Portalegre, com uma vítima mortal em cada um dos distritos.

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Porque é que o título não é: "Número de mortos por aciente baixou 7,7%" ?

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domingo, 8 de março de 2009

Cada vez mais juristas se dedicam a um mercado em ascensão

Expresso
07.03.2009

Maria Câmara Pestana e Teresa Lume, em Lisboa, com alguns dos muitos processos que têm em mãos


Há duas coisas que Teresa Lume, advogada com 20 anos de experiência em Direito Rodoviário, dá como adquiridas quando um cliente entra no escritório. A primeira é que a pessoa tem uma multa de trânsito, quase de certeza por excesso de velocidade ou álcool. A segunda é que não quer ficar sem carta de condução, embora naquele momento exista um risco considerável de isso acontecer. “Não faço juízos de valor e não parto do princípio de que é culpado ou inocente”, garante. “Importante é ter consciência de que o que está na multa não é uma verdade absoluta e que toda a gente tem direito a defesa.” O que vem depois é apenas trabalho. Ninguém sabe ao certo quantos advogados se dedicam exclusivamente na área do Direito Rodoviário, mas os que o fazem não hesitam em afirmar que o trabalho é cada vez mais. “Nos últimos seis anos, posso dizer, por alto, que o volume de processos aumentou em 150 por cento”, refere Teresa Lume. À subida nos números corresponde uma diversificação no tipo de clientes. “Há um pouco de tudo: Homens, mulheres, jovens, idosos, famílias inteiras”, enumera outra advogada, Elsa Dias. A maioria, no entanto, tem entre 30 e 40 anos, depende do carro para trabalhar ou para se deslocar para o trabalho. Delegados de propaganda médica, advogados e até polícias estão na lista de clientes. Os nomes e números de telefone dos escritórios circulam depressa de boca em boca. Nessas conversas, a expressão mais usada é “safa-multas”, duas palavras de que os advogados nem querem ouvir falar. “Esta questão resume-se na ideia de que, em matéria de trânsito, a presunção de inocência dá lugar à presunção de culpa. Se a polícia diz que alguém ia em excesso de velocidade, essa pessoa é imediatamente culpada”, alega Teresa Lume.
A primeira acção da defesa é obter todos os dados disponíveis sobre a infracção em causa. Nos casos de excesso de velocidade, por exemplo, pedem as fotografias do instante em que o condutor foi detectado, solicitam a certificação do radar e analisam ao pormenor o auto-notícia. O que encontram, dizem, é “preocupante”. “Fotografias completamente negras, onde é impossível distinguir seja o que for, e autos mal preenchidos, com horas e locais impossíveis, são comuns”, diz Teresa Lume. Maria Câmara Pestana avança uma outra questão que “recorrentemente viola os direitos dos condutores”. “Quando são detectados, confrontam-nos com duas hipóteses: pagam a multa ou ficam sem os documentos. É muito raro os agentes informarem as pessoas de que existe uma terceira alternativa, uma pequena cruz que mal se vê.” Essa opção corresponde ao depósito voluntário do valor mínimo da multa e permite que, nos 15 dias seguintes, possa ser apresentada a defesa.
Contactado pelo Expresso, um responsável policial ligado ao trânsito reconhece que podem existir “situações pontuais” como essas. Mas responde em sentido contrário. “As pessoas têm o direito de se defenderem. No entanto, mais de 90 por cento dos condutores conformam-se porque sabem que cometeram uma infracção. Os clientes dos advogados são os restantes, os que podem pagar para, através de diligências que visam essencialmente atrasar o processo até à prescrição, não ficarem inibidos de conduzir”, conclui.
A resposta dos advogados ouvidos pelo Expresso é tripla. “As pessoas não se conformam. Pura e simplesmente não estão informadas”, começa Maria Câmara Pestana, que defende mais e melhor informação. “A questão do prazo de prescrição não é consensual e os atrasos não são culpa nossa”, continua Teresa Lume, que diz ter requerimentos à espera de resposta há mais de um ano. “Os honorários são adequados ao trabalho que este tipo de processo implica”, termina Elsa Dias. Ao que o Expresso apurou, os valores cobrados, em diferentes zonas do país podem variar entre 300 e 700 euros, consoante o tipo de infracção. A lei prevê inibição de conduzir de 1 mês a um ano para contra-ordenações graves e de 2 meses a 2 anos para as muito graves.
“A carta de condução, que há uns anos era algo ligado ao lazer, é hoje um instrumento de trabalho”, diz Teresa Lume. “É por isso que tem subido o número de crimes de desobediência. As pessoas precisam de conduzir. Como tal, por desconhecimento ou por necessidade, arriscam. Os casos são cada vez mais e é preciso perceber qual o real valor de uma legislação que não previne o crime?”, questiona.
Um dos alvos preferidos dos advogados é a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que substituiu em Maio de 2007 a Direcção-Geral de Viação. Segundo os juristas, a ANSR “está praticamente paralisada”. O Expresso tentou obter junto da ANSR uma reacção às alegações de atrasos na resposta a pedidos e requerimentos relacionados com contra-ordenações, mas não obteve resposta.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Kafka na DGV


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Uma história Kafkiana. Público, 13.02.2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

De maca como na estrada

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Numa fiscalização realizada em 67 hospitais do Serviço Nacional de Saúde, a Inspecção-Geral da Saúde detectou que, nos últimos dois anos, a maioria dos acidentes relacionados com a queda de doentes de macas ou de camas ocorreu na zona de internamento. Uma das principais causas é a falta de grades nas camas. O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, defende a adopção de medidas urgentes.

Em apenas 25 meses, os hospitais portugueses registaram 4.200 acidentes relacionados com a queda de doentes de macas ou de camas. Os dados são relativos aos anos 2006, 2007 e a Janeiro de 2008 e constam de um relatório da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), que está já nas mãos da ministra da Saúde, Ana Jorge.
Em 85 daquelas situações, os doentes acabaram por falecer, embora não tenha sido demonstrado "em todos os casos, o nexo causal entre o acidente e a morte". Em 29 casos, foram originados processos de natureza disciplinar.
Pedro Lopes, da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, disse que o número de quedas é significativo, admitindo que tem de se "tomar medidas para tornar os hospitais mais seguros".
Os dados fazem parte do relatório "Acidentes com macas e camas nos estabelecimentos hospitalares, envolvendo queda de doentes", da IGAS.
Tribuna Médica, 02.02.2009 (ver o resto do artigo)


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É caso para dizer que se corre quase tantos riscos nos hospitais como nas estradas.
Que tal uma campanha para comprar grades para as camas com o slogan "Vamos travar este drama"?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Portugueses acham os "outros" maus condutores e 40 por cento sentem-se inseguros nas estradas

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Público
04.02.2009


Seis em cada dez condutores portugueses sentem-se seguros nas estradas nacionais, mas mais de metade acha que os "outros" são maus condutores, revela um estudo da AXA hoje divulgado.
Quatro em cada dez condutores (40 por cento) continuam a sentir-se inseguros nas estradas portuguesas, de acordo com as respostas dos 800 entrevistados em Portugal para o estudo "AXA Barómetro de prevenção rodoviária 2009".
Comparando com a sensação que havia há dois anos, 60 por cento dos condutores dizem sentir-se "hoje mais seguros", apesar de apenas um em cada quatro dizer que mudou o seu comportamento na estrada.

Sobre os comportamentos perigosos, quase todos reconhecem que conduzir depressa a escassos metros do carro da frente, falar ao telemóvel e conduzir sem cinto são situações de elevado risco.
Já a condução sob efeito de álcool, "depois de mais de duas bebidas", apenas preocupa 62 por cento dos inquiridos. Mais de dois em cada dez inquiridos admitiu conduzir sob efeito de álcool, sendo que são pouco mais de metade (56 por cento) os que conseguiram dar o nível certo do limite de alcoolémia.
Pouco menos de metade dos portugueses (48 por cento) acha que conduzir em excesso de velocidade na auto-estrada e dentro das cidades (42 por cento) é perigoso.
Também subestimado está "passar um sinal amarelo": apenas 18 por cento dos condutores portugueses o vê como um perigo, contra 44 da média europeia.

Resultado: "os comportamentos nas estradas são mais perigosos do que a média europeia", com 85 por cento a admitir que passa sinais amarelos, 60 por cento assume que anda em excesso de velocidade nas cidades e 51 nas auto-estradas.
"Em Portugal, à semelhança dos outros países, os condutores mais jovens admitem ter mais comportamentos perigosos do que a média, sobretudo no que diz respeito aos limites de velocidade, distâncias de segurança e utilização do telemóvel", revela o estudo.

Entre 2001 e 2006 o número de mortes nas estradas portuguesas desceu 42 por cento, mas mesmo assim "Portugal continua a ter uma das mais elevadas taxas de mortalidade": 11,8 por 100 mil habitantes.
Esta realidade parece traduzir-se depois na percepção de segurança rodoviária sentida pelos portugueses: "apenas 46 por cento acredita que os seus compatriotas são bons condutores".

Por outro lado, 16 por cento acreditam que os portugueses guiam melhor que os condutores dos outros países e apenas três em cada cem inquiridos consideram que Portugal é o país europeu com os melhores condutores.
Para reduzir a sinistralidade, metade dos portugueses entendem que uma punição mais severa pode ajudar neste processo.

Segundo o estudo, 85 por cento dos condutores portugueses acham que a prevenção de acidentes rodoviários é "muito importante".
No total, o estudo europeu hoje divulgado inquiriu 7224 condutores de nove países: Bélgica, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Espanha, Suíça e Grã-Bretanha.

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É típico, os maus, os prevaricadores são sempre "os outros".
Mas se todos os que assim pensam, mais de metade, são "bem comportados" então só uma minoria tem comportamentos errados.
A experiência de todos os dias mostra que, na verdade, assim é.


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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária hoje em discussão na Assembleia da República

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Público, 09.02.2009

A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, que prevê a introdução da carta por pontos, novos sinais, aumento de radares e alterações aos exames de condução, vai estar hoje em discussão na Assembleia da República.

Organizada pela Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações e pela Subcomissão de Segurança Rodoviária, a conferência parlamentar insere-se no âmbito da consulta pública da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2008-1015.

O documento engloba um conjunto de medidas que vão ser tomadas até 2015 com o objectivo de diminuir de 850 para 579 o número de mortos nas estradas portuguesas e colocar Portugal nos dez primeiros países da União Europeia com menor taxa de sinistralidade rodoviária.

Vários ministérios estão envolvidos nesta Estratégia, que prevê a revisão do Código da Estrada com base nas alterações que vão ser introduzidas até 2015, como a carta por pontos, sistema que implica que a cada infracção sejam descontados pontos na carta do condutor, que uma vez acumulados podem resultar na inibição ou mesmo na cassação do título.

Mais radares, novos sinais e estradas auto-explicativas

O número de radares vai aumentar, ao mesmo tempo que passarão a ser fixos e a funcionar em sistema informático para que os dados sejam centralizados na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Até 2015, Portugal vai ter uma estrada auto-explicativa, via que dá ao condutor a percepção da forma como conduzir através de uma melhor sinalização sobre a configuração da estrada.

Com a Estratégia, novos sinais de trânsito serão introduzidos, designadamente o sinal de proibição de conduzir a mais de 30 quilómetros/hora em algumas ruas das cidades.

O actual modelo das escolas de condução e os exames práticos e teóricos vão ser também alterados no âmbito da documento, que prevê igualmente alargar as inspecções periódicas obrigatórias aos ciclomotores, motociclos, triciclos e quadriciclos.

Alargar a aprendizagem sobre segurança rodoviária às escolas, aumentar a fiscalização ao álcool, droga e velocidade, melhorar a assistência à vítima, fazer uma gestão dos locais com elevada concentração de acidentes, divulgar os indicadores de riscos das estradas e dos túneis rodoviários são outros objectivos operacionais da Estratégia, documento coordenado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

Está ainda prevista a contabilização dos mortos até 30 dias após sofrerem um acidente de viação.
A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2008-2015, que envolve 12 ministérios e 31 entidades, está em consulta pública até ao próximo dia 16.

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Os exageros do costume baptizados com o nome "Estratégia"
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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Chips de controle

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O Conselho de Ministros aprovou hoje o diploma que estabelece a instalação obrigatória de um dispositivo electrónico de matrícula (DEM) em todos os veículos automóveis, reboques, motociclos e triciclos autorizados a circular em auto-estradas e vias equiparadas.

Foi também aprovada a legislação referente à sociedade SIEV - Sistema de Identificação Electrónica de Veículos, SA, empresa pública que terá o exclusivo da exploração deste sistema.O DEM será gratuito nos primeiros seis meses (o prazo conta a partir da entrada em vigor da Portaria Regulamentar).
O DEM é um dispositivo electrónico que se coloca na viatura e que emite um código, cuja transmissão permite a sua detecção e identificação pelas entidades legalmente autorizadas para o efeito. Esta identificação electrónica de veículos através do DEM permite efectuar a cobrança electrónica de portagens, em conformidade com o Serviço Europeu de Portagem.
Para garantir a salvaguarda da privacidade dos proprietários e/ou condutores dos veículos, o diploma aprovado pelo Governo refere explicitamente que não haverá cruzamento automático e permanente entre as bases de dados dos DEM e os dados relativos aos proprietários constantes do registo automóvel.
Um dos objectivos da cobrança electrónica de portagens é contribuir para a fluidez do tráfego rodoviário e o descongestionamento nas praças de portagem, com a consequente diminuição do impacte ambiental negativo decorrente do 'pára-arranca' dos veículos. Este sistema deverá contribuir igualmente para uma melhoria da gestão do tráfego.
Expresso, 05.02.2009
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Em Inglaterra fazem-se testes com automóveis que reduzem automáticamente a velocidade para os limites legais sempre que o próprio condutor o não fizer (ver notícia da BBC).
De fanatismo em fanatismo até ao "Big Brother"
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sábado, 24 de janeiro de 2009

Longe do céu

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A Automotor de Janeiro 2009 traz uma peça dedicada aos radares de Lisboa. "Longe do Céu", dizem eles... (clique nas imagens para ampliar)
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mais luz na estrada = menos mortes

Público
21.01.2009



A equação parece tão simples que não se percebe por que é que ninguém lhe liga muito: quanto mais iluminadas estiverem as estradas, menor o número de choques de automóveis. Mas agora, um estudo na muito séria Cochrane Review - especializada no estudo dos efeitos das políticas de saúde - vem pôr os pontos nos "i" e, esperemos, tirar teimas: a iluminação rodoviária é um método simples e barato para reduzir a sinistralidade nas estradas.
Fiona Beyer, da Universidade de Newcastle, e colegas juntaram 14 estudos sobre o tema e concluíram que a iluminação pública reduz em 32 a 55 por cento o número total de acidentes - e em 77 por cento o número de mortes.
Segundo a OMS, no mundo morre um milhão de pessoas por ano nas estradas e até 50 milhões sofrem ferimentos. Se nada for feito, os mortos poderão ser 2,3 milhões em 2020, dos quais 90 por cento nos países menos ricos.
Mas mesmo os países mais desenvolvidos, que ponderam diminuir os candeeiros para reduzir custos e emissões de dióxido de carbono, têm de pensar no assunto. "Os efeitos potencialmente adversos para a segurança rodoviária", diz Beyer em comunicado, "precisam de ser cuidadosamente reavaliados à luz dos nossos resultados".