sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Petição contra radares em Lisboa

SIC Online
13 de Setembro 2007

Foi entregue hoje na Câmara de Lisboa a petição para modificar os radares de trânsito e aumentar o limite de velocidade em algumas vias rápidas da cidade. O vice-presidente da autarquia, Marcos Perestrello, prometeu fazer em breve uma reavaliação da situação.

A petição "Lisboa - Pela conversão do limite dos 50 km/h em 80 km/h", também conhecida como "Radares 50-80", um documento com 9.600 assinaturas, foi entregue na CML pelo seu promotor, Fernando Penim Redondo, um gestor reformado de 62 anos que assegura "já ter conduzido milhões de quilómetros sem uma multa ou um acidente". "Em função do que me for dado a conhecer, poderei ter algo a dizer", acrescentou Fernando Penim Redondo, que descreve a sua petição - dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa - como "um gesto espontâneo e individual".

O número de assinaturas já reunidas revela, na sua opinião, "que muitas pessoas a conduzir em Lisboa se revêem nas queixas ali formuladas e questionam o sentido dos 50 quilómetros por hora, sobretudo no prolongamento da Avenida dos Estados Unidos da América". O documento afirma que "os radares instalados pela Câmara Municipal de Lisboa, que impõem limites de 50 quilómetros à hora em locais como a Av. Infante D. Henrique, a Av. de Ceuta, a Av. Marechal Gomes da Costa e a Av. Gago Coutinho são uma verdadeira aberração". "Quem os decidiu não deve, não pode, ter a noção do que significa na prática uma tal velocidade", que "dá sono, propicia distracções, provoca travagens bruscas e emperra visivelmente a circulação", adianta a petição.

Para Redondo, há ainda a assinalar que os radares tem falhas evidentes na detecção das infracções, pois "na maioria dos casos estão colocados a 200 ou 300 metros dos semáforos, pelo que um condutor pode passar por eles a 50 e depois acelerar e passar logo adiante num sinal vermelho sem ser multado". Lamentou ainda os excessos associados ao incumprimento do limite de velocidade na capital. "Não faz sentido que um condutor a conduzir a 71 quilómetros por hora seja sujeito a uma contra-ordenação grave comparável a circular em contra-mão numa estrada", apontou, acrescentando também ser inaceitável que "um automobilista que guie a 91 quilómetros por hora seja penalizado com uma contra-ordenação muito grave e do mesmo calibre que abandonar o local de um acidente de que resultaram mortos".

Entre o dia 16 de Julho, quando a medida entrou em vigor, e o dia 6 de Setembro, a Polícia Municipal de Lisboa registou em fotografia um total de 92.772 infracções, das quais 75.386 leves, 16.175 graves e 1.211 muito graves. O maior número de infracções muito graves (250) foram registadas na Avenida da Índia, seguindo-se a Avenida Infante D. Henrique (em ambos os sentidos) com 248 e o Túnel do Campo Grande (igualmente nos dois sentidos), com 232. Também no que diz respeito às infracções graves, a liderança pertence à Avenida da Índia, com 4.193 registos, seguindo-se a Avenida de Brasília, com 3.276, e o Túnel do Campo Grande (nos dois sentidos), com 2.051. Em relação às infracções leves, lidera o Túnel do Marquês, com 28.647 registos, sucedido pela Radial de Benfica (nos dois sentidos), com 14.005, e pela Avenida da Índia, com 9.394. O Túnel do Marquês surge à cabeça com um total de 30.694 infracções, seguindo-se a Radial de Benfica (ambos os sentidos), com 14.636, e a Avenida da Índia, com 13.837.

O texto da petição pode ser consultado em: http://www.petitiononline.com/dotecome/petition.html.

3 comentários:

Anónimo disse...

Se o Sr. Penim conduziu milhões de quilómetros deve ser muito distraido para não ter reparado que não há lugar nenhum na Europa vias com passadeiras e paragens de autocarro com limites de velocidade acima dos 50 km/h.

Diana Pais

F. Penim Redondo disse...

Não conduzi milhões, como por lapso tem sido divulgado por certos meios, mas sim cerca de um milhão de quilómetros.

Na verdade já vi muita coisa melhor e pior do que a nossa realidade.

A Grécia (como até as estatísticas mostram) e o sul da Itália, com destaque para Nápoles, são muito piores do que Portugal.

A Irlanda tem uma rede viária muito antiquada e mesmo perigosa. Deve ter sido o único sítio onde vi sinais de direcção colocados depois do cruzamento.

Em muitos lugares do Norte da Europa as situações não são comparáveis. Mesmo as cidades grandes são relativamente pequenas e o estilo de vida, nível económico, escolar e de serviços sociais não são comparáveis com os nossos.
Também não faz sentido impor limites identicos quando as condições climatéricas são extremas em certos países e muito amenas noutros.

Já entrei em Los Angeles e em Marraquexe ao volante. Dá-me, por isso, vontade de rir quando oiço os nossos compatriotas falar de respeito pelo peão.

Acho que devemos acida de tudo guiar-nos pela razão e tomar as medidas que, no nosso território e na nossa sociedade, sejam o melhor compromisso entre os recursos investidos e os resultados obtidos.

Anónimo disse...

Como é habitual o Penim Redondo assobia para o lado, ignora os factos e não nega a afirmação da Diana Pais: já reparou que não há lugar nenhum na Europa vias com passadeiras e paragens de autocarro com limites de velocidade acima dos 50 km/h?

Jaime Dias