Despacho de nomeação:
CONSIDERANDO QUE:
Já se encontram em pleno funcionamento na cidade de Lisboa, desde o passado dia 16 de Julho, os 21 radares que compõem o Sistema de Controlo de Velocidade e Vigilância de Tráfego;
A sua localização em diversos locais da cidade tem por objectivo alertar os condutores para o facto de circularem em velocidade excessiva, facultando-lhes a possibilidade de a corrigirem, em tempo útil, para os limites legais em vigor;
O Sistema tem como objectivos primordiais a monitorização do tráfego automóvel na rede viária principal da Cidade, a uniformização da velocidade dos veículos na rede, a atenuação da acumulação intempestiva de veículos e a redução da sinistralidade resultante da velocidade excessiva, promovendo e segurança, não só dos automobilistas como também dos peões, tendo-se tomado numa medida concreta para a acalmia do tráfego;
As funções implementadas permitem obter, através da monitorização do tráfego, a medida continua da velocidade por via, a determinação permanente da intensidade do tráfego (veículos/hora), a caracterização do tipo de veículo e o envio dos dados, em tempo real e permanente, ao Centro de Controlo de Tráfego de Lisboa (CCTL);
As 14 câmaras instaladas permitem a visualização das condições de circulação e dos incidentes de tráfego através de rede própria CCTV, permite o envio das imagens em tempo real, ao CCTL;
Os 26 painéis de mensasens variáveis (PMV’s), 21 de informação de velocidade excessiva e 5 de informação, pemitem a afixação de Informações de tráfego (incidentes/condicionamentos/alternativas], a Informação local de detecção de velocidade excessiva (informação nos 200 a 300 metros antes do Radar), com a determinação exacta da velocidade de cada veículo, a identificação do veículo com velocidade excessiva, a encriptação automática e inviolável dos dados recolhidos e a comunicação, em tempo real, à Polícia Municipal;
Decorridos cerca de dois meses sobre a sua entrada em funcionamento importa agora aferir os reais resultados da implementação do sistema;
Considerando as atribuições do município definidas no artigo 13º da Lei n° 159/99, de 14 de Setembro;
Nomeio a seguinte comissão para avaliação do Sistema de Controlo de Velocidade e Vigilância de Tráfego de Lisboa:
- Vereador Marcos Perestrello, que coordena
- Vereador Manuel João Ramos
- Arq. Fernando Pedro Moutinho, Director Municipal da Protecção Civil, Segurança e Tráfego
- Subintendente André Gomes, comandante da Polícia Municipal
- Subcomissário Gancho, Divisão de Trânsito da Polícia de Segurança Pública
- Engº Paulo Marques Augusto, Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
- Dr. Carlos Barbosa, Presidente do Automóvel Club de Portugal,
- Prof. Maranha das Neves, Centro Rodoviário Português (CRP)
- Dr. Fernando Penim Redondo
Lisboa, 13 de Setembro de 2007
O Vereador, Marcos Perestrello
___________________________________
A Comissão tem a sua primeira reunião no próximo dia 2 de Outubro.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Comissão de Avaliação do Sistema de Controlo de Velocidade e Vigilância de Tráfego de Lisboa
Publicada por F. Penim Redondo às 13:16
Etiquetas: * CARL - Com. Avalição de Radares de Lx, = Marcos Perestrello, Reacções da CML
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6 comentários:
Nas suas seleccionadas crónicas dos jornais, o Penim "esqueceu-se" desta ... ele lá terá os seus critérios :-)
PUBLICO - 28.09.2007, Carlos Fiolhais
O português gosta definitivamente de acelerar - só na estrada, porque no resto não acelera nada. Houve recentemente um grande coro de protestos porque os radares colocados em várias artérias da cidade de Lisboa estavam a registar demasiadas infracções. Em resultado, os limites de velocidade passaram nalguns sítios de 50 quilómetros por hora para 80 quilómetros por hora, um aumento de mais de 50 por cento. Tal mudança encorajará decerto algumas vozes que se têm levantado contra o limite de 120 quilómetros por hora nas auto--estradas nacionais.
A mensagem emitida vai no sentido errado. Em Portugal há desde há muito tempo um grave problema de sinistralidade rodoviária. Nas estatísticas de acidentes e de vítimas de acidentes estamos, na Europa, no grupo da frente.(...)
Mas o acelera tem razões que a razão desconhece. O português gosta definitivamente de acelerar (só na estrada, porque no resto não acelera nada, acelera até chegar ao trabalho para aí abrandar!). A fama dos automobilistas portugueses, apesar de ser proverbial em todo o mundo, continua a ser comprovada com espanto por todos os estrangeiros que nos visitam. O automobilista português considera, nas cidades, 50 quilómetros por hora a velocidade mínima e não máxima e, nas auto-estradas, 120 quilómetros por hora a velocidade mínima e não máxima. É proibido, mas pode-se fazer... Não admira, por isso, que os choques se sucedam. Admira, isso sim, que eles não sejam ainda mais numerosos. Já alguém disse que a rede de estradas nacionais é uma enorme pista de carrinhos de choque, com a diferença de que nas pistas das feiras se procura evitar o choque...
A acusação de "caça à multa" a quem pôs os radares a funcionar não passa de uma desculpa de mau pagador. Pela minha parte, acho muito bem que a multa seja "caçada". Uma sociedade civilizada - que é o que gostaríamos de ser - funciona impondo um conjunto de regras e essa imposição passa necessariamente por sanções a quem não as cumpra. Pode não se concordar com as regras e até tentar mudá-las exercendo pressões de vária ordem (foi, aparentemente, o que se passou em Lisboa). Mas, uma vez fixas as regras, a tolerância devia ser pequena. Aliás, com regras adequadas, a tolerância devia ser nula (em Portugal a "tolerância zero" nas estradas, o cumprimento normal da lei, foi apenas uma campanha temporária). As autoridades que façam a "caça à multa", pois estão para isso devidamente autorizadas. O que precisamos, além disso, é de fazer a "caça à culpa"...
E de quem é a culpa? Não é seguramente dos automóveis, que são cada vez mais seguros (só falta equipá-los com um dispositivo automático que impeça velocidades loucas). E também não é das estradas que estão cada vez melhores (com excepções, nomeadamente os troços em obras das auto-estradas, que são um autêntico perigo e que deviam dar direito a descontos nas portagens).(...)
Muitos portugueses guiam como se acreditassem que, por milagre, as leis da física se pudessem suspender no último instante antes do choque.(...)
Ou, para dar uma imagem inspirada na lenda, têm o que se pode chamar "síndroma de D. Fuas Roupinho", isto é, acreditam que, tal como o cavalo de D. Fuas no sítio da Nazaré, os muitos cavalos do motor se podem subitamente empinar por cima do abismo. Mas os números de vítimas aí estão, como um banho de água fria, a confirmar que não há milagres!
Carlos Fiolhais, Professor universitário (tcarlos@teor.fis.uc.pt) ( TEXTO INTEGRAL no blog De Rerum Natura)
Dá-lhes Penim! Vai estar numa sala onde todos estarão a favor de radares. Poderá fazer a sua observação sociológica.
Usando a sua excelente e sagaz classificação dos que estão a favor de limites de velocidade impostos por radares:
1. Pessoas "traumatizadas" por acidentes de trânsito
- Vereador Manuel João Ramos
2. Os que sonham com um mundo idílico onde só haveria peões e talvez bicicletas.
- Vereador Marcos Perestrello, que coordena
- Arq. Fernando Pedro Moutinho, Director Municipal da Protecção Civil, Segurança e Tráfego
3. Os que têm da sociedade uma versão "burocrática e legalista".
- Subintendente André Gomes, comandante da Polícia Municipal
- Subcomissário Gancho, Divisão de Trânsito da Polícia de Segurança Pública
- Engº Paulo Marques Augusto, Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
- Dr. Carlos Barbosa, Presidente do Automóvel Club de Portugal,
- Prof. Maranha das Neves, Centro Rodoviário Português (CRP)
Felizmente estará lá vc para explicar o que o povo quer!
Podia levar para a reunião 3 enormes crachats: "1", "2" e "3"!
Começar por lhes por ao peito.
O Fiolhais, que eu admiro como divulgador da ciência, tem uma lamentável recaída neste artigo pois abandona a objectividade em favor dos lugares comuns pouco científicos.
Alguns exemplos:
"O português gosta definitivamente de acelerar"
- Penso que ele queria dizer que os portugueses, como ele próprio, desrespeitam, por inadequados, os limites legais de velocidade. Talvez devesse fazer introspecção pois confessa que ele próprio, Fiolhais, também o comete o mesmo pecado.
"Em Portugal há desde há muito tempo um grave problema de sinistralidade rodoviária"
- Em Portugal ? Em Espanha, para não ir mais longe morrem mais de 3.000 pessoas/ano contra as nossas 850. Parece que o espanhol gosta definitivamente de acelerar.
"...a rede de estradas nacionais é uma enorme pista de carrinhos de choque, com a diferença de que nas pistas das feiras se procura evitar o choque..."
- Aqui está uma baboseira de mau gosto ao nível do Manuel João Ramos
"Aliás, com regras adequadas, a tolerância devia ser nula..."
- Neste ponto parece ter um vislumbre acerca do problema da adequação...
"Mas os números de vítimas aí estão, como um banho de água fria, a confirmar que não há milagres!"
- Não há milagres nem a solução virá deste tipo de declarações pouco científicas e muito emocionais de quem deixou a inteligência, que é bastante, no bengaleiro do hall.
Tenho amigos inteligentes que, quando discutem futebol, lhes acontece o mesmo.
O Jorge Campos continua com comentários patetas. Desta vez tenta, sem sucesso, negar as evidências do artigo do professor Carlos Fiolhais. Usa um tom de treinador de bancada a discutir futebol no café.
O Português ao volante tem a pior fama da Europa ocidental - todos os que nos visitam concordam: somos um perigo ao volante. Basta uma pequena pesquisa no google para perceber isso mesmo. Aliás a estatisticas confirmam, sem sombra de dúvida, que a fama tem razão de existir.
Afirmar que como morrem 3,000 pessoas por ano em Espanha prova que eles também gostam de acelerar como os Portugueses é uma palermice de todos os tamanhos. As estatísticas rodoviárias comparam-se pelo número de vitimas por habitante ou quilómetros realizados. No mundo simples do Sr. Campos, seria mais seguro conduzir em Portugal (850 vitimas) que, por exemplo no Reino Unido (1,600).
De facto os espanhóis são aceleras, mas conduzem melhor que os Portugueses - não é uma questão genética, são mais e melhor fiscalizados por centenas de radares e não só. Em Espanha em 2004 morreram 113 pessoas por milhão de habitantes e em Portugal 125.
O resto dos argumentos não tem nada de argumentos. São muito simplesmente "coisinhas rasteiras" que não merecem resposta.
Já agora, repararam que desde que o ameaçaram de processo e faz parte da comissão, o Penim eclipsou-se. Foi substituido pelo "clone" do Campos. :-) Parecem gémeos. Devem ser amigos íntimos.
Jaime Dias
Diz o jaime dias:
"Em Espanha em 2004 morreram 113 pessoas por milhão de habitantes e em Portugal 125."
Como se vê a diferença não é grande e pode ser explicada por um sem número de factores para além da velocidade de circulação.
A qualidade das estradas é um factor importante, tal como a natureza e idade do parque automóvel.
A dimensão da rede de auto-estradas, onde se registam muito menos acidentes, explicará só por si a diferença indicada.
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