sábado, 29 de dezembro de 2007
MAD - Motorists Against Detection
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F. Penim Redondo
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terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Os exageros continuam
Quatro mortos, 13 feridos graves e 161 ligeiros resultaram dos 546 acidentes registados pela Brigada de Trânsito da GNR na sexta-feira e sábado. Significa que nestes dois dias se verificou uma média de 11 acidentes por hora, vitimando quase quatro pessoas por hora.
A estes números faltam ainda acrescentar um dos acidentes mais graves de ontem. Junto de fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Portalegre, o DN soube que, pelas 14.40, na estrada nacional 244, um veículo despistou-se, causando um morto e um ferido ligeiro. O automóvel, que não atingiu mais nenhuma viatura, seguia na recta do Vale do Arco, entre Gavião e Ponte de Sôr.Segundo a mesma fonte, a vítima mortal tinha 16 anos, tendo o ferido sido transportado para o Hospital de Abrantes. Para o local do sinistro foram mobilizados meios dos Bombeiros de Ponte de Sôr, uma ambulância e material de desencarceramento da corporação de Gavião e duas viaturas médicas de emergência e reanimação, que estavam estacionadas em Abrantes e Portalegre.
No sábado, a Brigada de Trânsito da GNR registou um total de 259 acidentes, de que resultaram três mortos, sete feridos graves e 81 ligeiros.No âmbito da Operação Natal 2007, que se prolonga até quarta-feira e envolve dois mil elementos da GNR, foram fiscalizados no sábado 2674 condutores, dando origem a 1275 autos de contra-ordenação.
Os agentes detectaram 767 casos de excesso de velocidade e 86 pessoas sem cinto de segurança. Foram detidos 22 automobilistas por terem sido interceptados a conduzir com excesso de álcool no sangue. Outros quatro foram também detidos por estarem a conduzir sem terem carta de condução. A operação de segurança rodoviária volta à estrada às 00.00 de sexta-feira, prolongando-se até às 24.00 do dia 2 de Janeiro.
DN, 24.12.2007
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A manipulação da informação continua a campear nos meios de comunicação portugueses quando se trata de noticiar os acidentes de viação. Neste caso temos um título que induz ideias falsas sobre a sinistralidade em Portugal. O jornalista tem obrigação de saber que a palavra "vítimas" é quase sempre associada a "mortos" quando se fala de acidentes. Um morto por dia é bastante diferente de 4 mortos por hora.
Também deve saber que os acontecimentos de determinados quatro dias não devem ser apresentados como situação típica ou comum.
É deste tipo de desinformação que nascem as teses e propostas absurdas no domínio da prevenção rodoviária.
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domingo, 23 de dezembro de 2007
Andou seis quilómetros em contramão na A4
Andou seis quilómetros em contramão na A4 (na zona de Paredes) até que duas patrulhas da Brigada de Trânsito da Maia o interceptaram, evitando que provocasse mais danos, além de um despiste e uma colisão que já tinha provocado. Ontem, ao início da tarde, pelas 14,40 horas, um homem de 83 anos foi interceptado pela BT quando conduzia na auto- estrada número 4 em direcção a Amarante, mas a seguir nas faixas com direcção para o Porto.Teste de alcoolemia De acordo com uma fonte da BT da Maia, o condutor seguia normalmente da A4 em direcção ao Porto quando, ao quilómetro 32, inverteu a marcha em plena auto-estrada, seguindo para Amarante, o destino que pretendia seguir.
Depois de percorrer seis quilómetros em contramão, o condutor foi impedido de continuar a circular pelas autoridades. Dessa manobra, além dos sustos que terá provocado em vários condutores que conseguiram evitar o choque, provocou o despiste de um ligeiro e a colisão entre dois automóveis. Desses acidentes resultaram danos materiais, não havendo registo de feridos.Ao condutor foi feito o teste de alcoolemia, que deu negativo. E a única explicação que deu para o sucedido, de acordo com uma fonte da BT, foi que se tinha enganado na direcção e queria seguir para Amarante.O homem de 83 anos foi detido e constituído arguido. Deverá apresentar-se na quarta-feira de manhã no Tribunal de Paredes. O crime é punido com pena de prisão ou multa.
Jornal de Notícias, 23 de Dezembro 2007
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Aqui está mais um tipo de acidente que não pode ser prevenido pelo abaixamento dos limites legais de velocidade nem pelos radares. A não ser que os automobilistas sejam obrigados a andar em marcha-atrás para não colidir com os distraídos que andam em contramão.
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
MEDICAMENTOS E CONDUÇÃO
Ainda não há provas suficientes que demonstrem a influência dos medicamentos na ocorrência de acidentes de viação, por falta de estudos científicos. Mas é sabido que alguns podem afectar o desempenho físico e mental e, por consequência, a capacidade de condução.
É o caso dos que provocam sono, agressividade e irritabilidade, alteram a visão, diminuem a concentração e os reflexos do condutor, levando, por exemplo, a que trave mais tarde.
O problema é que, muitas vezes, os condutores não têm consciência de que as suas faculdades estão diminuídas. Assim, quando começar a tomar um medicamento, pergunte ao médico ou farmacêutico se este pode afectar a condução. Também pode (e deve) esclarecer as dúvidas no folheto informativo.
Leia o resto do artigo em Notícias DSP
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Só acontece aos outros
"SÓ ACONTECE AOS OUTROS" é uma série de 10 programas sobre prevenção rodoviária, com a duração de 15 minutos cada. 7 Programas serão emitidos entre 20 de Julho e 31 de Agosto 2007 e os restantes 3 no Natal e Fim de Ano, ou seja, nos períodos de maior sinistralidade rodoviária.O objectivo deste programa é que sirva de alerta e consciencialização dos perigos acrescidos que a estrada esconde nos meses de férias e nas épocas festivas.
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Este programa da RTP 1 devia envergonhar os seus autores e a própria estação.
A exploração de dramas pessoais, o recurso a exageros e meias-verdades e, sobretudo, o apelo às emoções mais primárias dos espectadores fazem do programa um caso extremo de manipulação e de deseducação.
Em momento algum são fornecidos dados relevantes para a compreensão dos casos relatados, para a fundamentação das medidas de prevenção e para despertar a inteligência dos espectadores.
Os espectadores são tratados como imbecis que, se lhe esplicassem racionalmente o problema, não conseguiriam ou não quereriam compreendê-lo.
País irmão ou país gémeo ?
O diretor do Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal, Délio Cardoso, de quem se espera conduta exemplar no trânsito, está tendo dores de cabeça para explicar uma contradição. Foi flagrado por radares cometendo 42 infrações nos últimos dez anos, a maioria por excesso de velocidade - cinco delas são consideradas graves e a lei inclui entre as penalidades a suspensão do direito de dirigir. O episódio ficou ainda mais constrangedor porque, com base em fotografias de radares, Cardoso já suspendeu a carteira de 30 mil motoristas de Brasília.
Ele tem multas de todo tipo: estacionamento irregular, direção perigosa, não usar cinto, dirigir com apenas uma das mãos no volante e falar ao celular enquanto dirige. Pelas regras do Código de Trânsito Brasileiro, do qual o diretor do Detran é guardião, essas multas somariam 220 pontos - o suficiente para abrir sete processos de cassação da carteira. A infração mais recente, em 18 novembro de 2006, quando ele já estava escolhido para o Detran, foi passar no sinal vermelho. Em julho, com Cardoso já no cargo, a pontuação apareceu lançada, fora de prazo, no registro de outra pessoa, Leonardo da Silva.
Cardoso afirmou que o carro, um Mitsubishi L-200, havia sido vendido um mês antes da infração, conforme autorização de transferência protocolada no Cartório do 1º Ofício de Notas, em 6 de outubro de 2006. Mas o comprador, Paulo Leonardo Montenegro, demorou a efetuar a transferência e a multa acabou indo para o antigo dono.
O diretor não negou que as infrações ocorreram e alegou que é um ser humano como outro qualquer, sujeito a erros. Fez ainda a ressalva de que os veículos multados eram usados não só por ele. "São vários carros, registrados em meu nome, mas usados por minha mulher, familiares e motoristas das nossas empresas por 12 anos."
Pela conduta intransigente contra a " indústria de multas", um dos motes da campanha que elegeu José Roberto Arruda (DEM) governador do Distrito Federal, Cardoso ganhou a direção do Detran. Sobre a incoerência de ter chegado ao cargo prometendo acabar com os pardais (radares que fotografam carros em alta velocidade e emitem multas) e agora, no posto, ter desistido da idéia, passando a incrementar a aplicação de multas e cassações de carteiras de motoristas, Cardoso diz que evoluiu. "Hoje acho que os pardais são um mal necessário para não homenagear assassinos do trânsito. Não existe a indústria de multas. Sem pardais teremos a indústria de cadáveres."
O número de motoristas punidos por ele na capital federal supera o das cidades de São Paulo e do Rio juntas. São 30 mil cassações de carteiras, ante 25 mil de São Paulo e Rio juntos. Uma das vítimas do rigor do diretor do Detran foi o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet, considerado mau motorista e mandado de volta à auto-escola para reciclagem.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Belo (?) Horizonte
A quantidade de feridos e mortos em decorrência de acidentes de trânsito registrada no Anel Rodoviário, na capital, aumentou comparando 2007 (até o último dia 17) com todo o ano passado. Mesmo diante desse cenário não há nenhuma medida de segurança concreta que deve ser adotada nos próximos meses. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMR), que monitora o trecho, foram contabilizados este ano 28 óbitos contra 23, em 2006. O número de vítimas graves pulou de 104 para 128.
...
O major informou ainda que as melhores condições da pista - recapeada em toda sua extensão contribui para que o motorista imprima maior velocidade. O agravante é que nenhum dos dez radares instalados na via funciona. Há cerca de quatro meses venceu o contrato entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e a empresa que faz a manutenção dos aparelhos.
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De acordo com a assessoria de imprensa do TCE, a suspensão ocorreu após a empresa Foto Sensores Tecnologia Eletrônica Ltda, um das concorrentes da licitação, entrar com uma representação na casa alegando irregularidades. A suspensão é uma decisão preliminar do TCE, até que seja analisada as denúncias da empresa. O processo corre em segredo de Justiça. Até que o mérito seja julgado, o que não tem data marcada para acontecer, as estradas vão continuar sem nenhum tipo de fiscalização.
Desde janeiro do ano passado não há radares em funcionamento nas estradas gerenciadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), de acordo com a Setop. Em entrevista coletiva realizada ontem para divulgar o balanço anual da secretaria, o secretário Fuad Noman informou que não há o que fazer no momento para mudar essa situação. “O TCE impugnou a licitação e não podemos fazer nada para acelerar o processo até que eles avaliem se houve algum erro ou não”, disse.
O TEMPO, Belo Horizonte, 19.12.2007
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Estas notícias do Brasil são interessantes e instrutivas. Ficamos a saber que morrem mais pessoas, com ou sem radares, numa única "circular" de Belo Horizonte do que em toda a cidade de Lisboa. Só nessa "circular" existem 10 radares.
Dá ideia que no Brasil proliferam radares às centenas sem conseguir impedir que morram dezenas de milhares de pessoas. Constata-se que a gestão da rede de radares e da sua manutenção é uma fonte de dores de cabeça, de desperdício de recursos e de caos.
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Afinal não sou só eu que o digo...
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Automóveis sem seguro obrigatório
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O número de condutores sem seguro automóvel parece estar a aumentar rapidamente.
Quarenta e nove pessoas morreram e 456 ficaram feridas na sequência de acidentes com automóveis sem seguro obrigatório, no primeiro semestre deste ano.
Veja mais sobre este tema AQUI
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domingo, 16 de dezembro de 2007
Carta por pontos já em 2008
Tendo bem presentes os maus resultados de 2007, o primeiro de dez anos em que o número de mortes nas estradas voltou a subir (mais 27 que em 2006 até ao passado dia nove), o Executivo vai lançar uma ‘Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária’ que terá início em 2008. A pressa de começar a inverter a descida da curva é evidente. O objectivo maior é ficar entre os 10 melhores da Europa.
São 28 medidas, contidas num documento extenso a que o Expresso teve acesso em primeira mão, algumas das quais poderão revolucionar todo o sistema de combate à sinistralidade: carta por pontos, a possibilidade de se tirar a carta nas escolas secundárias ou as inspecções periódicas para as motas são alguns exemplos.
Com metas que extravasam a própria legislatura, definidas para o período entre 2008 e 2015, o Executivo pretende fazer descer o número de vítimas mortais dos 850, registados no ano passado, para não mais que 579. Se tal for alcançado, Portugal ficará, pela primeira vez, melhor que a média da Europa.
Nos próximos dias, o Ministério da Administração Interna (MAI) vai entregar, para apreciação, às várias entidades públicas e privadas que actuam directa ou indirectamente sobre a sinistralidade, estas grandes linhas da estratégia nacional de segurança rodoviária.
O documento foi elaborado por uma comissão conjunta da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e coordenado pelo secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões.
Num retrato exaustivo da evolução da sinistralidade no nosso país desde 1975, foi dada nota positiva aos resultados atingidos no período em que vigorou o Plano Nacional de Prevenção Rodoviária, do anterior executivo - com uma redução de mortos, entre 2003 e 2006, da ordem dos 35% - e foram definidos objectivos mensuráveis.
Em sete anos pretende-se empurrar Portugal para o grupo dos 10 primeiros países da Europa dos 27 com mais baixa sinistralidade rodoviária, colocando o nosso país numa posição melhor que a média europeia.
Em 2006, ano em que Portugal atingiu a maior descida de sempre de vítimas mortais em acidentes rodoviários, com 850, (menos 22%) e em que, pela primeira vez, a barreira do milhar de mortos não foi ultrapassada na história do nosso país, não se conseguiu mais do que um 13º lugar na tabela, ainda assim pior que a média europeia. Para conseguir subir os três lugares, o actual indicador, de 91 mortos por milhão de habitantes, terá que melhorar para os 62.
A fim de alcançar o objectivo estratégico, foram definidas acções que envolvem desde a formação do condutor às infra-estruturas, o socorro às vítimas de acidentes e até uma revisão do Código da Estrada, para consolidar em lei as medidas propostas, como a carta por pontos.
O documento identifica como “factores prioritários” o controlo de velocidade e da condução sob o efeito do álcool e drogas; a formação dos condutores; o socorro às vítimas (“ao nível da prontidão e da criação de uma rede especializada de hospitais”); as auditorias de segurança, principalmente nas estradas nacionais e municipais, e inspecção de sinalização; e a fiscalização da segurança dos automóveis.
O MAI propõe que a coordenação de todo este plano tenha “um elevado envolvimento político ao mais alto nível do Governo e do Estado”, que pode passar pela criação de uma estrutura de coordenação ao nível da presidência do Conselho de Ministros. É também reivindicado que haja “uma definição clara, por parte de cada instituição envolvida, de um orçamento atribuído às acções desenvolvidas sob a sua responsabilidade”.
Este orçamento ainda não está definido, mas grande parte das acções podem beneficiar de fundos comunitários.
MEDIDAS EM DESTAQUE
1. Carta por pontos
O Governo pretende que o sistema esteja em funcionamento até ao final de 2008. A metodologia deverá ser semelhante ao caso francês, onde o condutor começa por ter um determinado número de pontos que vão desaparecendo de acordo com o tipo de infracção que vai cometendo. Se ficar sem pontos, é-lhe retirado o título de condução.
2. Inspecções periódicas para motos
A começar logo no primeiro semestre de 2008, os condutores de veículos de duas rodas a motor vão ter de os levar aos centros de inspecção, à semelhança do que acontece com os automóveis e pesados.
3. Carta de condução nas escolas secundárias
Introduzir nos programas do ensino secundário uma disciplina que prepare os alunos para a condução de veículos ligeiros e de duas rodas. Pretende-se um programa de dois níveis: um que permita a obtenção da licença a partir dos 16 anos (para motos) e outro que dê acesso à carta de condução. Em qualquer dos casos, a obtenção da carta deverá ficar sujeita ao aproveitamento escolar nesta disciplina. Ano lectivo 2010/2011.
4. Formação contínua
Dois programas: um voluntário, para os condutores que queiram actualizar conhecimentos, outro obrigatório, para aqueles condutores cujo comportamento implique proibição de conduzir ou que tenham estado envolvidos em acidentes mais graves. Também se quer consolidar os cursos de condução defensiva, medida que fica para depois de 2009.
5. Rede nacional de radares
No segundo semestre do próximo ano deverá iniciar-se a colocação em todos os itinerários principais do país dos equipamentos (radares) do chamado sistema nacional de fiscalização automático de velocidade. O objectivo é reforçar o cumprimento dos limites de velocidade.
6. Ultrapassagens proibidas
As estradas nacionais vão ser sujeitas a uma requalificação, de forma a eliminar as manobras de ultrapassagem utilizando a via de sentido oposto.
Expresso, 15 de Dezembro 2007
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A primeira observação que esta notícia merece é a de que a pomposa "estratégia" não foi precedida de nenhum estudo sério das causas dos acidentes. Não seria melhor começar por perceber porque é que em 2007 o número de mortos sobe em vez de descer ?
Propõe-se elevar Portugal, em termos de sinistralidade rodoviária, até ao 10º lugar na Europa (agora é 13º). 10º porquê ? porque não 7º ou 4º ? temos aqui um secretário de estado que ambiciona ser minstro ?
Quanto às medidas propostas há aquelas que preocupam como a "Rede Nacional de Radares" (os brasileiros já conhecem há muito tempo e chamam-lhe a Indústria das Multas) e a ideia peregrina de acabar com as ultrapassagens (como ? vamos ter que acompanhar a camioneta da palha durante 50 kms ?). Continua a funcionar a ideia absurda de que reduzir a velocidade de circulação só tem consequências positivas; a verdade é que a diminuição de 60 para 50 km/h, num país como Portugal redunda na perda de 14 milhões de dias/homem.
A introdução da "carta por pontos" parece-nos uma excelente ideia mas está dependente da correcção de alguns absurdos legais. Enquanto os limites legais de velocidade estiverem completamente desadequados da realidade a introdução da carta por pontos produzirá resultados absurdos.
Parece não haver nesta estratégia qualquer medida destinada a obviar as distracções ao volante que em Espanha são causa de 37 % dos acidentes; estou a falar de publicidade na berma das estradas e dos gadgets que pululam dentro dos automóveis, por exemplo.
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sábado, 15 de dezembro de 2007
O jogo das escondidas

Na terça-feira (18), um dos aparelhos estará na Av. Maranhão, nos dois turnos, em frente ao nº 3343. O outro radar estático permanecerá, durante todo o dia, na Av. Barão de Castelo Branco, próximo ao nº 1010.
Quarta-feira (19) um dos aparelhos estará na Av. Dos Expedicionários, próximo ao n° 3967, durante a manhã e à tarde. E o outro radar ficará na Av. Homero Castelo Branco, ao lado do n° 1608, nos dois turnos.
Para a quinta-feira (20) a programação determina que um dos radares seja localizado na Av. Barão de Castelo Branco, ao lado do n° 1010, durante os dois períodos. O segundo radar estará na Av. Maranhão, em frente ao Bloco C – Centro Administrativo, pela manhã e à tarde.
Na sexta-feira (21) um radar será localizado na Av. Homero Castelo Branco, ao lado do n° 1038, durante os dois turnos. O outro aparelho será instalado na Av. Dom Severino, em frente ao n° 2451, também nos dois turnos.
No sábado (22), quando os radares estáticos funcionam apenas no turno da manhã, um dos aparelhos estará na Av. Poty Velho, em frente à Quadra A, Lote 5. O outro também estará na Av. Poty Velho, mas próximo à Quadra A8, Lote 4.
TV Canal 13, 14.12.2007
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Divertidíssimo... ou degradante, conforme o ponto de vista.
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
200 mil euros para radares em Lisboa até 2011
De acordo com o plano plurianual de investimentos 2008/2011, apresentado no âmbito do orçamento da autarquia para o próximo ano, a manutenção e conservação de vias vai absorver a maior fatia, com um total de 24,8 milhões de euros.
As novas vias vão absorver um investimento global de 5,7 milhões de euros.
Só em 2008, o executivo liderado por António Costa (PS) tenciona investir 4,3 milhões de euros na manutenção e conservação de estradas e 776 mil euros em novas vias.
Mas vai ser no ano de 2011 que se deverá registar o maior esforço financeiro, com cerca de um terço (10,5 milhões de euros) do total dos investimentos previstos para os próximos quatro anos.
O plano plurianual apresentado terça- feira por António Costa prevê ainda um gasto de mais 200 mil euros na aquisição e instalação de radares de controlo de velocidade até 2011.
Actualmente, a cidade de Lisboa tem a funcionar 21 radares de controlo de velocidade.
Os radares estão colocados na Segunda Circular, nas avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília, de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho e nos túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal, e da Avenida João XXI, bem como na Radial de Benfica.
Os critérios que estiveram na base da escolha destas 14 vias foram o elevado índice de sinistralidade, a inexistência de semáforos e serem saídas de túneis.
Trinta por cento do valor das coimas cobradas por excesso de velocidade é entregue à Câmara de Lisboa, que suporta a Polícia Municipal, os seus recursos humanos e equipamento, 40 por cento reverte para o Estado, 20 por cento para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e 10 por cento para o Governo Civil.
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Raul dos Santos sem imunidade
O deputado social-democrata José Raul dos Santos esteve envolvido num acidente de viação, no Príncipe Real, em Lisboa. Quando as autoridades chegaram ao local, o deputado recusou-se a soprar no balão. Mais tarde, e perante a insistência da polícia, terá abandonado o local do acidente.
O Ministério Público decidiu acusar o ex-autarca de Ourique de desobediência às autoridades e fuga de um local de crime.
O pedido de levantamento da imunidade do deputado foi aprovado esta quarta-feira de manhã, pela Comissão Parlamentar de Ética.
SIC Online, 12.12.2007
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Antigo presidente da Câmara de Lisboa apanhado em excesso de velocidade
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007
A velocidade como fonte de prazer
Com algumas escoriações na face e ainda incrédulo com o sucedido enquanto ia retirando os destroços, Manuel Cavaco, de 50 anos, pasteleiro, descreveu ao DN o susto que apanhou pelas 04.20 de ontem, quando um Audi 80 se despistou à saída de Faro, na EN125, perto das pontes de Marchil, derrubou uma oliveira e colidiu violentamente contra a sua casa, situada no lado oposto da via.
O condutor e único ocupante do veículo com motor transformado de um Porsche, segundo soube o DN, teve morte imediata. Tinha 26 anos e era proprietário de um café em Faro.
O Audi 80, que seguia no sentido Faro-Loulé, ainda transpôs três vias de rodagem até embater contra uma árvore e a habitação, já antiga e constituída apenas por rés-do-chão.
O comandante dos Bombeiros Municipais de Faro, Vítor Afonso, garantiu ao DN estar-se perante um caso de "bastante velocidade excessiva", numa zona onde o limite é de 50 a 60 quilómetros por hora.
Dois acidentes de viação, na mesma página do DN de 10 de Dezembro de 2007.São dois exemplos de acidentes que nunca poderão ser evitados pelo abaixamento dos limites legais de velocidade nem pelo controle dos radares (é impossível ter um radar em cada kilómetro de estrada).
O verdadeiro problema não foi, em qualquer dos casos, terem excedido os 50 km/h que a lei estabelece (se o limite fosse 30 também teriam desobedecido). Se circulassem a 60 km/h continuavam acima do limite legal mas o acidente não teria acontecido.
O problema foi a completa inadequação da velocidade às condições concretas em que os veículos circulavam.
Quando a velocidade surge como fonte de prazer é necessário procurar as causas dos acidentes na publicidade aos automóveis e nas transmissões televisivas das provas automobilísticas, por exemplo.
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Meta europeia para mortes na estrada não será atingida em 2009
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Público
10 de Dezembro 2007O objectivo da União Europeia (UE) era reduzir para 50 por cento o número de mortos e de feridos graves relativamente à média de 1998-2000. Mas em Portugal a diminuição da sinistralidade rodoviária estava a descer de forma tão significativa que o Governo decidiu antecipar a meta para 2009 mas agora não será possível cumpri-la.
No ano passado parte do objectivo foi alcançado. Este ano, com o aumento de quase cinco por cento no número de mortos nas estradas até 2 de Dezembro e prevendo que o resto do mês mantém pelo menos os níveis de 2006, voltaremos atrás.
Paulo Marques, presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), admite que tal possa acontecer. Mas lembra que se ficará sempre muito próximo da meta para 2009. O objectivo da UE era descer até às 874 vítimas mortais, o que não se atingiria com as 883 mortes expectáveis no cenário que o PÚBLICO apresentou. Neste momento estão contabilizadas 802 mortes até 2 de Dezembro, ou seja, mais 37 do que no ano passado.
Acima de tudo, Paulo Marques não vê os resultados deste ano como uma inversão numa tendência descendente com uma década. "O ano passado tivemos uma descida anormal de mais de 22 por cento, quando a média dos outros anos ronda os oito. Agora o sucesso de 2006 pesa-nos", argumenta. Atribui o aumento à aleatoriedade dos acidentes e lembra que os números são muito inferiores aos de 2005. Depois realça que os feridos graves continuam a descer assim como os ligeiros. Os últimos dados disponíveis confirmam uma descida de 356 feridos graves (11,2 por cento) e de menos 1020 feridos ligeiros (2,6 por cento).
Acidentes com muitos mortos
O presidente do Observatório da Segurança das Estradas e Cidades, Nuno Salpico, acredita que devido à crise económica muitos estejam a fugir às portagens. "As pessoas evitam as auto-estradas que genericamente são mais seguras e optam por circuitos mais antigos, como as estradas nacionais que têm defeitos gravíssimos de segurança", defende o juiz. "São estradas construídas com condições de segurança para 50 ou 60 km/h e depois é permitido lá circular a 90 km/h", completa Nuno Salpico.
Luís Picado Santos, responsável pela segurança rodoviária no departamento de engenharia civil da Universidade de Coimbra, não considera "extraordinariamente preocupante o aumento do número de vítimas mortais". Na sua opinião este crescimento está sujeito a flutuações que dependem de alguns grandes acidentes.
"Ainda que haja um número de mortes relativamente alto, o efeito daquele acidente com um autocarro na A23 que só de uma vez provocou 16 mortos torna-se significativo", exemplifica o docente.
Apesar de reconhecer que a partir de agora a descida é cada vez mais difícil, Luís Picado Santos considera que ainda há condições para manter a tendência decrescente. "É preciso continuar a apostar na maior consciencialização dos dos cidadãos e numa maior fiscalização", defende. E reconhece que nos últimos anos se evoluiu muito: "Temos melhores infra-estruturas, melhor fiscalização e, em geral, os veículos oferecem uma segurança passiva mais ampla".
Pessoas menos expostas
Carlos Rodrigues, director do Laboratório de Análise de Tráfego, da Faculdade de Engenharia do Porto, considera qualquer aumento "muito preocupante" e lamenta que Portugal ainda esteja acima da média europeia a 25 e muito longe de países como a Suécia ou o Reino Unido, referências neste campo. Depois de uma grande evolução desde 1995, o ano passado a média da Europa (ainda a 25) era de 86 vítimas mortais por milhão de habitantes e Portugal já chegava perto: 91. Seis por cento acima da média, mas muito longe dos 43 da Holanda, dos 49 da Suécia e dos 56 do Reino Unido.
Carlos Rodrigues lembra que desde 2004 que o consumo de combustível tem baixado, o que implica que as pessoas têm estado menos expostas. E avisa: "O principal problema é os cerca de 70 por cento de acidentes dentro das localidades. Até Setembro o número de atropelamentos era superior a 90 por cento."
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Este texto é um tratado, uma demonstração da atitude científica dos especialistas consultados.
Fala-se de "redução anormal em 2005" (porquê ?), de "pessoas que evitam as auto-estradas" (em que medida ?) e de "flutuações que dependem de alguns grandes acidentes" (estamos portanto no domínio do aleatório ?).
Para culminar compara-se Portugal com a Suécia e com o Reino Unido (porque não com a Grécia e a Hungria, não seria mais lógico ?).
Na histeria que envolve os acidentes de viação vale mesmo tudo...
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domingo, 9 de dezembro de 2007
As legendas do DVD
Velocidade a mais, avaria, gelo, distracção? Ontem, ao final do dia, continuavam em aberto todas as hipóteses que poderão explicar o despiste, na sexta-feira à noite, de um autocarro com 16 portugueses na província catalã de Lérida, no Nordeste de Espanha. Um dos dois motoristas e dois passageiros (um homem e uma mulher) morreram e 13 pessoas ficaram feridas, quatro com gravidade. A viatura era nova e o condutor experiente. Em Maio de 2005, um outro autocarro despistara-se na mesma zona; nessa altura não houve vítimas mortais.Passava pouco das 23h00 (menos uma hora em Lisboa) quando o autocarro saiu da estrada C13, numa ponte em La Sentiu de Siu. Numa zona de curva apertada, abalroou o separador, caiu por uma ribanceira e acabou por capotar - o estado em que ficou não parece deixar dúvidas quanto a isso.
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sábado, 8 de dezembro de 2007
Lisboa multa mais 50% do que o país
.Em apenas três meses, os radares fixos da Câmara de Lisboa registaram mais 40 mil infracções que a GNR e a PSP em todas as estradas do país. Isto em 2006, dentro e fora das localidades.
Os dados até agora coligidos pela Polícia Municipal entre 17 de Julho e 25 de Outubro dão conta de 129.749 infracções. Segundo as estatísticas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), no ano passado, foram detectadas 88830 infracções ao limite de velocidade estipulado, ou seja, mais 50%. Se se comparar apenas as multas dos radares da capital com as das localidades de todo o país, a diferença é brutal: sobe para o triplo.
Fazendo as contas pelo valor mínimo das coimas, 60 euros, o valor teórico cobrado seria de 7,7 milhões de euros, Mas a Câmara “ainda não viu nada” lamentou o director do departamento de Tráfego do município, Carlos Pereira, responsável pela gestão técnica dos equipamentos, num debate realizado no Instituto Superior Técnico sobre os radares de Lisboa. Segundo a lei, só no ano seguinte o Estado faz a distribuição das multas e a Câmara recebe 30%. A ANSR não respondeu ao pedido do Expresso para saber o número de coimas que já foram pagas.
Numa mesa que prometia polémica, com o o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, e os professores do IST José Manuel Viegas, especialista em urbanismo e transportes e João Dias, perito em simulação de acidentes, aquele quadro superior da CML reconheceu que “alguns radares não estão nos locais mais adequados”.
Na opinião de Carlos Pereira, “vão ter que ser instalados mais radares em algumas vias, como a 2ª circular, ou a Infante D. Henrique, para que se consiga obter uma velocidade baixa constante”. No entanto, “como não há dinheiro para comprar mais radares, vamos ter de os retirar de outra ruas”. Não adiantou quais, até porque, essa correcção está neste momento a ser avaliada por uma comissão nomeada pelo presidente da autarquia.
Carlos Barbosa disse que concorda com a utilidade dos radares na redução de velocidades, muito embora estes “tenham sido colocados sem qualquer critério”. E provocou: “Os lisboetas têm um grande azar em ter o dr. António Costa como presidente. Já quando estava no Governo não tinha a menor sensibilidade para a segurança rodoviária. ‘Desviou’ dinheiro da prevenção para comprar pistolas para as polícias”.
José Manuel Viegas destacou a “mudança psicológica que já se nota na atitude dos condutores”, a qual “só por si, já é sinal de sucesso dos radares”. Viegas defendeu até uma diminuição de velocidade em algumas zonas residenciais para os 30 km/hora.
Uma posição que foi ao encontro das preocupações do colega João Dias. coordenador do Núcleo de Investigação de Acidentes. As simulações feitas pelo seu departamento mostram que um peão atropelado a 30 km/h tem 80% de hipóteses de sobreviver. Essa esperança reduz-se para 50% se o carro circular a 45 km/h e para zero, se a velocidade for de 80 km/h.
De acordo com as investigações do seu departamento, deviam ser colocados radares noutras vias, que concentraram grande parte dos acidentes graves da cidade: as avenidas 24 de Julho, Almirante Reis, da Liberdade e da República.
Este encontro está inserido num ciclo de debates promovido pela Associação de Estudantes do IST, em parceria com o Expresso. O próximo será dia 18, sobre o novo aeroporto de Lisboa e o TGV.
Valentina Marcelino, Expresso 8 de Dezembro 2007
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A verdade é que se desconhecem ainda os efeitos, para o bem e para o mal, da instalação dos 21 radares de Lisboa. A petição on-line que recolheu mais de 10.000 assinaturas não deixa margem para dúvidas: os cidadãos não aprovam os radares pelo menos nos locais, e com os limites de velocidade, actuais.
O atropelamento na Infante D. Henrique, junto ao Terreiro do Paço, mostrou que não basta ter um radar cobrindo 100 metros numa avenida com dez kilómetros. Mesmo que os 21 radares de Lisboa fossem todos postos na Infante D. Henrique não podiam garantir os 50km/h em toda a sua extensão.
As medidas deste tipo só servem para se fingir que se está a fazer alguma coisa e escapar à pressão brutal dos media que vampirizam sempre qualquer desgraça.
O trabalho sério de pesquisa das causas e procura/invenção de soluções fica para as calendas. No caso do autocarro sinistrado na A-23 já anunciaram que talvez só daqui a 8 meses se conheçam as causas do acidente.
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Em cima do joelho
O Governo vai lançar em 2008 um concurso para a instalação de 100 radares destinados a reduzir a velocidade na rede principal de estradas, anunciou esta terça-feira o ministro da Administração Interna, Rui Pereira.
"Em 2008 vamos - e isso é um desafio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) - desenvolver um plano para combater o excesso de velocidade e para esse combate, efectivamente, a colocação de radares é importante", afirmou Rui Pereira à margem da apresentação do dispositivo "Operação Especial de Prevenção e Fiscalização Rodoviárias 2007".
Portugal Diário, 4 Dezembro 2007
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A ANSR vai lançar concurso para aquisição de mais 100 radares sem ter concluído o estudo dos efeitos dos 21 radares instalados em Julho 2007.
A única coisa que se sabe é que no ano em que os 21 radares foram instalados, segundo as notícias dos jornais, aumentou o número de mortos nas estradas portuguesas.
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Contabilidade macabra
Cerca de 800 pessoas morreram já este ano em acidentes rodoviários nas estradas de Portugal Continental, mais quase 40 do que em igual período de 2006, segundo dados hoje divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Entre 1 de Janeiro e domingo morreram nas estradas do Continente 802 pessoas, mais 37 que em igual período do ano passado. Só na semana que terminou domingo, o número de mortos em acidentes de viação atingiu os 11, além de 49 feridos graves e 751 ligeiros, ainda segundo a ANSR. Por distritos, nos 11 meses cumpridos este ano Lisboa teve o maior número de vítimas mortais (101), seguido de Setúbal (87) e Porto (86), enquanto Portalegre registou a mais baixa sinistralidade (12 mortos), seguido de Vila Real (13) e Évora (19).
Jornal de Notícias, 4 de Dezembro 2007
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A ANSR já devia ter percebido que não constitui um departamento contabilístico. O seu papel não devia ser apenas contabilizar o número de acidentes ano após ano.
Depois de vários anos de redução acentuada da sinistralidade parece que 2007 se revela uma inversão nessa tendência. À ANSR compete perceber porquê, explicar aos cidadãos o que aconteceu e tomar medidas adequadas às causas dos acidentes.
Usando as causas preferidas da ANSR pode perguntar-se: em 2007 os cidadãos foram ainda mais irresponsáveis ? andaram ainda mais depressa ?
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
As causas do acidente na A-23 só daqui a 8 meses ?
O acidente da A23, faz hoje um mês, ainda está numa fase inicial de investigação, prevendo-se que apenas esteja concluída no final do primeiro semestre de 2008. Faltam realizar perícias, nomeadamente a reconstituição do acidente, e ouvir testemunhas entre as quais os condutores, segundo apurou o DN.
No dia 05 de Novembro, ainda não tinham batido as 20.00 horas, quando um autocarro da Câmara Municipal de Castelo Branco (CMCB) colidiu com um veículo ligeiro. O transporte público levava 38 pessoas, alunos e acompanhantes da Universidade Sénior local, e caiu por uma ravina próximo de Vila Velha de Rodão. Morreram 16 passageiros e três feridos graves ainda se encontram no hospital distrital , um dos quais nos cuidados intensivos. No automóvel seguiam o condutor e três ocupantes, que ficaram com ferimentos ligeiros.
É o número elevado de pessoas envolvidas no acidente que transformou esta investigação num processo complexo, disse ao DN o tenente Miguel Silva, comandante de destacamento da GNR de Castelo Branco.Estão identificados os veículos e os condutores envolvidos no aci- dente, o que torna mais simples um inquérito, mas falta apurar responsabilidades e, para isso, é necessário ouvir todas as testemunhos, acrescentou.
"Não é um caso complexo em termos de acidente rodoviário, mas dado o elevado número de vítimas mortais, há muitas questões a analisar. Ainda falta realizar perícias e ouvir algumas pessoas", justificou o tenente Miguel Silva.A GNR é a autoridade a quem o Ministério Público de Castelo Branco delegou a investigação e só depois da entrega do relatório é que a procuradora-adjunta, Alexandra Martins, irá analisar as provas. Mas a magistrada tem acompanhado a investigação, tendo estado presente em algumas diligências da GNR.
Os dois condutores ainda não foram ouvidos, até porque o motorista do autocarro está em convalescença em casa, depois de ter realizado uma operação à coluna nos Hospitais da Universidade de Coimbra, a 13 de Fevereiro. E falta inquirir alguns passageiros , o que faz supor que a investigação apenas esteja concluída no prazo máximo previsto por lei."Nos termos do artigo 276, do Código de Processo Penal, o prazo máximo para a duração do inquérito, em princípio, é de oito meses para casos como o presente", respondeu ao DN a magistrada Alexandra Martins.O autocarro sinistrado está no estaleiro da CMCB. A falta de um veículo impossibilita que a autarquia realize viagens para fora do distrito.
DN, 5 de Dezembro 2007
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Há um equívoco nesta maneira de actuar. Tem que se tornar claro que uma coisa é a determinação dos responsáveis pelos acidentes, que compete aos tribunais com todos os seus procedimentos e atrasos, outra bem diferente é a questão "técnica" de esclarecer os factores que estiveram na sua origem para alimentar as estatísticas da prevenção rodoviária.
O tribunal poderá levar anos a tratar um acidente e até pode chegar ao fim e não ter uma decisão concludente sobre a responsabilidade pela ocorrência. As provas podem ser insuficientes, os vários advogados das companhias de seguros podem suscitar incidentes processuais, etc, etc.
Em paralelo, independentemente dos tribunais, tem que haver um corpo de especialistas que, para meros efeitos de prevenção rodoviária, sem necessitar de saber quem foram as pessoas intervenientes, estuda os acidentes e atribui uma probabilidade a cada um dos factores que o causaram.
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terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Caos Legislativo
.Um recente caso escandaloso é o das Estradas de Portugal. Entregou-se a uma sociedade anónima uma função essencial do Estado, a liberdade de circulação, pois estradas abertas constituem um direito fundamental de cidadania. Qual a razão? A bomba de relógio financeira das SCUT, criada na ilusão de obter dinheiro privado para infra-estruturas, está a explodir. Por isso entrou-se numa fuga para a frente, generalizando a abordagem. Quando o primeiro-ministro afirmou em 16 de Novembro que a nova empresa tem por objectivo a "sustentabilidade financeira", ele sabe que isso só será possível com uma qualquer forma sofisticada dos antigos bandoleiros dos atalhos.
Enquanto aliena funções fundamentais, a sempre crescente máquina estatal atarefa-se a tratar da violência doméstica, inovação tecnológica, galheteiros nos restaurantes, embalagens de brinquedos. Proíbe o fumo, o ruído e o excesso de velocidade, promove o aborto e facilita o divórcio. Dizemos ser um país livre, mas é impossível a matança do porco, brindes no bolo-rei, ou termómetros de mercúrio.Tudo isto no meio de uma fúria legislativa, onde novas versões de diplomas surgem antes de secar a tinta nas anteriores. Um exemplo sugestivo, já que se fala de trânsito, é o Código da Estrada.
O Estado, que se demite da gestão rodoviária, está cada vez mais enfiado com o condutor ao volante. Como andar de automóvel não muda há décadas, seria de esperar estabilidade nessa legislação fundamental que afecta toda a população. Pelo contrário, esse campo é um emaranhado de diplomas.Referindo apenas os principais, tínhamos um código, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de Maio, que foi depois revisto e republicado pelos DL 2/98, de 3/1, e 265-A/ 2001, de 28/9, e alterado pela Lei 20/2002, de 21/8. Então o Governo decidiu criar um novo Código, que aprovou pelo DL 44/2005, de 23/02. Desde então, nestes dois anos já foram publicados 26 novos diplomas que o complementam, corrigem e acrescentam. São quatro leis, cinco decretos-leis, dois decretos regulamentares, seis portarias e nove despachos.
O site da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, na secção Trânsito, tem um total de 46 diplomas que devemos conhecer cada vez que entramos num carro.O mais incrível é que os responsáveis não se dão conta de que esta profusão legislativa apenas manifesta a sua tolice, impotência e incapacidade. O Estado tornou-se uma galinha tonta, a correr em todos os sentidos. As gerações futuras vão divertir-se com este tempo infantil que acha que a lei resolve tudo mas não consegue decidir qual lei o deve fazer.
DN, João César das Neves, 3 de Dezembro 2007
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Prioridades
"A GNR leva tudo o que é deles. Os equipamentos de controlo de velocidades, balanças para pesar transportes de mercadorias e outros meios de fiscalização do tráfego rodoviário não passam para a PSP, pelo que os agentes não vão ter meios para desempenhar as suas funções. Nem sequer vão ter viaturas suficientes para andar em circulação constante a patrulhar as estradas".
O alerta é lançado pelo presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, António Ramos.Salienta que uma das situações "mais graves" refere-se à Divisão de Oeiras. Com a saída da GNR, prevista para 15 de Dezembro, a PSP passa a ter "mais três esquadras - Queijas, Porto Salvo e Barcarena -, ficando com a responsabilidade da Estrada Marginal (EN6) desde a rotunda de Carcavelos até Algés, a auto-estrada de Cascais (A5) e uma parte do IC19".
De acordo com o sindicalista, aquela divisão "vai tomar conta de uma área muito grande. E prevêem-se complicações no serviço".Lembra, a propósito, que "de manhã há sempre problemas de trânsito na Marginal e na A5. Se enviarem para lá os meios necessários, ficam sem efectivo para mais nada".Actualmente, a Divisão de Oeiras da PSP "apenas se responsabiliza pelo serviço de trânsito nos centros urbanos e já se debate com carência de viaturas. Só há um carro em cada esquadra, o que é insuficiente. Cada esquadra deveria ter quatro viaturas", sublinha António Ramos.
Acrescenta que na Divisão de Oeiras "vai ser criada uma secção destacada de trânsito e ainda não foi anunciado nenhum reforço de efectivos nem de carros para patrulhar toda aquela área". Para se pronunciar sobre estas questões, o DN contactou a Direcção Nacional da PSP e o Ministério da Administração Interna, mas nenhum responsável dos dois organismos se disponibilizou para o fazer.
DN, 02.12.2007
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Pois é, o MAI não parece preocupado com estas consequências resultantes da redistribuição de àreas de actuação da GNR e da PSP. Andam ocupados a adjudicar radares fixos.
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domingo, 2 de dezembro de 2007
Faz hoje um mês
. Faz hoje um mês que aconteceu o grave acidente do Terreiro do Paço, ao qual se sucederam o de Tires e o da A-23.
Apesar de toda a exploração mediática as autoridades rodoviárias continuam, tal como previmos, a eximir-se ao esclarecimento público das causas dos acidentes. Em vez disso a ANSR divulga a aquisição de centenas de radares para enxamear o país.
Se ainda não assinou a petição on-line "Queremos conhecer as causas dos acidentes" sugerimos que o faça em:
http://www.gopetition.com/petitions/queremos-conhecer-as-causas-dos-acidentes.html
Se já assinou sugerimos que a divulgue junto dos seus amigos.
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sábado, 1 de dezembro de 2007
Eta Brasil !
Para reverter esse quadro dramático, a experiência internacional indica que são necessárias ações nas três principais áreas: Engenharia, Educação (conscientização e capacitação) e Esforço Legal (legislação, fiscalização e punição).
E nós, no Brasil, o que estamos fazendo? Muito pouco. Na verdade, a única ação disseminada por todo o país para combater a violência no trânsito é o uso de radares. A principal razão para o "sucesso" dos radares no Brasil é a vultosa receita auferida com as multas (conseguida, muitas vezes, com a fixação de limites de velocidade abaixo dos valores tecnicamente indicados). Tudo estaria ótimo se o emprego de radares realmente apresentasse resultados satisfatórios. O problema é que isso não acontece. Excetuando a efetividade dos radares fixos em locais específicos, o emprego desses dispositivos tem se mostrado inócuo para, por si só, reduzir a acidentalidade, tanto nas rodovias como nas cidades.
Pesquisa realizada pela USP na rodovia Washington Luís mostrou que o emprego dos radares não foi satisfatório no combate à acidentalidade. Em Araraquara, o número de mortes no trânsito praticamente dobrou nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao ano passado e o número de acidentes cresceu cerca de 20%. Tudo isso com as multas por radares atingindo cifras astronômicas.
O CONTRAN - órgão do governo federal que legisla sobre a matéria, está perdido. Primeiro, determinava que era obrigatório sinalizar a existência do radar; depois, que não era; e, agora, volta atrás e determina que é novamente obrigatório sinalizar - certamente, por pressão da opinião pública que se encontra perplexa com a quantidade de multas aplicadas sem nenhum resultado prático.
Duas determinações importantes da legislação atualmente em vigor: a sinalização indicando a presença do radar deve estar a uma distância correta (fixada em "lei") e o radar somente pode ser colocado em local que apresenta alta acidentalidade e que se mostre efetivo na redução dos acidentes. Daí a exigência da realização de estudos e a disponibilização deles para a sociedade. Você acredita que essas determinações sempre são obedecidas aqui e acolá? A resposta é não. Dois exemplos de locais onde são colocados radares em desacordo com a lei: na Av. Domingos Zanin logo na entrada da cidade e na Rodovia SP-255 logo na saída para Jaú.
Quer mais: há informações fidedignas que algumas "autoridades" interplanetárias locais andam atuando para retirar multas de trânsito, sobretudo aquelas efetuadas mediante radares.
É, ou não, um contexto absurdo digno de um conto de Kafka? Eta Brasil!
(1) Franz Kafka, nascido na antiga Checoslováquia, é considerado um dos grandes escritores de todos os tempos. Suas obras são direcionadas para a opressão burocrática das instituições e a fragilidade do homem comum frente a problemas cotidianos. Uma das suas obras mais famosas é A Metamorfose, cujo personagem principal é o homem tornado inseto frente à realidade burocrática avassaladora - exatamente o que muitas vezes vivenciamos no mundo atual.
(*) É professor da USP e presidente do Diretório do PSDB.
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No Brasil há centenas de radares instalados nas estradas para enfrentar uma situação gravíssima (lá podem usar a palavra sem receio de estar a exagerar). Parece, por este testemunho, que os radares não têm sido eficazes na redução dos acidentes apesar do investimento brutal que representam.
As centenas de radares estão também a alimentar no Brasil chorudos negócios paralelos como este da ilustração acima relativa às tintas que impossibilitam a fotografia das matrículas.
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sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Uma questão de equilíbrio
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Há muitos anos, num passeio ao Buçaco, encontrei um professor do liceu de Gaia que sustentava a tese de serem todas as doenças mentais redutíveis a problemas intestinais. A depressão, a esquizofrenia, a paranóia, a doença bipolar, tudo o que possa caber na categoria da saúde mental, não passaria, ao cabo e ao resto, de mau funcionamento dos intestinos, de refluxos gástricos que se projectariam nas ondas cerebrais, fazendo-as correr tortas. Corrigida a prisão de ventre, ia-se a mania da perseguição; sanada a diarreia, acabavam-se os maus humores…
Era uma excepção. A generalidade das pessoas que eu conheço atribui o bem-estar e a saúde a um equilíbrio geral da mente e do corpo que pressupõe uma atenção diversificada e dirigida a cada uma das suas partes. Não se cuida da saúde tratando só do fígado ou concentrando obcecadamente todo o cuidado na prevenção das doenças da bexiga. Há que levar em linha de conta o conjunto e o equilíbrio de todas as partes que o formam.
Estranhamente, esta linha razoável de raciocínio não prevalece quando falamos de doenças sociais. Uma percentagem muito significativa dos cidadãos pensa nos problemas da comunidade como o professor do liceu de Gaia pensava nos intestinos. Atribui todos os males do mundo a uma causa só e entrega-se generosamente ao seu combate. Usualmente, vai mesmo mais longe e atribui a uma única causa a causa única dos males do mundo.
São os defensores de causas.
Por exemplo, a Associação dos Cidadãos Automobilizados atribui toda a humana infelicidade aos acidentes de viação e estes, ao excesso de velocidade. Assim, com fé genuína e piedosa, acredita cegamente que o paraíso terreal chegará com o advento dos semáforos nas auto-estradas e dos radares e das lombas limitadoras de velocidade, em todos os caminhos vicinais que liguem duas quaisquer habitações da ilha do Corvo.
Texto publicado no Blogue "Funes, el memorioso" em 27.11.2007
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quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Distracções ao volante
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terça-feira, 27 de novembro de 2007
GNR de Ovar apreendeu 13 automóveis que se dedicavam ao street racing na A1
Corridas ilegais decorriam habitualmente nas noites de domingo para segunda-feira, com concentração de condutores e assistentes na área de serviço de Antuã
Para conseguir apreender as viaturas de street racing, por condução perigosa, as autoridades policiais encetam vários meses de investigação, normalmente, com agentes infiltrados junto do local das corridas, recolhendo provas que confirmem o ilícito criminal. Podem ainda actuar ao abrigo da Código da Estrada, autuando as alterações às características dos veículos ou as situações de excesso de velocidade.
a O destacamento da GNR de Ovar procedeu, durante a madrugada de ontem, à apreensão de 13 viaturas que estavam referenciadas pela prática de corridas ilegais na Auto-Estrada do Norte (A1). A operação, que contou com o apoio do destacamento de Oliveira de Azeméis e da Brigada de Trânsito de Aveiro, resultou de uma investigação criminal que vinha decorrendo desde Março. Os proprietários e condutores dos veículos foram já constituídos arguidos e segundo garantiu fonte policial a investigação irá prosseguir, não estando descartada a possibilidade de virem a ser realizadas mais apreensões.
As averiguações encetadas pelo Núcleo de Investigação Criminal do destacamento de Ovar, há já vários meses, confirmavam a prática daquilo que é designado como street racing na A1, na zona da área de serviço de Antuã, normalmente nas noites de domingo para segunda-feira. Sempre sob a atenção de muitos assistentes - que se apinhavam nas passagens superiores ou junto à estação de serviço - e com viaturas a circular a velocidades superiores a 200 km/h. Ontem de madrugada, a GNR conseguiu surpreender alguns dos veículos e condutores referenciados.
Numa primeira fase, a operação policial, que envolveu cerca de 80 militares da GNR, centrou atenções no local normalmente usado pelos condutores e assistentes para se concentrarem antes das corridas, em Oliveira de Azeméis. Chegados à zona do pavilhão da Oliveirense, os efectivos procederam à identificação de alguns condutores e assistentes, procedendo também "à apreensão de duas viaturas que estavam indiciadas pela prática de condução perigosa", adiantou o major Manuel Afonso, do destacamento de Ovar da GNR.
Depois desta primeira acção, que se estendeu entre as 23h30 de anteontem e as 01h de ontem, a GNR realizou depois, a partir das 7h, várias buscas em residências de Estarreja, Ovar e Albergaria-a-Velha, apreendendo mais 11 veículos referenciados por condução perigosa. "São viaturas que atingem velocidades de 200 km/h, e algumas que chegam aos 300", especificou o comandante do destacamento responsável pela operação.
Esta prática de corridas ilegais na A1 não é caso exclusivo no distrito de Aveiro. Durante vários anos, o destacamento de Aveiro da GNR detectou problema semelhante na Zona Industrial da Mota, Ílhavo. Nas noites de sexta-feira e sábado, o local chegava a registar uma afluência de várias centenas de pessoas, entre público e condutores participantes.
As corridas naquela zona chegaram a acabar em tragédia: um choque entre duas motos provocou, em 2004, um morto e quatro feridos. No caso das corridas da A1, as autoridades garantem que aquela prática já esteve na origem de um despiste de um automóvel que foi surpreendido pelas manobras dos street racers.
Público, 27.11.2007
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Assim é que eu gosto, perseguir quem merece ser perseguido.
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segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Carros sem o seguro obrigatório
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Só no primeiro semestre deste ano, 49 pessoas morreram e 456 ficaram feridas em acidentes com carros sem o seguro obrigatório. São dados do Fundo de Garantia Automóvel. Só no primeiro semestre de 2007, foram abertos mais de 2800 processos a acidentes com automóveis sem seguro. Entre eles, estão 186 casos de contramão e 36 atropelamentos.
A maior parte dos acidentes com viaturas sem apólice válida resulta, no entanto, apenas em danos materiais. Nestes casos, cabe ao Fundo de Garantia Automóvel a tarefa de indemnizar as vítimas.
De acordo com este organismo, não é fácil identificar os condutores sem seguro nas estradas portuguesas e, muitas vezes, nem as autoridades policiais estão em condições de ajudar, por falta de meios.
A solução para o problema pode passar pela intimidação dos infractores e pelas novas regras do seguro automóvel. Segundo a nova legislação, os veículos envolvidos em acidentes que não tenham os documentos em dia são apreendidos e podem, mais tarde, ser vendidos em hasta pública.
Além disso, subiram os montantes mínimos da responsabilidade civil. Passaram para 1,2 milhões de euros, nos casos em que os acidentes provocam danos corporais e para 600 mil euros para os danos materiais.
SIC Online, 26-11-2007
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Aqui está um assunto que merecia mais atenção das autoridades
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domingo, 25 de novembro de 2007
Uma importante medida na redução dos acidentes
Com 130 quilómetros novos em perfil de auto-estrada (2 x 2 vias com separador central), a Auto-estrada Trasmontana representa um investimento de cerca de 400 milhões de euros, 250 milhões dos quais garantidos por fundos comunitários.
Nas próximas semanas deverão ser lançadas ainda as concessões do Baixo Alentejo e do Baixo Tejo, enquanto a Auto-estrada do Centro e a Litoral Oeste serão colocadas a concurso nos primeiros três meses de 2008. Para a segunda metade do próximo ano será a vez da concessão do Alto Alentejo, com cerca de 100 quilómetros de nova estrada. Deste programa de concessões fazem parte os concursos do Túnel do Marão, em cuja «short-list» estão a Brisa e a Somague, e do Douro Litoral, adjudicado provisoriamente à Brisa mas objecto de reclamação do grupo Mota-Engil.
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F. Penim Redondo
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Fogo de artifício rodoviário
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O Jornal de Notícias publicou ontem este fogo de artifício sob a forma de prevenção rodoviária. À falta de estudo e planeamente avança-se com fogachos, motivados pelo medo de que este ano o número de mortos possa ser maior do que em 2006 e "caiam na lama" os parentes do governo.
Como continua a não se saber o que realmente causou os acidentes aplica-se a receita "mais do mesmo" e lá vêm os famigerados "excesso de velocidade e o alcool".
Fiscalização reforçada para travar acidentes
Mais polícias nas estradas, mais radares de controlo de velocidade, maior articulação com os meios de socorro. Fiscalização intensiva e uma presença policial de forte visibilidade são os principais objectivos de uma operação especial de segurança rodoviária que arranca amanhã e se prolonga até 7 de Janeiro. Preocupado com os índices de sinistralidade que se agravaram nas últimas semanas, o Governo deu instruções a seis entidades para conjugarem esforços e ao longo da próxima semana estão previstas novas medidas para tentar a todo o custo travar as estatísticas negras deste ano.
Para depois de amanhã está marcada uma reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses, no Ministério da Administração Interna (MAI), com vista à definição de medidas à escala local. Até final da semana será entregue aos parceiros a Estratégia de Nacional de Segurança Rodoviária. Nos primeiros dias de Dezembro é a vez de ser anunciada uma operação ainda mais intensiva para o período natalício. Pela primeira vez, esta operação integra o INEM, tutelado pelo Ministério da Saúde, e define os mesmos prazos para todas as forças de segurança.
Estradas de Portugal, INEM Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e Protecção Civil são quatro das entidades envolvidas na operação, incluída no pacote de dez medidas especiais anunciado pelo Governo no dia seguinte ao acidente na A-23. A acção mais repressiva cabe, naturalmente, às forças policiais.
Velocidade e álcool
Condução sob efeito de álcool e com excesso de velocidade são duas prioridades de fiscalização partilhadas pela PSP e pela GNR. Numa segunda linha também não divergem as infracções sujeitas a olhar mais atento utilização indevida de telemóveis, falhas no uso de cintos e sistemas de retenção para crianças, estacionamentos em passadeiras e falta de habilitação legal para conduzir. Até início das férias lectivas, a GNR promete ainda especial incidência sobre o transporte colectivo de crianças.
"Apesar de haver menos acidentes e menos feridos, no final do ano tem vindo a assistir-se a um aumento de mortes", explica o porta-voz do comando-geral da GNR, coronel Costa Cabral, para contextualizar os objectivos da chamada "Operação Viagem Segura". Segundo os últimos dados disponíveis, este ano contam-se já 768 vítimas mortais, mais 45 que no ano passado.
Ambas as forças de segurança explicam que os radares serão uma ferramenta essencial, embora insistam na mensagem de grande visibilidade dos meios. Pedro Moura, chefe de Divisão de Policiamento e Ordem Pública da PSP, salienta que essa visibilidade é "factor de dissuasão e prevenção da sinistralidade".
No caso da PSP, com áreas de intervenção urbanas, a fiscalização em zonas de diversão nocturna integra a lista de preocupações. Elementos habitualmente empenhados no programa Escola Segura e agentes do Corpo de Intervenção (ver números) são as duas principais "fontes" da PSP para reforçar o patrulhamento. A GNR prefere sublinhar que "todo o dispositivo é envolvido", não adiantando números.
A segurança rodoviária é um dossiê que promete continuar a dar que fazer ao Governo. A extinção da DGV, que se arrastou até início deste mês, bloqueou a actividade da recém-criada Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Por outro lado, está por conhecer a prometida revisão do Código da Estrada, necessária para a reforma do sistema de contra-ordenações. A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, por seu turno, depois de trabalhada pelos parceiros será ainda sujeita a discussão pública, antes da aprovação em Conselho de Ministros. Para essa fase, no primeiro semestre de 2008, está prometida a realização de Estados Gerais sobre o tema.
Verbas para comprar "kits" de fiscalização de drogas
Enquanto não fica concluído um concurso internacional destinado a adquirir equipamentos para rastreio na saliva de substâncias psicotrópicas,
a PSP e a GNR receberam instruções para adquirirem directamente as unidades de que necessitem. Esta é uma das compras financiadas por um reforço extraordinário de verbas atribuído este mês às duas forças de segurança - um milhão de euros cada. O concurso procurará, posteriormente, "cobrir as necessidades por um período estimado de um ano". Recorde-se que, a 15 de Agosto, foram distribuídos cerca de cinco mil "kits" descartáveis às polícias, mas o JN não obteve resposta quanto ao número de testes efectuados até ao momento. Os dados fornecidos pelo Ministério da Administração Interna reportam-se apenas ao período até 30 de Setembro, no caso da GNR (887 testes, dos quais 33 positivos) e até 15 de Setembro, no da PSP (273 testes, 10 positivos).
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F. Penim Redondo
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Etiquetas: - Jornal de Notícias, Contra-ordenações, Legislação-Fiscalidade, Medidas faz-de-conta, Novos Radares, Perseguição aos Automobilistas, Reacção do Governo
sábado, 24 de novembro de 2007
Num único dia
(clique as imagens para ampliar)
No dia 23 de Novembro, num único dia, o Diário de Notícias publicava uma mão cheia de notícias sobre acidentes de viação que nos podem ensinar muito acerca dos temas do meu último post: acidentes com causas invulgares, inevitáveis ou erradamente interpretadas. Mostra também a infinita variedade de situações que levam aos acidentes.
Desde um acidente provocado por cavalos à solta na estrada até mortos em acidentes que no fundo morreram foi de ataque cardíaco, num caso, e de não saber nadar, no outro, há de tudo.
No Cartaxo aconteceu um atropelamento aparentemente por imprevidência de um "peão", neste caso um automobilista que abandonou, sem cuidado, o seu veículo acidentado.
No Poceirão, onde capotou um autocarro com crianças, procura-se as causas no excesso de velocidade mas, como se pode ver no texto, é a estrada onde ocorreu o acidente que não tem condições que permitam o trânsito de pesados.
Assim se empolam as estatísticas. Mais tarde os números, despidos das circunstâncias, facilitam análises e conclusões absurdas.
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F. Penim Redondo
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007
As Causas e os Porquês
. Em Portugal as entidades oficiais continuam a tratar os acidentes rodoviários numa base descritiva, quer quanto às circunstâncias quer quanto às consequências; se foi colisão ou atropelamento, se foi de noite ou se foi de dia, se as vítimas eram crianças ou idosos, etc.
A busca de soluções para o problema encontra-se por isso enredada em aspectos triviais e emocionais que em nada contribuem para o seu êxito.
A consequência desta falta de informação relevante é a culpabilização indiscriminada dos condutores e a obsessão em reduzir a velocidade de circulação por falta de outras ideias.
É necessário passar para um novo patamar, como já acontece noutros países, em que se trabalha ao nível das causas dos acidentes: a velocidade excessiva, a distracção, a condução sob o efeito do álcool e de drogas, o desrespeito da sinalização ou outras. Também devem ser tidas em consideração as situações em que as causas são indeterminadas ou, sendo conhecidas, não são evitáveis. Há, por exemplo, um número significativo de casos de adoecimento súbito ao volante em que as causas, na ausência de testemunhas, podem ser a posteriori muito difíceis de determinar.O mesmo se passa com os casos de adormecimento involuntário que podem acabar por ser contabilizados como um excesso de velocidade.
Mesmo quando já se determinam e estudam as causas dos acidentes convém ir ainda mais fundo e analisar a razão porque as causas actuaram em cada caso. Exemplifiquemos: dizer que a causa de um determinado acidente foi a distracção é pouco. Do ponto de vista da prevenção é muito diferente a distracção por estar a procurar um telemóvel, ou por estar a fumar, ou por estar olhar para a publicidade afixada na berma da estrada. As medidas preventivas a tomar em cada caso são bastante diferentes.
Também não basta dizer que um determinado acidente se deveu a velocidade excessiva; foi por pressa ? foi por gostar de rodar a alta velocidade ? foi por inépcia do condutor ? essa velocidade resultou excessiva porque o condutor foi posto perante uma situação inesperada ? a sinalização deveria ter evitado essa surpresa ? a surpresa resultou do comportamento anormal de um peão ? o condutor adormeceu ou faleceu ao volante ? e por aí fora.
Em cada caso é necessário determinar em que medida "contribuiram" para o acidente: a estrada, a meteorologia, os veículos, a intensidade do tráfego e o comportamento dos seres humanos envolvidos.
O objectivo é procurar determinar em que planos e de que forma podemos aumentar a probabiliade de os julgamentos humanos, que a condução pressupõe e exige, serem os mais adequados em cada circunstância. Esses julgamentos humanos não podem materialmente ser, mesmo que tal fosse desejável, alguma vez substituídos pelo medo imposto por qualquer sistema de controle.
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F. Penim Redondo
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Etiquetas: Adormecimento ao Volante, Alcoolismo-Drogas, As Verdadeiras Causas dos Acidentes, Atropelamentos-Comportamento dos Peões, Distracção ao Volante, Medidas Correctas, Propostas