terça-feira, 30 de outubro de 2007

Câmara de Lisboa muda acessos à Segunda Circular

Expresso
27 de Outubro 2007


Transformar a 2ª Circular numa ‘‘via urbana de facto’’ é o objectivo que preside à grande intervenção que a autarquia de Lisboa está a preparar. O conjunto de obras ‘‘a executar de imediato’’, segundo um relatório a que o Expresso teve acesso, prevê o encerramento de alguns nós, como o de acesso ao Bairro da Encarnação - considerado pelos peritos camarários como uma “situação de conflito extremamente perigosa quer para os utentes da 2ª Circular quer para os habitantes do bairro’’; e o de saída para Telheiras, localizado logo após o Colégio Alemão. Noutros locais vão ser inseridas vias de aceleração. É o caso do acesso das Calvanas para quem segue para a A1, das entradas da Rotunda do Aeroporto, do Eixo norte-sul e da Estrada da Luz.

Além das alterações nos acessos haverá também remodelações entre a Av. da Pontinha (Colombo) e a Av. Lusíada, e na saída para a Estrada da Luz, em direcção a Sete Rios.

As entradas em Lisboa pela auto-estrada do Norte e pela Radial de Sintra, vão ser ‘‘marcadas’’ pela criação de ‘Portas da Cidade’ - uma forma ‘‘de garantir a transição entre ambientes rodoviários distintos, induzindo à redução da velocidade de circulação’’.

No nó do Ralis vão ser removidos todos os painéis publicitários e árvores e rectificadas as copas das árvores existentes junto ao viaduto do relógio.

Fonte ligada ao processo disse estar ‘‘a câmara está a fazer a avaliação dos custos da intervenção’’, ainda não estando definido o calendário da sua execução.

Quanto ao limite de velocidade passar dos actuais 80 km/h para o das vias urbanas (50 km/h) ‘‘é ainda uma hipótese que está a ser estudada’’, segundo a mesma fonte oficial.

Recorde-se que esta medida foi uma das propostas feita por um outro relatório, da responsabilidade do Observatório de Segurança das Estradas e Cidades, cujos técnicos consideravam “prioritária’’ como intervenção para prevenir acidentes.

____________________________________

Esperemos que não se trate de mais uma medida mal pensada, inspirada no fundamentalismo e penalizadora dos cidadãos .
Para já não aparece nenhuma justificação baseada no número e tipo de acidentes registados, o que é um mau sinal. Costuma descrever-se e estudar-se o problema antes de adoptar a solução, não é verdade ?


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Andar mais devagar também tem um preço

.




Ao contrário do que pretendem fazer crer andar mais devagar também tem um preço.

É óbvio que a paragem de todos os veículos redundaria no nível zero de acidentes mas será que tal é socialmente viável ?

É preciso ter a noção de que, num país como o nosso, baixar a velocidade média de circulação, por hipótese, de 60 para 50 km/h corresponde a desperdiçar cerca de 14 milhões de dias/homem por ano dentro dos veículos o que pode ser avaliado em cerca de 550 milhões de euros (ver AQUI os cálculos).

Esses milhões de dias/homem que não serão usados para trabalhar, ou estudar, ou acompanhar idosos e filhos, ou para ler, têm um custo social enorme. Os projectos que não se realizam, os médicos que não se formam, os filhos que não têm o acompanhamento devido podem, inclusivamente, custar muitas vidas humanas.

Curiosamente ninguém estuda estas consequências. Os "especialistas" sabem na ponta da língua quais as consequências de chocar contra uma parede a 80 em vez de 50 km/h mas não nos sabem dizer quais são as consequências sociais de todos andarmos mais devagar. Argumentam como se esse preço social não existisse e o problema dos acidentes fosse um mero exercício de mecânica. Como se todos os desenvolvimentos tecnológicos nos transportes, que criaram a nossa civilização, tivessem sido meros diletantismos.

O objectivo das políticas de prevenção não deverá portanto ser "zero acidentes a qualquer custo" mas sim a máxima mobilidade dentro de níveis aceitáveis de sinistralidade.
O objectivo não é levar todos a andar mais devagar mas sim criar condições para que todos andem mais depressa com menos riscos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

SP terá 124 radares da CET em semáforos até março

Estadão
25 de Outubro 2007





Você está num veículo, parado no sinal vermelho. Olha para um lado, para o outro. Não vem nada. Nem veículos nem pedestres - nem um marronzinho com bloco e caneta, pronto para multá-lo. Como a pressa é grande, vem a tentação: por que não avançar o semáforo? Se o cumprimento da lei não é motivo suficiente para fazê-lo esperar, saiba que você poderá ser multado.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está aumentando o número de radares para detectar veículos que não respeitam o sinal vermelho.Nos últimos três meses, foram instalados 22 Registradores Fotográficos de Infrações ao Semáforo (Refis). Em julho, havia 60 espalhados pela cidade. O número de radares deverá chegar a 124 até março.Avançar o sinal vermelho é infração considerada gravíssima pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

A multa é de R$ 191,54 e o motorista ganha sete pontos na carteira de habilitação. Com 21, o motorista perde a licença para dirigir. De janeiro a setembro, a CET aplicou 132 mil multas por desrespeito ao semáforo. No mesmo período do ano passado, foram 116 mil multas - quase 14% de aumento.


O total de multas emitidas de janeiro a setembro deste ano foi de 3,02 milhões, maior que os 2,9 milhões do mesmo período do ano passado.EVITAR ACIDENTESSegundo o presidente da CET, Roberto Scaringella, o objetivo da medida é reduzir o número de mortes no trânsito da cidade. Por dia, quatro pessoas morrem nas ruas de São Paulo, vítimas do trânsito. Dessas, duas são pedestres. "Não podemos ampliar indefinidamente o número de agentes para fiscalização." Por isso, os Refis.


"O processo educativo requer o estabelecimento de limites", disse Scaringella, para engatar o seguinte raciocínio: "O sentimento de impunidade causa desrespeito à lei, que causa atitude de risco, que causa acidente, que causa vítimas." Para ele, o comportamento dos motoristas é o principal fator causador de acidentes.O engenheiro de trânsito Célio Bottura disse que apóia a política da CET de aumentar a fiscalização.


Segundo ele, a sensação de impunidade é fator que encoraja motoristas a cometer infrações. "Apesar de muitos falarem em indústria de multas, acho que não dá para reduzir o número de acidentes e mortes se não houver uma fiscalização mais atuante."O consultor Horácio Figueira analisou por sete meses o comportamento de 628 motoristas em São Paulo para descobrir quais as infrações mais comuns. Avançar o sinal vermelho foi cometido por 2,5% dos motoristas. Apenas 0,3% deles foram multados.

_________________________

Aqui está uma utilização dos radares que eu aprovo: nos semáforos.
De notar que em S. Paulo há 4 mortos por dia e em Lisboa há 22 mortos por ano.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Redução de sinistralidade na A25

AutoHoje
25 de Outubro 2007


Um ano depois da transformação do IP5 na auto-estrada A25, o Grupo Aenor faz um balanço positivo: a sinistralidade rodoviária reduziu-se substancialmente, assim como o tempo de realização do percurso.
Em comparação com o IP5, na A25 o número de acidentes com vítimas diminuiu 31% e o número de mortes desceu 76%. Dados animadores, sobretudo se se tiver em consideração que o volume de tráfego da A25 é cerca de 20% superior ao do IP5.
Ao nível da duração das viagens um percurso entre Aveiro e a fronteira de Vilar Formoso, que em 2000 demorava cerca de duas horas e trinta minutos, demora actualmente uma hora menos.
A A25 conta também com um sistema de telemática rodoviária de última geração, que permite controlar a circulação em tempo real e comunicar com quem viaja através dos painéis de mensagens variáveis. Esta auto-estrada dispõe ainda de equipas de assistência e vigilância, 24 horas por dia.

___________________________

Ora aqui está uma excelente solução para o problema dos acidentes rodoviários.
Se calhar agora até se anda mais depressa e a velocidade já não tem consequências nefastas.

Brisa «não instalou radares» na Via Verde

Portugal Diário
24 de Outubro 2007



Nos últimos dias foi distribuído um e-mail por várias caixas de correio electrónico, que passou também a surgir em alguns blogs, avisando que a Brisa tinha instalado radares nas portagens com «Via Verde», pelo que as pessoas passariam a ser multadas. Contactada pelo PortugalDiário, aquela empresa negou peremptoriamente tal informação.

Lia-se no referido e-mail: «Informação. Foram inaugurados no dia 20/10/2007 os radares de controlo de velocidade, em todos os corredores Via Verde das Auto-estradas de Portugal. O limite de velocidade é 60 km/h; a penalização inclui apreensão de carta e coima no valor de 150,00 Euros».

Fonte da Brisa explicou que «tratam-se de e-mails virais e recorrentes, em que só é alterada a data, por isso surgem de tempos a tempos». «Essa informação não faz qualquer sentido, é apenas um boato sem fundamento», frisou.

A empresa sublinha que esta não é uma situação nova e que as suas competências não foram alteradas. «A Brisa e a Via Verde Portugal não têm radares instalados nas portagens, nem têm competência para exercer uma actividade de fiscalização do trânsito», é recordado, uma vez que esta função é desempenhada pela Brigada de Trânsito da GNR.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Revalidação das cartas de condução



Chamo a vossa atenção para os novos prazos de revalidação das cartas de condução, sobretudo para quem estiver a perfazer os 50 ou os 60 anos de idade, em 2007.

"Simplesmente " devem ignorar o prazo constante das vossas cartas de condução e consultar o documento disponível mais abaixo, procurando a data do vosso nascimento e a correspondente data de revalidação do vosso título de condução, que devem respeitar "religiosamente".

Mais vos informo que se deixarem passar 2 anos do prazo de revalidação, a vossa carta de condução caduca de vez, e fica sem efeito !!
Se isto vos acontecer e para tornarem a conduzir terão que efectuar novo exame de código e novo exame de condução.

Ver AQUI as novas datas de revalidação em vigor

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Radares e "distractores"



PE combate publicidade a automóveis

A Associação Portuguesa de Imprensa está a escrever aos eurodeputados portugueses para exprimir “a grande preocupação dos editores de jornais e revistas” sobre a possibilidade de ser votado no Parlamento Europeu um relatório que visa impor grandes restrições à publicidade automóvel em jornais, revistas, rádio e televisão.

A ser aprovado, o relatório poderá conduzir a uma diminuição superior a 25% do investimento publicitário do sector automóvel, “condicionando assim a liberdade de expressão e prejudicando a liberdade da comunicação comercial”.

Expresso, 20 de Outubro 2007

______________________________________

E a publicidade para os automóveis ?
Por acaso até há publicidade que afecta mais directamente os condutores e que é mostrada à beira da estrada. Os próprios municípios, entre os quais a CML, fazem uso de painéis com imagens em movimento mesmo em cruzamentos críticos.
Sendo as distracções dos condutores responsáveis pela maior parte dos acidentes como se compreende que por um lado se instalem radares e por outro se instalem "distractores" ?

Uma explicação possível: ambos dão dinheiro...

domingo, 21 de outubro de 2007

Radares já estão multando; motoristas driblam flagra

Jornal da Cidade, Bauru
20 de Outubro 2007

Agora é para valer. Desde o início desta madrugada, os 18 radares fixos instalados em Bauru – sete a mais que até o último dia 13 de julho, quando foram desligados - já estão em operação, ou seja, multando os veículos que passarem pelos pontos de fiscalização em velocidade acima da máxima permitida para a via. Mas nos últimos dez dias, período em que os aparelhos funcionaram em caráter de teste, já havia muitos motoristas driblando a fiscalização pelo menos de duas formas. Uma, a mais comum, é pelos motociclistas.

Em duas oportunidades, o Jornal da Cidade verificou motociclista tampar, com uma das mãos, a placa do veículo ao passar pelo radar, evitando a identificação da moto. O comerciante Luiz Carlos Quatrina, que possui uma sorveteria no lado par da quadra 13 da avenida Duque de Caxias, onde agora também há radar, tem observado a mesma tática. “Principalmente entregador de pizza. Eles passam em alta velocidade, no meio dos carros, e tiram uma mão do volante para tapar a placa em frente ao radar”, conta. O outro “jeitinho” para evitar a multa está ocorrendo na avenida Moussa Tobias, que também passou a ter radar. O fluxo da avenida reduziu nos últimos dias ao mesmo tempo que aumentou o número de veículos circulando pelas marginais da via.

Ou seja, os motoristas estão “migrando” para as marginais, onde não há fiscalização eletrônica da velocidade.Como a avenida Moussa Tobias é dotada de marginais de ambos os lados em praticamente toda sua extensão, de cerca de dois quilômetros, o motorista consegue com facilidade evitar a pista principal, onde o radar está instalado. Mas a “migração” é perigosa, alerta Roberto Sahão, comerciante estabelecido na quadra 3, onde está instalado o radar. “Metade do trânsito está desviando para as marginais e em alta velocidade, onde deveria andar mais devagar porque é entrada e saída para o bairro”, afirma.

___________________________

Lisboa ainda tem muito a aprender com Bauru.
Será mesmo isto que nós queremos imitar ?

sábado, 20 de outubro de 2007

As verdadeiras causas dos acidentes (14)

Público
20 de Outubro 2007




À saída, os jovens efectuam um teste e em caso positivo são encorajados a utilizar transportes alternativos a A Associação para a Promoção de uma Cultura de Segurança Rodoviária (GARE) organiza no próximo sábado, pelo segundo ano consecutivo, mais uma Noite Europeia Sem Acidentes. A iniciativa, a que se juntam outras associações europeias da área da segurança e prevenção rodoviária, sob a égide da Comissão Europeia, decorrerá entre as 23h e as 6h, em vários estabelecimentos nocturnos das cidades de Évora, Lisboa e Montijo.Os voluntários da GARE estarão na discotecas e bares onde encorajam grupos de jovens a "escolher o condutor" do grupo que se responsabiliza a ficar sóbrio durante toda a noite e irá usar uma bracelete para ser reconhecido.


Quando o condutor escolhido sair do estabelecimento nocturno será convidado a efectuar teste ao álcool e/ou droga para confirmar se honrou o seu compromisso. Se estiver sob efeito de álcool ou drogas será encorajado a não conduzir e a utilizar meios de transportes alternativos.Em Portugal são 11 os estabelecimentos nocturnos aderentes a esta Noite Europeia Sem Acidentes: em Évora será no BAR U.E., Praxis Club e Jonas Bar; em Lisboa conta com a parceria da Associação Académica da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, que estará presente no bar Cenoura do Rio, e no Montijo em parceria com a Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, que participa com seis bares e uma discoteca.De acordo com a entidade promotora, esta acção visa sensibilizar os jovens para a necessidade de um comportamento responsável ao volante, "de forma a evitar os acidentes que ceifam tantas vidas e deixam muitas pessoas incapacitadas".


A Noite Europeia Sem Acidentes foi organizada pela primeira vez em 1995 pela associação Responsible Young Drivers (Bélgica), alargado-se desde então a outras cidades europeias, levando a um aumento da consciencialização para o problema dos acidentes derivados a uma condução sob efeito de álcool ou drogas.A NESA nasceu da constatação de que um enorme número de acidentes graves ocorria durante as noites de fim-de-semana e nos quais muitos jovens se encontram envolvidos. Este evento realiza-se em 15 países europeus com a participação de 150 discotecas e com a colaboração de mais de 500 voluntários que dão vida a esta actividade.

UE aponta pistas para melhor mobilidade nos centros urbanos

Público
20 de Outubro 2007





O Livro Verde do Transporte Urbano está em consulta até Março, após o que será elaborado um plano com propostas concretas a implementar.

Promover o pedestrianismo e o uso da bicicleta, intensificar a partilha dos transportes particulares, criar sistemas de park&ride e apostar em transportes públicos limpos como o eléctrico são algumas das pistas apontadas pelo Livro Verde do Transporte Urbano para que cidades europeias como Lisboa desenvolvam "uma nova cultura de mobilidade". O documento da Comissão Europeia, divulgado no final de Setembro, é o resultado de um longo processo de consulta pública que durou mais de cinco meses e envolveu centenas de cidadãos, organizações não-governamentais e entidades públicas e privadas dos vários Estados-membros.

O objectivo do livro verde, que está a ser alvo de um novo período de consulta que se prolonga até Março de 2008, é elencar e debater algumas das soluções possíveis para alcançar "uma mobilidade urbana melhor e mais sustentável". O passo seguinte é a elaboração de um plano de acção, a publicar no Outono do próximo ano, no qual serão propostas acções concretas a desenvolver aos níveis comunitário, nacional, regional, local, das indústrias e dos cidadãos, bem como um calendário para a sua implementação e uma avaliação dos seus impactes previsíveis.

Tudo partindo do princípio de que "as cidades europeias são todas diferentes, mas enfrentam desafios semelhantes e estão a tentar encontrar soluções comuns", conforme se lê na introdução do livro verde.Esses desafios, segundo a Comissão Europeia, têm que ser vistos numa perspectiva integrada e são essencialmente cinco: criar cidades descongestionadas, torná-las "mais verdes", desenvolver transportes urbanos "mais inteligentes", garantir que esses transportes são acessíveis e ainda que são seguros.

A estes desafios o Livro Verde do Transporte Urbano acrescenta a ambição de criar "uma nova cultura de mobilidade" e a questão dos recursos financeiros a investir no sector dos transportes. Para cada um desses desafios, o documento apresenta um conjunto de possíveis soluções, com vista a estimular o debate sobre cada uma delas e tendo em conta a ideia de que a mobilidade urbana deve tornar possível o desenvolvimento económico das cidades, mas também garantir a qualidade de vida dos seus habitantes e a preservação do seu ambiente. No final, a Comissão Europeia deixa um conjunto de 25 questões políticas às quais "todas as partes interessadas" são convidadas a responder, sendo um dos objectivos perceber "qual pode ser o potencial papel da União Europeia" nesta matéria.

No livro verde salienta-se que a União Europeia não deve impor soluções que possam revelar-se inapropriadas para as diferentes realidades locais, mas antes contribuir para promover o intercâmbio de boas práticas, lançar a base para o estabelecimento de padrões de qualidade comuns, oferecer ajudas financeiras e encorajar a pesquisa de novas soluções em termos de segurança e ambiente e simplificar a legislação. Até porque, diz-se no documento, "qualquer estratégia formulada ao nível europeu só pode ser bem sucedida se forem tomadas acções decisivas ao nível local". Segundo o diagnóstico feito pela Comissão Europeia, mais de 60 por cento da população dos Estados-membros vive em áreas urbanas, valor que se prevê que aumente para quase 80 por cento em 2030.

Nas deslocações que fazem, os habitantes das áreas urbanas são responsáveis por 40 por cento das emissões de dióxido de carbono e por 70 por cento das emissões de outros agentes poluentes. O aumento do tráfego nas cidades e vilas tem-se traduzido em engarrafamentos crónicos, que são responsáveis pela perda de um por cento do produto interno bruto da União Europeia.

_____________________________


"Uma mobilidade urbana melhor e mais sustentável" é a meta


Cidades descongestionadas

Os congestionamentos crónicos nas cidades têm impactes negativos em termos económicos, sociais, de saúde e ambientais, sendo consensual que uma só solução não chega para resolver o problema. A promoção da intermodalidade entre os diferentes modos de transporte, incluindo o pedestrianismo e a bicicleta, a adopção de novas práticas como a partilha dos transportes individuais (o chamado car pooling) e a criação de sistemas de park&ride são algumas das pistas para o futuro. O livro verde também fala na necessidade de serem adoptadas políticas adequadas de estacionamento, nomeadamente cobrando preços elevados no centro das cidades e oferecendo estacionamento gratuito nas periferias.



Cidades "mais verdes"

Para diminuir a poluição sonora e do ar com que se debatem as cidades, o livro verde sugere a extensão e reabilitação dos sistemas de transportes públicos "limpos" já existentes, como os eléctricos, o metro e os comboios suburbanos. Outra pista para o futuro é o estabelecimento de padrões mínimos de desempenho em termos ambientais para os veículos que circulam nas cidades, padrões que poderiam tornar-se progressivamente mais exigentes, até deixarem de fora todos os veículos poluentes. Quanto à introdução de portagens, a Comissão Europeia alerta para "o risco de se criar um conjunto fragmentado de áreas urbanas, com novas fronteiras ao longo da Europa".



Transportes "mais inteligentes"

A falta de espaço e as condicionantes ambientais impõem limites ao surgimento de novas infra-estruturas, tornadas necessárias pelo constante aumento no fluxo de transporte de passageiros e mercadorias nas cidades. A chave para contornar o problema é apostar nas novas tecnologias para alcançar "uma gestão dinâmica das infra--estruturas existentes". O livro verde apela também a um aumento da informação disponibilizada aos passageiros, para que estes possam fazer escolhas informadas sobre os modos de transporte que querem utilizar e a altura em que pretendem viajar.



Transportes acessíveis

Os transportes urbanos devem ser acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, aos idosos, às famílias com filhos pequenos e às próprias crianças, sublinha o livro verde, referindo que a acessibilidade tem também a ver com a qualidade da oferta. Para o futuro, a Comissão Europeia lança a possibilidade de ser criada uma carta que estabeleça os direitos e obrigações dos utilizadores dos transportes públicos, onde fique estabelecida a necessidade de estes serem "frequentes, rápidos, fiáveis e confortáveis". Nas áreas suburbanas, o futuro pode passar pela adopção de soluções específicas, como o "transporte a pedido" ou a criação de serviços que façam a ligação aos transportes que servem os centros das cidades.



Transportes seguros

O objectivo da União Europeia é que, em 2010, não haja mais de 25 mil mortes nas estradas, mas o cumprimento desta meta está ameaçado, como se comprova pelo facto de em 2005 as estradas europeias terem feito 41.600 vítimas mortais. Dois terços dos acidentes e um terço das mortes ocorrem nas áreas urbanas, sendo as vítimas mais comuns ciclistas, peões, mulheres, crianças e idosos. Para melhorar a segurança, o livro verde aponta como prioridades a educação e o desenvolvimento de campanhas informativas. Outra pista para o futuro é a aposta nas novas tecnologias, nomeadamente no desenvolvimento de veículos mais seguros.

_________________________________

Se bem interpreto estão a propor soluções estruturais e não, como costuma acontecer entre nós, a deixar tudo na mesma impondo velocidades mais baixas. Não querem começar pelo fim.

Como eu tenho afirmado, e é reconhecido no texto, o aumento do tempo passado dentro dos automóveis, quer se trate de engarrafamentos ou de circular mais lentamente, tem enorme impacto económico.

Radares “parados”

Cidade Hoje
16 de Outubro 2007



Os radares de controlo de velocidade nas principais ruas da cidade de VN Famalicão não serão instalados nos tempos mais próximos. A Câmara Municipal continua interessada em avançar para um sistema de controlo de velocidade próprio, mas os números do investimento, cerca de 800 mil euros, e a eficácia legal do projecto, aliados ao desconhecimento para quem revertem as receitas das contra-ordenações aplicadas, levam o município a esperar pela clarificação da situação. Por isso, a autarquia só avançará com o projecto, anunciado em 2006, quando a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária garantir que o equipamento poderá funcionar segundo o Código de Estrada.

Desta forma, a Câmara Municipal não pretende ver repetidas situações que já aconteceram noutros concelhos onde os radares foram postos a funcionar mas sem qualquer validade jurídica. Ou seja, as contra-ordenações eram inválidas ou facilmente contestadas em Tribunal. A intenção do Governo em criar uma rede de controlo de velocidade nas principais estradas de Portugal merece a atenção da autarquia famalicense que não pretende enjeitar qualquer oportunidade, tanto mais que a cidade é atravessada pela Avenida Marechal Humberto Delgado que apresenta uma circulação média de 24 mil veículos/dia.

______________________________________


Elucidativo quanto às motivações subjacentes à instalação dos radares.
A prevenção dos acidentes parece ser a última das preocupações.
Estou com a penosa sensação de que a moda dos radares se está a converter numa das muitas formas de financiar os orçamentos camarários.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

As verdadeiras causas dos acidentes (13)

Diário de Notícias
18 de Outubro 2007






Excesso de velocidade terá provocado embate brutal


De Janeiro até ontem, a avenida que dá acesso à Ponte 25 de Abril contabilizava 96 acidentes, 47 feridos ligeiros e quatro feridos graves, segundo a estatística da Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa. A saída do Eixo Norte-Sul é já conhecida como uma zona fatídica. Ontem, pelas 05.45, registou mais um ferido grave. Um camião carregado com 20 toneladas de sucata embateu num separador, no sentido Norte-Sul, arrancou um pórtico da faixa contrária, que caiu em cima de uma carrinha de transporte de congelados que circulava no momento, ferindo gravemente o motorista, de 40 anos.

O atrelado do camião arrastou-se por vários metros em cima do separador, espalhando toda a carga nas duas vias. O trânsito foi cortado durante horas, originando filas de sete quilómetros na Margem Sul e circulação intensa na cidade.

Segundo apurou o DN, os danos provocados e os vestígios deixados na via parecem indiciar que o camião, seguia em excesso de velocidade. No entanto, não é esta a versão do seu condutor. L, de 34 anos, que saiu ileso do embate, contou que seguia na faixa da esquerda, quando teve que se desviar de um carro que entrou na da direita, indo bater no separador. "A partir daqui, despistei-me e nem sei bem o que aconteceu", sublinhou. Os testes realizados ao álcool e às substâncias psicotrópicas foram negativos. "Nunca me tinha acontecido isto", disse ao DN. Há três anos, conseguiu a habilitação para conduzir veículos da categoria C, mas desde os 18 que tem carta de ligeiros. Para a empresa proprietária do camião trabalha apenas há um ano. Tinha saído de Rio Maior às 04.30 e o destino era Paio Pires, a Siderurgia Nacional.

As causas e a responsabilidade do embate vão agora ser averiguadas pela Secção de Investigação de Acidentes de Viação (SIAV) da PSP, que terá que elaborar um relatório para ser entregue ao Ministério Público. No local, estiveram quatro agentes desta brigada a recolher vestígios e de todos os elementos que possam servir de prova para a investigação.

A vítima, de 40 anos, "estava à hora errada no local errado", comentavam as autoridades. O pórtico, painel de sinalização de destinos, "partiu-lhe a cabina e atingiu-o na cabeça", explicaram ao DN. Uma equipa do INEM de Almada prestou os primeiros socorros no local para o estabilizar, levando-o depois para o Hospital de São Francisco Xavier. Ao final do dia, fonte hospitalar confirmou que a vítima tinha sido sujeita a várias intervenções cirúrgicas, mantendo-se em estado crítico na Unidade de Cuidados Intensivos.

O alerta foi dado para o 112 às 05.54. A brigada da SIAV chegou a local às 06.00, onde já se encontravam e elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, que procederam ao desencarceramento da vítima. Em menos de duas horas, os agentes da SIAV recolheram os elementos necessários, contactaram as empresas dos carros envolvidos e as entidades de limpeza das vias. Os danos são avultados: 18 separadores em betão, dois painéis e três árvores - esta situação levou àchamada da Direcção-Geral das Florestas. Depois, foi o tempo de a empresa concessionária da exploração daquela via proceder à limpeza e à subsitituição dos separadores. Os trabalhos terminaram por volta 13.00, vindo o trânsito a ser restabelecido na totalidade dez minutos depois.
__________________________________
Como é hábito culpa-se imediatamente o "excesso de velocidade" mesmo antes de qualquer análise séria das causas do acidente.
96 acidentes em nove meses, num único local, apontam com toda a probabilidade para uma estrada com graves deficiências. Uma ratoeira.

Apanhados tal e qual...



Este anuncio de página inteira, na revista do ACP, ensina-nos muito a nós os "apanhados". O controle de velocidade está a converter-se num jogo "do gato e do rato" e também num enorme negócio.
Para não pagarmos as multas e, através delas, os radares propõem-nos que paguemos os GPS. Já há demasiados interessados em dramatizar os acidentes de viação, atribuí-los quase exclusivamente à velocidade e convencer-nos de que somos todos uns irresponsáveis. Para nos cobrar depois, claro.
E não são só as empresas fornecedoras de equipamentos. Temos também as companhias de seguros, os "consultores" e catedráticos avençados e até os detentores de certos cargos políticos...

Já não podem viver sem o medo dos acidentes que lhes garante os rendimentos.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Os "street racers" como pretexto

SOL
14 de Outubro 2007






A Câmara de Lisboa aprovou hoje por unanimidade uma moção que defende «apertada fiscalização» da PSP para combater as corridas de automóvel ilegais (street racing) que começaram a realizar-se no recém inaugurado último troço do Eixo Norte-Sul.

A moção, proposta pelo movimento Cidadãos por Lisboa, propõe «não só uma apertada fiscalização desta via por parte da PSP, como a instalação urgente de medidas de controlo e abrandamento de velocidade em permanência», divulgou o gabinete municipal daquele movimento.
Segundo os vereadores Helena Roseta e Manuel João Ramos, desde que foi inaugurado o último troço do Eixo Norte-Sul, na quarta-feira, a via começou a «a atrair os chamados 'street racers', especialmente na zona do viaduto sobre o Lumiar».

____________________________________


Com pretexto nos "street racers" os fundamentalistas do costume preparam-se para "empatar" a generalidade dos cidadãos, que não têm nada a ver com o assunto, talvez com mais uns quantos radares. Os "street racers", esses, mudam de local e continuarão impunemente as suas corridas.

domingo, 14 de outubro de 2007

"Radares Mudam em alguns sítios"

Diário de Notícias
14 de Outubro 2007




Extractos da entrevista com Carlos Barbosa, Presidente do ACP

Foi um dos apoiantes de Carmona Rodrigues, que não ganhou as eleições. Como é hoje a sua relação com a Câmara de Lisboa, com António Costa a presidir?

Ainda sou vereador substituto, ou seja, quando os outros faltarem todos posso sê-lo (risos). Relativamente à câmara, Marques Perestrello tem uma grande sensibilidade para as questões da segurança rodoviária, que lhe advém de cargos onde esteve anteriormente e é uma pessoa de bom-senso, com vontade de resolver os problemas da cidade. Quando ele mete à mesma mesa a Polícia Municipal, PSP, o ACP, o homem que fez a petição das 2000 assinaturas e a ACAM é porque quer ouvir e resolver o problema no sentido de ter mais mobilidade e não mais sinistralidade. É isso que eu acho importante.

Apresentou também uma proposta de alteração relativamente à colocação de radares de velocidade em Lisboa. Entretanto já foi criada uma comissão na qual participa o ACP para discutir este assunto. Já há novidade?

Quero em primeiro lugar que fique claro que nós somos a favor dos radares, desde que seja respeitada a fórmula segurança e mobilidade. Com a actual colocação de radares não está a ser respeitada nem uma nem outra. A Marina Ferreira pôs os radares completamente à balda. Ela não pediu qualquer opinião, nem à Direcção-Geral de Viação, nem à PSP, nem ao ACP, que nós tínhamos os estudos. Agora entregámos tudo. E é evidente que o dr. Marques Perestrello, que é uma pessoa de bom-senso, vai fazer a reposição nos sítios certos. Já temos uma segunda reunião marcada e creio que vamos tirar conclusões muito rapidamente .Vão mudar-se radares em alguns sítios, há sítios onde simplesmente não fazem sentido e outros onde até o controlo de velocidade não deve existir. Quando se criam vias rápidas é para as pessoas se despacharem e não para ficarem presas no trânsito.

Que alterações de vulto vamos então ter?

Vamos ter mais radares em sítios perigosos, locais que agora não estão devidamente monotorizados. Porque os radares foram colocados só em sítios onde havia feixe óptico.Nos locais perigosos que não o tinham, nãopuseram. Tudo para não fazerem o investimento. Acha isto normal? O que vai fazer agora é recolocar os radares, para se garantir a fluidez versus segurança.

Extinção da Direcção-Geral de Viação deixa milhares de multas paradas em todo o país

Público
14 de Outubro 2007



(ilustração de Renato Alarcão)

Nova Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária sem capacidade para dar resposta
às contra-ordenações que lhe chegam diariamente. Algumas terão entretanto prescrito

Há milhares de multas de trânsito paradas nas delegações da Direcção-Geral de Viação (DGV) há mais de quatro meses, parte das quais poderá ter prescrito. A situação foi relatada ao PÚBLICO por vários funcionários da instituição em diversas zonas do país, que pedem o anonimato numa altura em que temem ir para os excedentários da função pública.

A 1 de Maio entrou em vigor o decreto-lei que extinguiu a DGV no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE). A sucessão é assegurada, em parte, pela nova Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que ficou com o processamento das contra-ordenações. No entanto, este organismo é suportado por uma estrutura centralizada em Lisboa, tendo a partir de 1 de Maio as 13 delegações distritais da DGV e as cinco direcções regionais deixado de ter competências para despachar as multas de trânsito.

Havia, contudo, dezenas de milhares de processos pendentes nas delegações, a maioria dos quais ficaram parados. O panorama não foi vivido de igual forma em todo país. Em algumas delegações, milhares de processos já instruídos, apenas à espera de decisão, foram enviados para Lisboa, enquanto outros milhares ainda sem proposta continuam parados. Noutras não foi feita qualquer remessa e os processos estão à espera. Houve ainda algumas que, no início de Outubro, viram uma parte das contra-ordenações enviadas para a ANSR e outra para os governos civis.

Juristas a menos

Se algumas delegações continuaram a instruir processos durante mais algum tempo, outras ficaram sem juristas devido a muitos terem concorrido a outros organismos e alguns, que exerciam funções ao abrigo de um protocolo com a Universidade Católica, terem sido convidados a sair. Sobre esta situação, o gabinete do secretário de Estado da Protecção Civil garante que "a ANSR continuou a trabalhar com as direcções regionais e delegações distritais da Direcção-Geral Viação, que continuaram a desempenhar as suas funções de acordo com as responsabilidades públicas que lhes cabe e de acordo com a lei".

Em Lisboa a situação não é muito melhor, já que há um número diminuto de juristas para processar as contra-ordenações de todo o país - em 2005 foram 1,27 milhões e, em 2004, chegaram aos 1,47 milhões.

Segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), há 30 juristas a analisar os autos de todo o país e a decidir "todos os dirigentes da ANSR", que neste momento são nove. Uma situação muito diferente da que existia anteriormente, em que chegou a haver mais de 100 juristas encarregues das multas e mais de 30 pessoas com poderes de decisão. O ministério recusa-se, contudo, a precisar quantas contra-ordenações foram decididas, por exemplo, no mês de Setembro.

Já o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), que assumirá as competências da DGV em matéria de veículos e condutores, tem mais de quatro meses de existência mas ainda só tem nomeados três dos cinco membros do seu conselho directivo. O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, responsável pelas escolhas, diz que não há uma data exacta para a nomeação dos dois vogais. "Acontecerão a muito curto prazo", garante João Morgado Fernandes, assessor de imprensa do ministério.

O atraso, acrescenta, deveu-se ao prolongamento do período de transição e ao facto de os organismos que o IMTT vai substituir, como a DGV, a Direcção-Geral dos Transportes Terrestres e Fluviais e o Instituto Nacional do Transporte Ferroviário, ainda não estarem formalmente extintos. Segundo o MAI, não é possível "que se determine um momento para a extinção de qualquer estrutura da administração pública".

sábado, 13 de outubro de 2007

Os direitos do canguru




Mais um caso de excesso de velocidade dos irresponsáveis automobilistas (neste caso australianos).
Ia um pobre canguru a atravessar a pista, eis senão quando...

O resto da lenga-lenga fundamentalista já vocês sabem.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Contra a Legislação Absurda - Movimento dos Automobilistas Responsáveis (CLA-MAR)




Quando lancei a petição on-line contra o limite de 50 km/h nas "vias-rápidas" de Lisboa não sabia que viria a obter mais de 10.000 adesões mas estava certo de que muita gente partilhava a minha indignação. Estava cansado de ver tratar a generalidade dos cidadãos automobilistas como irresponsáveis ou mesmo como homicidas.

Em Portugal, ao contrário de Espanha por exemplo, as entidades públicas não têm estudado de forma séria as causas dos acidentes. É por causa desse "descuido" que optam por afunilar quase toda a "prevenção" nas limitações da velocidade. Ainda recentemente surgiram notícias sobre os planos faraónicos para instalar mais 300 radares nas estradas portuguesas.

Como as limitações da velocidade são abstractas e rígidas estão quase sempre desadequadas às situações da vida real e, por isso, como que fomentam a desobediência em massa que podemos observar todos os dias. Quantos automóveis conseguem em Lisboa, durante um dia, circular sempre a menos de 50 e quantos vão de Lisboa ao Algarve sempre abaixo dos 120 ?

É nessa desobediência aos limites legais de velocidade, que não significa por si só a criação de perigo, que os fundamentalistas da "guerra civil nas estradas" se apoiam para insinuar a irresponsabilidade dos cidadãos.

Quem anda nas estradas sabe que não é assim. Os comportamentos irresponsáveis são excepções e aqueles que os praticam de forma sistemática uma minoria insignificante.

As autoridades rodoviárias deviam persegui-los com rigor concentrando-se nos riscos reais em vez da desobediência formal a regras inadequadas. A sinistralidade não pode, em rigor, ser atribuída aos milhares de multados por circular a 65 em vez de 50, nas vias-rápidas da cidade, nem aos milhões que circulam a 150 em vez de 120 nas auto-estradas.

Em Espanha já concluiram, estudados os acidentes de 2006, que a velocidade só foi factor relevante em 24 % dos acidentes enquanto as distracções, por exemplo, foram determinantes em 37% dos casos estudados. Porque é que em Portugal continuamos com a monomania das reduções de velocidade fazendo de conta que isso não tem um preço social quer no plano económico, quer mesmo em vidas humanas ?

Quando fui convidado para a Comissão que, na CML, vai estudar os efeitos dos radares de Lisboa, e a sua eventual alteração, aceitei porque entendi que a perspectiva do cidadão comum faz falta nessa discussão.
Estou receptivo às sugestões e propostas que os leitores queiram fazer.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mais um projecto mal pensado

Agência Financeira
9 de Outubro 2007


Rede de 300 radares deve avançar em 2008





O concurso público para aquisição de 300 caixas com radares está em fase de conclusão.
Com vista à criação de uma rede de controlo de velocidade nas principais estradas portuguesas, o concurso será lançado até final do ano, avança o «Jornal de Notícias».

A colocação deverá iniciar-se no segundo semestre de 2008, segundo explicou o secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões.

O exemplo de Espanha no controlo de velocidade foi um dos pontos em discussão durante três reuniões de trabalho que deputados espanhóis da Comissão de Segurança Rodoviária mantiveram com governantes e presidentes de organismos da Administração Interna e das Obras Públicas.

Esta terça-feira a delegação é recebida no Parlamento.

Aos encontros não poderia faltar a experiência da carta por pontos, uma vez que a hipótese da introdução do modelo (como aprofundamento do sistema evolutivo já em vigor) tem estado em avaliação, no âmbito da revisão da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária. Ascenso Simões assegura não haver qualquer decisão.

O modelo da carta por pontos espanhol é idêntico ao francês e após a sua introdução, há pouco mais de um ano, registou-se um forte decréscimo no número de vítimas de acidentes. Contudo, diz ainda o «JN», esses resultados inverteram-se desde Agosto, tendo vindo a verificar-se resultados piores que os dos meses homólogos de 2006.

__________________________________________

É interessante analisar as "interpretações" deste texto: insinua-se que a redução do número de acidentes é devida ao "contole de velocidade" já o aumento do número de acidentes é atribuído à "carta por pontos". A "carta por pontos" parece ser uma excelente ideia para isolar os condutores com comportamentos de risco continuados.
Esta ideia de andar a espalhar radares pelo país, sem ter estudado as causas dos acidentes como tem sido feito em Espanha, parece-me mais um absurdo desbaratar de recursos de quem não fez o trabalho de casa e se prepara para adoptar a solução mais fácil. É copiar dos outros só o que interessa e não dá trabalho.
Isto do "controle de velocidade" está a converter-se num gigantesco negócio.
Os cidadãos devem opor-se-lhe decididamente.

_________________________________________











terça-feira, 9 de outubro de 2007

Reportagem na "fábrica das multas"


Reportagem da SIC sobre os radares emitida no princípio de Outubro (clique AQUI).
Uma incursão na "fábrica das multas" onde se gasta enormes recursos a penalizar, burocráticamente, milhares cidadãos que no túnel do Marquês não conseguiram mater os automóveis abaixo dos 50 (a descer é mesmo difícil). Será que isto ainda se insere na longa campanha daqueles que sempre se opuseram à construção do túnel ?
Os recursos da Polícia Municipal deviam estar a ser usados no controle das situações de verdadeiro perigo.

domingo, 7 de outubro de 2007

E mandar os radares para Fortaleza ?

Jornal O POVO
6 de Outubro 2007


Radares estáticos serão usados em Fortaleza


Outra novidade será a utilização de dois radares estáticos na fiscalização do excesso de velocidade. Flávio Patrício explica que a medida está amparada na Resolução 214, do Contran, e será utilizada por causa da necessidade de mais equipamentos de fiscalização eletrônica nas ruas de Fortaleza. Segundo ele, os atuais equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade não atendem a demanda da população.

Flávio Patrício afirmou que os radares estáticos serão colocados em vias previamente sinalizadas verticalmente (placas). Os locais onde estes equipamentos serão instalados, disse, serão divulgados na imprensa a cada 15 dias, podendo haver alteração conforme a necessidade. O objetivo é reduzir acidentes.

Flávio Patrício se prende aos números para defender os radares estáticos. Segundo ele, com a volta da fiscalização eletrônica em Fortaleza, em julho de 2006, a AMC já verifica redução na quantidade de óbitos por acidentes de trânsito. No primeiro semestre de 2007, foram contabilizadas 158 mortes, sendo 15,5% a menos que no mesmo período do ano passado. O número de acidentes, ainda conforme a AMC, diminuiu cerca de 3%.

Há quem aprove e discorde das medidas que serão implementadas. "Sou contra. Está chegando o ano eleitoral, eles querem é faturar dinheiro extra para utilizar nas campanhas", disse o taxista Marcos Vinícios Façanha, 51. "Eu concordo, pois evitará aumento no número dos acidentes. No caso do uso do cinto de segurança, evita um trauma maior", afirmou o corretor de imóveis Aurélio Mendes.

_____________________


Em nome da solidariedade luso-brasileira proponho que se mandem os 21 radares de Lisboa para Fortaleza. Se em Lisboa morrem 22 pessoas por ano e em Fortaleza morrem 158 pessoas por semestre parece-me não haver dúvidas sobre o local com a melhor utilização dos equipamentos.
Bem me parecia que os nossos fundamentalistas estavam equivocados sobre a latitude em que vivemos.

sábado, 6 de outubro de 2007

Os dois tipos de distraídos










Diz-se por aí...


Os radares com limite de 50 km/h servem, basicamente, para dividir a totalidade dos condutores em dois grupos de distraídos:

Grupo A: aqueles que se distraem, esquecem que existe um radar naquele local, são apanhados pelo sistema e sofrem as consequências.

Grupo B: aqueles que respeitam o limite dos 50 km/h e que, por isso, se distraem pois passam mais tempo a controlar o velocímetro do que a olhar para a estrada e para o tráfego.

(ver um interessante artigo sobre distracções AQUI)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A passo de caracol







É véspera de fim-de-semana prolongado e devia estar bem disposto. Não estou... acordei a lembrar-me que tenho que fazer uma entrevista em Linda-a-Velha ao fim da tarde e temo o pior no regresso, quando tiver que enfrentar a Segunda Circular.

Já imagino as filas compactas de camiões mastodônticos a atravancar o trânsito, tornando imprestáveis os radares que proíbem que se circule a mais de 80kms/hora.Em vésperas de fim-de-semana, Lisboa faz-me lembrar Bombaim. Não só pelo trânsito caótico, mas também pelo inusitado número de camionetas fazendo cargas e descargas perante o ar impávido da polícia.

Acrescente-se um número indeterminado de automobilistas parados em segunda fila de “pisca-pisca” ligado e temos o inferninho. A “tolerância zero” prometida por António Costa não durou nem uma semana ( mas disso falarei noutra altura), é o regabofe total nas artérias de Lisboa. As pessoas lamentam-se com falta de dinheiro, mas não dispensam o automóvel para ir comprar uma aspirina , um sabonete ou um molho de bróculos a escassos metros de casa ou do emprego.Lisboa é - a seguir a Roma e Atenas- a capital mais incivilizada, indisciplinada e caótica de toda a União Europeia. A mim, cidadão auto-mobilizado que utiliza diariamente os transportes públicos e gosta de caminhar, ter que pegar num carro num dia destes faz-me perder anos de vida.

Como querem que esteja bem disposto?

Carlos Barbosa de Oliveira no blogue cronicasdorochedo

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Comissão avalia radares da capital

AutoHoje
4 de Outubro 2007



(clicar a imagem para ampliar)

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A questão dos dados estatísticos


Como se compreenderá a validade das conclusões sobre os efeitos dos radares instalados em Lisboa depende, em grande medida, da qualidade dos dados estatísticos com que se vai trabalhar.
A este propósito destacamos esta nota do DN de 3 de Outubro (clicar para ampliar) em que é possível detectar alguns dos problemas potenciais:

- atraso na obtenção da informação
- informação relativa a vias em abstracto, sem indicação do local exacto
(por exemplo a infante D. Henrique tem dez quilómetros de extensão)
- indeterminação das causas do acidente
(que em muitos casos não é a velocidade)
- números muito pequenos, em cada via, que não permitem determinar tendências com base estatística



Radares apanharam 37 mil infractores no mês de Setembro

Diário de Notícias
3 de Outubro 2007




No último mês, os 21 radares instalados em Lisboa registaram quase 37 mil infracções, pouco mais de 1200 por dia. No entanto, este número é bem inferior ao registado inicialmente, em que a média diária foi de quatro mil. Ao todo, e desde 16 de Julho até às 24.00 do dia 1 de Outubro foram contabilizadas 129 749 infracções, até 6 de Setembro tinham sido 92 772, o que dá 36 977 desde esta data até às 24.00 do dia 1 de Outubro. O Túnel do Marquês continua a ser a zona com mais infracções, ultrapassando as 36 mil, e a Avenida Infante Dom Henrique a que regista as mais graves, sendo seguida pelo Túnel do Campo Grande.
Estes dados são conhecidos no dia em que a Comissão de Avaliação de Radares reuniu pela primeira vez para definir apenas métodos de trabalho. No entanto, algumas destas infracções acabam por ser anuladas. Segundo confirmou ao DN o comandante da Polícia Municipal, André Gomes, "não sabemos ainda qual é a percentagem, porque essa estatística ainda não está trabalhada, mas há uma parte que é anulada. À partida, acreditamos que se trata de uma minoria". A anulação acontece sempre que há dúvidas quanto à matrícula fotografada pelo radar. "Sempre que as imagens não permitem visualizar correctamente a matrícula, a infracção é anulada, mas, depois, esta é verificada e inspeccionada", explicou André Gomes.
Para o comandante, apesar de o número de irregularidades detectadas nos locais vigiados ainda ser elevado, há um objectivo que já foi alcançado: "Circula-se com menos velocidade em toda a capital, mesmo nas zonas sem radares. As pessoas estão mais cautelosas", argumentou. Contudo, há algumas que continuam a ignorar os limites impostos e que diariamente ultrapassam a barreira dos 100 km/h ou os 200 km/h, como aconteceu na Radial de Benfica.A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) aprovou o aumento de velocidade na Radial de Benfica, Segunda Circular e no prolongamento da Avenida dos Estados Unidos da América, que passou para os 80 km/h.

__________________________

Lamento ter de discordar do senhor comandante da PM, André Gomes, mas não está de forma alguma demonstrada a afirmação “Circula-se com menos velocidade em toda a capital, mesmo nas zonas sem radares. As pessoas estão mais cautelosas”. A Comissão de Avaliação ainda mal começou o seu trabalho e não chegou, portanto, a qualquer conclusão sobre essa matéria.

129.749 em dois meses

Correio da Manhã
3 de Outubro 2007



9,6 milhões de euros em multas

Os dados, avançados ontem pela Polícia Municipal (PM), mostram, no entanto, uma tendência para o decréscimo do número de infracções: das 21 695 registadas entre 16 e 22 de Julho (a primeira semana de funcionamento dos aparelhos) passou-se, na última semana (24 a 30 de Setembro), para 10 708, menos de metade, ou seja, de cerca de quatro mil infracções diárias – dados respeitantes ao mês de Julho, quando havia menos viaturas a circular devido às férias – passou-se para uma média de 2000 a 2500 multas por dia.

“É notório que se conduz mais devagar na cidade e não só nas zonas onde há radares”, sublinhou ao CM o comandante da PM, André Gomes, frisando que os números mostram que “o objectivo da Câmara de Lisboa, com a instalação dos radares [para reduzir a velocidade e diminuir a sinistralidade ] está a ser alcançado e de forma notória”.

Segundo os dados, as 129 749 infracções registadas entre 16 de Julho e 2 de Outubro (ontem), respeitam a 105 715 infracções leves (puníveis com multas de pelo menos 60 euros), 22 263 graves (com um mínimo de 120 euros) e 1771 muito graves (com multas de 300 e 500 euros, no mínimo, segundo o grau de gravidade). Renderam já – somados pelos valores mínimos – 9,6 milhões de euros .

PORMENORES

DE 60 A 2500 EUROS

Os condutores apanhados em excesso de velocidade incorrem em coimas entre os 60 e os 2500 euros. Os ligeiros ou motos que excedam em 20 km/h os limites estipulados pagam entre os 60 e os 300 euros. A multa máxima é de 500 a 2500 euros se o automobilista exceder em 60 km/h ou mais os limites de velocidade fixados. Além da multa, o condutor está sujeito, nestes casos, à apreensão da carta de condução.

COMISSÃO REÚNE

A comissão para avaliação do sistema de radares de Lisboa reuniu ontem e vai voltar a juntar-se dentro de um mês para analisar as estatísticas.

DE 50 PARA 80

O limite de velocidade no prolongamento da Av. Estados Unidos da América foi reposto, há duas semanas, nos 80 km/h de velocidade máxima, a pedido da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

Sofia Rêgo

__________________________

Lamento ter de discordar do senhor comandante da PM, André Gomes, mas não está de forma alguma demonstrado que “o objectivo da Câmara de Lisboa, com a instalação dos radares [para reduzir a velocidade e diminuir a sinistralidade ] está a ser alcançado e de forma notória”. A Comissão de Avaliação ainda mal começou o seu trabalho e não chegou, portanto, a qualquer conclusão sobre essa matéria.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Comissão reuniu-se hoje para discutir método de trabalho a seguir

Destak
2 de Outubro 2007


A comissão para avaliação do sistema de radares de Lisboa reuniu-se hoje pela primeira vez para discutir qual o método de trabalho a seguir e quais os documentos necessários a analisar, disse à Lusa fonte da comissão.
Segundo Fernando Penim Redondo, nesta primeira reunião não foi analisada qualquer decisão relativa aos radares, uma vez que a reunião foi essencialmente «voltada para a discussão do método de trabalho a seguir».

Fernando Penim Redondo é o promotor de uma petição - que recolheu mais de 10 mil assinaturas - que defende o aumento dos limites de velocidade de 50 para 80 Km/hora nos troços «tipo via rápida», com quatro faixas de rodagem e baixa frequência de atravessamentos.

Penim Redondo acrescentou à Lusa que a comissão volta a reunir-se «dentro de quatro a cinco semanas» para debater uma série de documentos que entretanto vão ser distribuídos pelos membros da comissão.

Entre estes documentos contam-se estatísticas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária sobre a sinistralidade automóvel em Lisboa, da Polícia de segurança Pública e do departamento de Tráfego da Câmara de Lisboa, referiu.

«Neste momento ainda estamos numa fase de recolha de elementos, depois passaremos à sua análise e só depois é que se tomarão decisões», frisou.

A comissão de avaliação do sistema de controlo de velocidade e vigilância de tráfego em Lisboa foi criada a 13 de Setembro por despacho do presidente da autarquia de Lisboa, António Costa.

A comissão é formada pelo vice-presidente da autarquia e vereador do Trânsito, marcos Perestrello - que a coordena -, o vereador do movimento de Cidadãos Por Lisboa Manuel João Ramos, o director municipal de Segurança e Tráfego, Fernando Moutinho, o comandante da Polícia Municipal, André Gomes e o subcomissário Gancho da Divisão de Trânsito da PSP.

Fazem ainda parte da comissão o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Paulo Marques Augusto, o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, Maranha das Neves, em representação do Centro Rodoviário Português, e Fernando Penim Redondo, promotor da petição.

Entre o dia 16 de Julho, quando os 21 radares da capital entraram em funcionamento, e o dia 06 de Setembro, a Polícia Municipal de Lisboa registou em fotografia um total de 92.772 infracções, das quais 75.386 leves, 16.175 graves e 1.211 muito graves.

As verdadeiras causas dos acidentes (12)


Em Espanha tem estado a ser dada um atenção cada vez maior à distracção como causa dos acidentes. O GPS, os telemóveis, os cigarros e os leitores de CD são apenas exemplos das múltiplas fontes da distracção que, em Espanha, se estima ser a causa de 37 % de todos os acidentes (contra apenas 24% da velocidade excessiva).
Aqui fica uma notícia da PROTESTE de Outubro sobre a utilização de telemóveis (clique na imagem abaixo para ampliar).

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Lisboa/Radares: Comissão avaliação reune terça-feira

Diário Digital
1 de Outubro 2007


A comissão para avaliação do sistema de radares de Lisboa reúne-se terça-feira pela primeira vez, depois de uma petição apelando à diminuição do limite de velocidade nos troços «tipo via rápida» ter recolhido mais de 10 mil assinaturas.

A comissão de avaliação do sistema de controlo de velocidade e vigilância de tráfego de Lisboa, coordenada pelo vereador da Mobilidade, Marcos Perestrello (PS), foi criada por despacho do presidente da Câmara, António Costa (PS), a 13 de Setembro.

Integram a comissão, além de Marcos Perestrello, o vereador dos Cidadãos Por Lisboa Manuel João Ramos, o director municipal de Segurança e Tráfego, Fernando Moutinho, o comandante da Polícia Municipal, André Gomes, subcomissário Gancho da Divisão de Trânsito da PSP, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Paulo Marques Augusto, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, Maranha das Neves em representação do Centro Rodoviário Português e Fernando Penim Redondo, promotor da petição.

A petição defende a diminuição do «actual limite dos 50 km/h para os 80 km/h em todos aqueles troços que sejam do tipo 'via rápida', com quatro faixas de rodagem e baixa frequência de atravessamentos».
Fernando Penim Redondo afirmou, contudo, à Lusa que «cada caso é um caso e é, por isso, difícil, haver uma opinião generalizada» sobre as vias em que a velocidade máxima deve diminuir.

«Queremos que se faça um estudo para que nas vias com duas faixas de rodagem de cada lado e separador central os limites sejam reavaliados», sustentou.
Fernando Penim Redondo exemplifica com o limite de 50 Km/h controlado por radar na Avenida Marechal Gomes da Costa, onde há um separador central e duas faixas de rodagem em ambos os sentidos e uma passagem superior de peões.
Segundo o promotor da petição, «há pequenas obras que podiam eliminar factores de risco, como intervalos no separador central que permitem o atravessamento pelos peões».

Fernando Penim Redondo adiantou que a primeira reunião da comissão deverá «discutir o método de trabalho a adoptar».
«Quando me falaram na comissão achei que era desde logo sinal de uma atitude positiva de abertura, ao colocar à mesma mesa pessoas de diversas sensibilidades», afirmou.

Entre o dia 16 de Julho, quando os 21 radares da capital entraram em funcionamento, e o dia 06 de Setembro, a Polícia Municipal de Lisboa registou em fotografia um total de 92.772 infracções, das quais 75.386 leves, 16.175 graves e 1.211 muito graves.