sexta-feira, 2 de novembro de 2007

MAI estuda diferenciação entre bons e maus condutores

Público
2 de Novembro 2007



Dísticos de três cores diferentes, visíveis em todos os veículos, permitem identificar quem mais acidentes provoca.
Risco Zero é o nome do programa, já entregue e a ser alvo de análise do Ministério da Administração Interna (MAI), que visa reduzir a sinistralidade rodoviária. É um projecto que pretende premiar os automobilistas cujo desempenho nas estradas é imaculado e que, por outro lado, castiga os infractores. Dísticos de três cores, consoante o nível de confiança atribuído a cada um, deverão ser afixados nas viaturas. Para que todos saibam do que é capaz o indivíduo que conduz o carro ao lado do nosso.
Desenvolvido pela empresa Peres.n'partners, o programa preconiza a divisão dos condutores em três níveis. O primeiro, a quem é atribuído um dístico de cor verde, é destinado aos automobilistas de risco mínimo, ou seja, àqueles que, nos últimos três anos, não tenham originado nenhum sinistro automóvel com culpa ou que, nos últimos dez anos, só tenham sido culpados de um desses acidentes.
O segundo nível, o do condutor de risco médio, é identificável, por um dístico laranja. Os automobilistas que circulem com este símbolo são obrigatoriamente pessoas que no último ano tiveram responsabilidades em dois acidentes ou foram declarados culpados em três sinistros nos últimos dez anos.
Por fim surgem os condutores de risco máximo, identificados com a cor vermelha. Este dístico é atribuído a todos os que tenham provocado mais de dois acidentes no último ano ou aos que, nos últimos dez anos, tenham provocado quatro ou mais sinistros.
Os dísticos deverão ser colocados no canto inferior esquerdo de cada veículo (ao lado do condutor) e permanecer sempre visíveis.
O projecto prevê a criação de uma autoridade reguladora (um grupo de trabalho multidisciplinar de parceria público-privada que deverá ser financiado por fundos comunitários, ao abrigo do Programa Europeu de Prevenção Rodoviária). Esta entidade tem cinco tarefas fundamentais, sendo que uma delas é a da promoção de um sistema de avaliação que permita aos condutores situados nos níveis laranja e vermelho poderem ser reclassificados no respectivo nível de confiança.
Num primeiro passo, a entidade reguladora recebe a informação das seguradoras, detecta e avalia os sinistros automóveis culposos. O passo seguinte consiste na emissão do dístico a atribuir ao condutor, o qual lhe será enviado pela respectiva seguradora. O ponto número três diz que os sinistros automóveis são registados pelas companhias de seguros, sendo identificados os condutores culposos.
De seguida, surge a "recuperação de nível". Aqui, preconiza-se que através de cursos de sensibilização e reeducação ou por participação em actividades de cidadania rodoviária os condutores infractores tenham a possibilidade de tentar ascender a níveis de confiança superiores. A nova avaliação destes níveis ocorre de dois em dois anos (excepto para os condutores profissionais, que podem sujeitar-se aos mesmos anualmente).
Para atribuir o nível de confiança a cada automobilista serão analisados diversos parâmetros, tal como o tempo de carta de condução, o número de sinistros rodoviários culposos, o tipo de sinistros e o número de sinistros ocorridos em determinado período.

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O fundamentalismo na prevenção dos acidentes atinge um ponto alto com esta "ideia" absolutamente inaceitável e com laivos de nazismo. Os prevaricadores devem ser alvo de coimas e de privação de condução mas nunca de uma exposição pública em termos degradantes.
Não é digno de uma sociedade civilizada que aliás não faz isso nem aos criminosos mais repugnantes. Mostra até que ponto o fanatismo de quem se julga detentor da "verdade" pode levar.
O próximo passo seria concerteza um dístico na lapela para os fumadores e depois, talvez, um chapéu especial para os maiores de 50 anos que não tivessem feito um toque rectal no último ano (justificado pelo facto de o cancro do pulmão e o cancro da próstata matarem muito mais do que os acidentes de viação).

3 comentários:

Anónimo disse...

Genial! É a ideia mais brilhante desde a "Solução Final".
Mas pode ser melhorada. Proponho que os que estejam em recuperação de nível tenham um dístico às riscas em que a côr do nível inferior se vai aproximando da superior.
Já alguém levantou o problema de o dístico no carro classificar o proprietário e poder não corresponder ao condutor do momento.
Por isso propônho que os condutores passem a usar o autocolante na testa. E não só quando estão ao volante, porque assim como os autores da ideia querem "que todos saibam do que é capaz o indivíduo que conduz o carro ao lado do nosso" eu também gostava de saber do que é capaz o indivíduo que atravessa a rua à minha frente...

Anónimo disse...

optimo, eichmann. Assim já dá para acelerar de atirar o gajo do distico direitino para o crematório, desculpem, inferno.
É preciso lata para escrever o que aqui se escreve no dia em que mais duas mulheres são assassinadas por outra mulher, com um carro nas mãos.

Anónimo disse...

Tem toda a razão, não se pode confiar nelas, nem para conduzir, nem mesmo para atravessar as ruas.
Ainda por cima, matam-se umas às outras em vez de aproveitarem para se vingar duns gajos...
Sugiro que um carro conduzido por uma mulher ostente um (a)pito no tejadilho.