Expresso
Um estudo inédito estima que em Portugal morram mais pessoas por falhas médicas do que por sida ou em acidentes nas estradas.
O cirurgião José Fragata e o engenheiro Luís Martins escreveram o livro «Erro em Medicina», que será lançado no fim do mês (Nov. 2004) pela Almedina.
ESTIMA-SE que três mil pessoas, de entre cerca de um milhão que são internadas por ano, morram nos hospitais portugueses em consequência de erros cometidos pelas equipas de profissionais de Saúde.
Estes dados - que resultam de uma extrapolação feita a partir de estatísticas internacionais - revelam um índice de mortalidade resultante do erro médico superior ao dos acidentes de viação ou da sida. Num estudo inédito em Portugal sobre Erro em Medicina, um cirurgião cardio-torácico e um engenheiro de sistemas abrem, pela primeira vez, a porta ao conhecimento de uma realidade pouco estudada em Portugal, que se mantém como um dos maiores tabus da prática médica, mas que tem lugar certo nas páginas dos jornais.
Esta semana, por exemplo, ficou a saber-se que um hospital público do Norte deu alta a um doente com quatro costelas partidas e um pulmão perfurado. Na semana passada, uma enfermeira denunciou publicamente a morte da sua mãe, depois desta esperar 12 horas nas urgências de outro hospital público, para ser observada por um cardiologista. E há cerca de um mês, os irmãos de um doente guineense - falecido inexplicavelmente durante uma cirurgia - agrediram o director clínico do hospital por não saberem do corpo do seu familiar. Todos estes casos poderiam, afinal, servir de exemplo ao trabalho desenvolvido pelo médico José Fragata e pelo engenheiro Luís Martins, no livro que em breve será lançado pela editora Almedina.
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Convém nunca esquecer que os acidentes de viação são a causa de morte em menos de 1% dos óbitos anuais em Portugal. Isto para não cair no absurdo quando se trata da prevenção da sinistralidade.
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