sábado, 10 de novembro de 2007

Lisboa tem mais de 30 acidentes por dia

Diário de Notícias
10 de Novembro 2007





Até Novembro, Lisboa contabilizou 9482 acidentes, o que representa uma média de 31,6 por dia. Destes, 7198 registaram danos, a maioria foi por colisão. As vítimas mortais vão em 16, os feridos graves em 149 e os ligeiros em 2647. A polícia garante que tais números não são sinónimo de uma sinistralidade mais violenta. O subcomissário João Pinheiro, comandante operacional da Divisão de Trânsito da PSP, argumentou ao DN: "A sinistralidade em Lisboa não está mais violenta. Se estivesse, os números demonstravam-no, pois isso implicaria mais vítimas." O mesmo defendeu o professor do Instituto Superior Técnico (IST) João Dias: "Não acredito que esteja mais violenta, embora o atropelamento do Terreiro do Paço tenha sido brutal e um exemplo do extremo da velocidade que se atinge na cidade. Aliás, de todos os casos que já analisei, não recordo uma situação assim."Dados policiais revelam que, a manter-se esta tendência, Lisboa "não atingirá nem o número de acidentes nem a mortalidade de 2006", disse o subcomissário. O mesmo admitiu que o primeiro semestre de 2007 registou "uma sinistralidade reduzida. Agosto não teve uma vítima, mas os últimos meses já foram mais violentos". Em 2006, houve 12 425 sinistros, 9634 com danos, que resultaram em 23 mortos, 292 feridos graves e 3192 ligeiros. À SIAV foram participados 1152. A experiência recolhida pelas equipas revelou que 98% foram provocados por erro humano. A maioria por "distracção e condução perigosa, como excesso de velocidade", explicou o comandante da DT. Por isso, a investigação é muito centrada no comportamento. Mas Lisboa não foge à regra do resto do mundo. Em todo o lado, estudos científicos definem ser este o principal problema das estradas. Só que há algumas nuances. "Na Europa, a sinistralidade envolve sobretudo crianças e jovens. Em Lisboa, os mais afectados são os idosos, pela perda de capacidades sensoriais", sublinhou o professor do IST. A sinistralidade da capital é marcada pelos atropelamentos e acidentes com motociclos, mas, nos últimos anos, há a registar mais jovens como e intervenientes em acidentes. Antes, a faixa etária crítica ia dos 18 aos 24 anos. A tendência é para se estender até aos 30-35. Os jovens pecam pelo desrespeito das regras, inexperiência na condução, maior consumo de álcool e drogas e excessiva paixão pela velocidade.

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Os números, na sua objectividade, mostram como é absurdo o alarido e o empolamento que neste momento se faz à volta dos acidentes (mencionando, por exemplo, o número total de "acidentes" que inclui milhares de toques sem qualquer consequência).
Não há em Lisboa qualquer catástrofe nem "guerra civil" mas sim um problema para o qual queremos encontrar a melhor solução possível.
Isso tem vindo a ser feito e é visível na drástica redução do número de vítimas de ano para ano (mortos em 2005= 45, mortos em 2006= 22).

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