quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Em Portugal o pão é mais perigoso do que as estradas


"Se cada português ingerisse menos um grama de sal por dia poderiam evitar-se 2640 mortes por ano. E se a redução chegar aos quatro gramas diárias, poderiam poupar-se sete mil vidas num ano. O cálculo consta de um estudo coordenado pelo professor Jorge Polónia, da Universidade Fernando Pessoa, que coloca Portugal no topo da tabela dos países europeus em que é maior a relação entre a mortalidade por acidente vascular cerebral e a ingestão média diária de sal.
Portugal é, aliás, o único país da União Europeia em que se morre mais por acidente vascular cerebral (AVC) do que por doença coronária, com um registo superior a 170 mortes por cada 100 mil habitantes, ou seja, cerca de 17 mil óbitos por ano.Uma situação que não é fruto do acaso, mas que está relacionada com os níveis de consumo de sal em Portugal, que estão acima de doze países europeus analisados. Os portugueses ingerem, em média, 12 gramas por dia - o dobro da dose recomendada pela Organização Mundial de Saúde -, contra apenas 7,9 na Dinamarca ou dez gramas em Itália e Espanha, países com dietas aproximadas à portuguesa. Um dos principais alimentos responsáveis por essa diferença é o pão, justamente um dos mais incontornáveis na alimentação diária da população nacional."
Diário de Notícias, 14 de Novembro 2007
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Se os 850 mortos por ano nas estradas portuguesas justificam a campanha fundamentalista em curso e os discursos catastrofistas dos políticos o que dizer do sal no pão, que mata milhares ?
Sempre que falarem em "tragédia rodoviária" e "guerra civil nas estradas" lembrem-se das carcaças...

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