quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Belo (?) Horizonte


A quantidade de feridos e mortos em decorrência de acidentes de trânsito registrada no Anel Rodoviário, na capital, aumentou comparando 2007 (até o último dia 17) com todo o ano passado. Mesmo diante desse cenário não há nenhuma medida de segurança concreta que deve ser adotada nos próximos meses. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMR), que monitora o trecho, foram contabilizados este ano 28 óbitos contra 23, em 2006. O número de vítimas graves pulou de 104 para 128.
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O major informou ainda que as melhores condições da pista - recapeada em toda sua extensão contribui para que o motorista imprima maior velocidade. O agravante é que nenhum dos dez radares instalados na via funciona. Há cerca de quatro meses venceu o contrato entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e a empresa que faz a manutenção dos aparelhos.
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De acordo com a assessoria de imprensa do TCE, a suspensão ocorreu após a empresa Foto Sensores Tecnologia Eletrônica Ltda, um das concorrentes da licitação, entrar com uma representação na casa alegando irregularidades. A suspensão é uma decisão preliminar do TCE, até que seja analisada as denúncias da empresa. O processo corre em segredo de Justiça. Até que o mérito seja julgado, o que não tem data marcada para acontecer, as estradas vão continuar sem nenhum tipo de fiscalização.

Desde janeiro do ano passado não há radares em funcionamento nas estradas gerenciadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), de acordo com a Setop. Em entrevista coletiva realizada ontem para divulgar o balanço anual da secretaria, o secretário Fuad Noman informou que não há o que fazer no momento para mudar essa situação. “O TCE impugnou a licitação e não podemos fazer nada para acelerar o processo até que eles avaliem se houve algum erro ou não”, disse.

O TEMPO, Belo Horizonte, 19.12.2007

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Estas notícias do Brasil são interessantes e instrutivas. Ficamos a saber que morrem mais pessoas, com ou sem radares, numa única "circular" de Belo Horizonte do que em toda a cidade de Lisboa. Só nessa "circular" existem 10 radares.
Dá ideia que no Brasil proliferam radares às centenas sem conseguir impedir que morram dezenas de milhares de pessoas. Constata-se que a gestão da rede de radares e da sua manutenção é uma fonte de dores de cabeça, de desperdício de recursos e de caos.

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4 comentários:

Anónimo disse...

Continuo a gostar de ler os seu comentários, não só o sr. continua a demonstrar um preocupante fanatismo por tudo o que seja controlo e aplicação da legislação existente, como não apresenta soluções.
A sua critica é o velho "deita abaixo", criticar sem apresentar soluções.
Gostaria que indicasse que esplicação encontra para que os paises que tem o menor numero de mortos por milhão de habitantes são aqueles que aplicão os "controles" e a "repressão" que o sr. tanto despreza.

F. Penim Redondo disse...

Como o Brasil mostra os radares não resolvem o problema da sinistralidade (e criam até outros problemas que não existiam).

O Brasil tem muito mais radares do que Portugal e tem uma sinistralidade muito superior.

Os países com menos acidentes são, em geral os países mais ricos, com melores estradas e carros mais seguros e com a população mais educada, com maior escolaridade.

O desenvolvimento económico e social é o verdadeiro remédio para os acidentes. Aqueles que o deviam promover, como não o fazem, refugiam-se nos radares.

Anónimo disse...

Caro Sr. Penim o que eu lhe pedi não foi uma análize sociologica (embora concorde com algumas das coisas que disse) o que lhe pedi foram acções concretas, pois isso de criticar por criticar sem apresentar soluções não vale de muito.

F. Penim Redondo disse...

Eu não sou obrigado a apresentar alternativas para poder criticar mas se ler o blog encontra várias opiniões minhas a apoiar a certas medidas.

Por exemplo, defendo há muito a carta por pontos para detectar os condutores que criam situações muito perigosas repetidamente.

No entanto penso que há o perigo de, como vem sendo hábito, misturar o cidadão que passou a 60 km/h num radar com o cidadão que tem por hábito desrespeitar o vermelho do semáforo.

A carta por pontos devia concentrar-se nos comportamentos de risco (alcool, drogas, ultrapassagens em curvas e lombas, inversões de marcha, circulação em contra-mão, desrespeito das passadeiras de peões, velocidade perigosa, etc) e não os meros infracções sem perigosidade.

Para cada local poderia estabelecer-se, em abstracto,vários níveis de classificação da velocidade. Por exemplo:

A - Recomendada (50)
B - Tolerável (60)
C - Arriscada (70)
D - Perigosa (80)
E - Muito perigosa (100)

Neste caso A e B não contavam pata a carta por pontos, C correspondia a 1 ponto, D três pontos e E 5 pontos.

Para mim a atenção é o factor chave na prevenção dos acidentes.
Também penso que se devia atacar o problema das distracções ao volante começando, desde já, a proibir todos os aparelhos que são instalados dentro dos automóveis e que exigem atenção visual do condutor. A publicidade (especialmente outdoors com imagens em movimento) em cruzamentos e ao longo das estradas também devia ser proibida.
A partir daí deviam ser propostos sistemas, a adoptar pelos fabricantes, que evitassem que o condutor se distraísse ou adormecesse.

Os 21 radares de Lisboa devia mudar de localização e passar a cobrir directamente os mais importantes cruzamentos e passadeiras de peões da cidade.
Controlariam simultâneamente velocidade e também o desrespeito dos semáforos.

Para já fico por aqui. Aqueles que recebem ordenados para resolver estas questões têm que ficar com algo para fazer.