terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Portugueses acham os "outros" maus condutores e 40 por cento sentem-se inseguros nas estradas

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Público
04.02.2009


Seis em cada dez condutores portugueses sentem-se seguros nas estradas nacionais, mas mais de metade acha que os "outros" são maus condutores, revela um estudo da AXA hoje divulgado.
Quatro em cada dez condutores (40 por cento) continuam a sentir-se inseguros nas estradas portuguesas, de acordo com as respostas dos 800 entrevistados em Portugal para o estudo "AXA Barómetro de prevenção rodoviária 2009".
Comparando com a sensação que havia há dois anos, 60 por cento dos condutores dizem sentir-se "hoje mais seguros", apesar de apenas um em cada quatro dizer que mudou o seu comportamento na estrada.

Sobre os comportamentos perigosos, quase todos reconhecem que conduzir depressa a escassos metros do carro da frente, falar ao telemóvel e conduzir sem cinto são situações de elevado risco.
Já a condução sob efeito de álcool, "depois de mais de duas bebidas", apenas preocupa 62 por cento dos inquiridos. Mais de dois em cada dez inquiridos admitiu conduzir sob efeito de álcool, sendo que são pouco mais de metade (56 por cento) os que conseguiram dar o nível certo do limite de alcoolémia.
Pouco menos de metade dos portugueses (48 por cento) acha que conduzir em excesso de velocidade na auto-estrada e dentro das cidades (42 por cento) é perigoso.
Também subestimado está "passar um sinal amarelo": apenas 18 por cento dos condutores portugueses o vê como um perigo, contra 44 da média europeia.

Resultado: "os comportamentos nas estradas são mais perigosos do que a média europeia", com 85 por cento a admitir que passa sinais amarelos, 60 por cento assume que anda em excesso de velocidade nas cidades e 51 nas auto-estradas.
"Em Portugal, à semelhança dos outros países, os condutores mais jovens admitem ter mais comportamentos perigosos do que a média, sobretudo no que diz respeito aos limites de velocidade, distâncias de segurança e utilização do telemóvel", revela o estudo.

Entre 2001 e 2006 o número de mortes nas estradas portuguesas desceu 42 por cento, mas mesmo assim "Portugal continua a ter uma das mais elevadas taxas de mortalidade": 11,8 por 100 mil habitantes.
Esta realidade parece traduzir-se depois na percepção de segurança rodoviária sentida pelos portugueses: "apenas 46 por cento acredita que os seus compatriotas são bons condutores".

Por outro lado, 16 por cento acreditam que os portugueses guiam melhor que os condutores dos outros países e apenas três em cada cem inquiridos consideram que Portugal é o país europeu com os melhores condutores.
Para reduzir a sinistralidade, metade dos portugueses entendem que uma punição mais severa pode ajudar neste processo.

Segundo o estudo, 85 por cento dos condutores portugueses acham que a prevenção de acidentes rodoviários é "muito importante".
No total, o estudo europeu hoje divulgado inquiriu 7224 condutores de nove países: Bélgica, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Espanha, Suíça e Grã-Bretanha.

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É típico, os maus, os prevaricadores são sempre "os outros".
Mas se todos os que assim pensam, mais de metade, são "bem comportados" então só uma minoria tem comportamentos errados.
A experiência de todos os dias mostra que, na verdade, assim é.


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