Expresso
25 de Agosto 2007
Cidade e demagogias
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Os célebres radares da Dª Marina Ferreira, a ex-vereadora da mobilidade na anterior vereação, aí estão a espantar toda a gente. A mim não, que há meses que avisei que se preparava um assalto aos bolsos dos lisboetas, disfarçado com o politicamente correcto da prevenção rodoviária. Julgo que, por ano, morrerão umas doze pessoas em acidentes rodoviários em Lisboa: metade por atropelamento e o restante por acidentes com motociclos, ou causados por bêbados ou loucos em corridas ou incapazes ao volante, que sempre os haverá, com ou sem radares. Duvido de que os radares da Dª Marina Ferreira (que chegou a invocar “motivações pessoais” para a sua instalação) consigam evitar uma só morte que seja. Mas, em contrapartida, sacam duas mil multas por dia, entopem o trânsito e prometem entupir os tribunais, exasperam os condutores de bem e não é de excluir que venham eles próprios a ser causadores de acidentes, por distracções causadas ao volante naqueles que têm de circular a velocidade de carroça em vias rápidas. Nenhum motivo de segurança justifica os radares: trata-se de puro arbítrio da autoridade, um descarado assalto aos bolsos particulares em benefício dos cofres do Município e a criação de mais uns tantos empregos municipais, para a função de vigilantes de radares. É o perfeito exemplo dos malefícios da demagogia ao serviço da política.
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segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Cidade e demagogias
Publicada por F. Penim Redondo às 09:46
Etiquetas: - Expresso, = Marina Ferreira, = Miguel Sousa Tavares
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4 comentários:
A demagogia continua. Se calhar o Sr. Miguel Sousa Tavares não sabe consultar estatísticas ou não sabe quem é que as publica.
Estatísticas de 2006, concelho de Lisboa:
Acidentes com vítimas: 2502
Mortos: 22
Feridos graves: 289
Feridos ligeiros: 2972
Fonte: DGV (http://www.dgv.pt/uploadedfiles/2007515_pdf_Lisboa06.pdf)
Dados por concelho na página 12.
O tipo de acidentes não está discriminado por concelho, mas podemos olhar para os números gerais do distrito de Lisboa: aproximadamente 25% de atropelamentos, 50% em colisões, 25% em despistes (pag. 10, mesmo documento).
Entre colisões frontais, laterais e de traseira temos, respectivamente, 10.1, 19.1 e 10.2 por cento dos acidentes com vítimas totais do distrito. Mesmo supondo que os acidentes frontais são todos provocados por bêbados, ainda fica muita coisa por explicar.
"aproximadamente 25% de atropelamentos, 50% em colisões, 25% em despistes (pag. 10, mesmo documento)."
Com o mesmo grau de certeza das conclusões tiradas por Nelson (ou seja, muito baixo) poderíamos dizer que só nos 25% de despistes a velocidade terá sido a protagonista quase garantida do drama.
Nos outros 75% entraram muitos outros actores: manobras perigosas (do próprio ou outros), distração, sono, má sinalização, incuria irresponsável de peões...
Adoro estes comentadores que discutem assuntos de vida ou de morte, como se fossem conversas de futebol no café. Cada um inventa a sua teoria.
Tanto no jornal, sem ter o mínimo de cuidado de documentar as alarvidades que dizem.
E nos blogs que chegam à conclusão brilhante, que nem os atropelamentos, nem as colisões têm a ver com a velocidade dos intervenientes.
Deve ser o sono, de facto. De quem comenta!
joaquim
O Miguel Sousa Tavares é um palerma que diz algumas coisas acertadas. Não tem o mínimo cuidado em investigar o que diz.
Victor
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