terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Câmara quer radares a controlar Eixo Norte-Sul

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A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a ponderar a retirada dos radares instalados à saída da Radial de Benfica, das avenidas de Ceuta e Marechal Spínola, para os colocar noutras artérias da cidade, onde considera que serão mais importantes. O objectivo é passar a controlar a velocidade no Eixo Norte-Sul e nas avenidas Alfredo Bensaúde e Gulbenkian, bem como reforçar com mais dois radares a Avenida Infante Dom Henrique, junto a Santa Apolónia, e a Segunda Circular, na área do aeroporto e do Centro Colombo.
Estas alterações constam de um documento de trabalho elaborado pelo Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego, da CML, datado de 25 de Janeiro - a que o DN teve acesso-, e que foi entregue no início do mês à Comissão do Sistema de Controlo e Velocidade (CSCV) para análise.
O vice-presidente da autarquia e vereador da mobilidade, Marcos Perestrello, confirmou que as hipóteses de alteração apresentadas à CSCV terão que ser bem analisadas, dado os investimentos que exigem. "Em alguns casos é proposta a deslocalização do controlo de velocidade por radar, mas em substituição de outras medidas viárias, como a construção de rotunda, passagens pedonais, etc.", argumentou ao DN.
Investimentos por quantificar
O autarca explicou ainda que só depois de o documento analisado, o que terá que acontecer até ao final de Março, altura em que haverá nova reunião com a CSCV, e da decisão tomada é que "será feita uma planificação para a concretização das alterações e os cálculos de investimento". De acordo com o que apurámos, o departamento camarário já tinha elaborado um outro documento em Outubro do ano passado, após seis meses de balanço de radares, em que se propunha a retirada de alguns dos equipamentos em substituição do controlo realizado pelas entidades fiscalizadoras, nomeadamente pela polícia.
Neste documento, era ainda proposto o reforço de equipamentos em duas artérias, a Infante D. Henrique e a Segunda Circular. O texto, a que o DN teve também acesso, apontava para a retirada dos equipamentos camarários das avenidas da Índia, Brasília, Ceuta, Radial de Benfica, prolongamento da Estados Unidos da América, da Gago Coutinho, dos túneis do Campo Grande e da João XXI, para serem substituídos por radares itinerantes da polícia. O único aparelho a manter era o do túnel Marquês, não tanto pela redução da sinistralidade, mas mais para atenuar a velocidade excessiva, já que este era um dos resultados alcançados desde a colocação do radar naquela artéria. O reforço do controlo de velocidade na Infante D. Henrique e na Segunda Circular, com a instalação de quatro aparelhos em cada uma, estava também previsto. Mas fonte camarária referiu ao DN que tal documento de trabalho não chegou a ser analisado pela CSCV, surgindo agora um novo.
Mas uma coisa é certa. Mesmo que seja aprovada a deslocalização do controlo de velocidade para outras artérias, há ainda locais que não estão cobertos. O documento que será analisado pela CSCV é explícito ao referir que os locais escolhidos para a instalação dos equipamentos estavam referenciados nas estatísticas de acidentes, mas que "restrições financeiras conduziram ao sistema de 21, o que cobre "parcialmente a lista inicial de locais" .
Reforço de radares
A acalmia de tráfego ou a realização de corridas de tunning são factores que justificam, segundo a autarquia, a colocação de radares no Eixo Norte-Sul ou na Avenida Alfredo Bensaúde. No entanto, e segundo explicaram ao DN, a introdução de aparelhos na primeira via pode ser complicada, já que não é uma via de gestão camarária. Aliás, mesmo que a medida seja aprovada pela CSCV, da qual faz parte a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ex-Direcção-Geral de Viação), terá que ser também avaliada pela tutela. A proposta da câmara vai ainda no sentido de introduzir aparelhos na Avenida Gulbenkian, no sentido descendente, e painéis informativos na Calçada da Carriche.No que respeita à Avenida Infante D. Henrique, o departamento de tráfego da autarquia considera "imperativo a introdução de dois radares, junto a Santa Apolónia, em cada um dos sentidos, já que se trata de uma zona de grande volume de tráfego e com troços específicos de travessia pedonal". O mesmo é proposto para a Segunda Circular, novos radares junto ao novo terminal do aeroporto e Colombo, no sentido Este-Oeste, de forma a moderar a velocidade atingida pelos condutores, o que foi possível no lado oposto.

DN, 19.02.2008

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