domingo, 4 de janeiro de 2009

Aumentam as infracções mas diminuem as vítimas

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No seu último ano enquanto tal, a Brigada de Trânsito da GNR registou em 2008 um aumento do número de infracções relativas a excessos de velocidade e de álcool nas estradas portuguesas, comparativamente a 2007. E foram registados menos mortos e menos feridos graves.

"Se conduzir não beba" e "conduza com moderação" continuam a ser duas mensagens que os portugueses teimam em não interiorizar. Aliás, não é em vão que o excesso de velocidade e de álcool são considerados pela já extinta Brigada de Trânsito (BT) da GNR "o grande flagelo nas estradas portuguesas". E se o aumento do número de operações stop registado entre 2007 e 2008 visou travar estas duas infracções, esse investimento da Guarda deveu-se também à subida da criminalidade violenta.

O excesso de velocidade liderou o aumento das infracções, com mais 13 097 condutores a serem apanhados a acelerar demais. De acordo com dados da BT a que o DN teve acesso, em 2008 foram registadas 173 184 infracções, enquanto em 2007 houve 160 087. Quanto ao excesso de álcool no sangue, no ano passado foram assinaladas 15 291 infracções, contra as 14 807 verificadas em 2007 (mais 484).

"Infelizmente, a maioria dos acidentes, sobretudo os mortais, são provocados por condutores que conduzem com excesso de velocidade ou com excesso de álcool no sangue", constatou fonte oficial da BT, lamentando que "as inúmeras recomendação da Guarda não tenham as desejadas repercussões nos cidadãos, cuja mentalidade ainda não está preparada para assimilar determinados comportamentos na estrada".

Falando especificamente do excesso de velocidade, a mesma fonte considera estar inerente o facto de as estradas e os carros de hoje serem substancialmente melhores do que os de há uns anos. "Quando se circula num bom piso com um bom carro, a tendência dos condutores é para acelerar e ultrapassar em muito os 120 quilómetros/hora permitidos nas auto-estradas", refere, alertando para uma condução mais cautelosa.
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Tem vindo a diminuir o número de mortos e de feridos resultante de acidentes de viação nas estradas.
Entre 1 de Janeiro e 21 de Dezembro de 2007, a PSP ea GNR registaram 828 mortos, 3057 feridos graves e 42165 feridos ligeiros. Em igual período de 2008, as duas forças assinalaram 750 mortos, 2499 feridos graves e 39670 ligeiros.
Ao DN fonte da GNR disse que esta diminuição de deve em muito "à melhoria da assistência [mais rapidez dos bombeiros e melhor serviço do INEM] bem como à melhoria dos equipamentos do veículo e das condições das estradas". Os números da sinistralidade rodoviária em Portugal apenas registam os mortos no local .
Os feridos graves que morrem nos hospitais ficam de fora desta estatística.

DN, 03.01.2009

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Estes dados que põem em causa as ideias feitas sobre as causas dos acidentes não parecem perturbar ninguém. Se a fiscalização mostra que há mais pessoas que estão a andar acima dos limites legais de velocidade e se, ao mesmo tempo, o número de vítimas dos acidentes diminuem drásticamente parece que seria inteligente voltar a pensar sobre as verdadeiras causas dos acidentes.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Excesso de velocidade e velocidade excessiva são dois conceitos e actos distintos

posso não estar em "velocidade excessiv"a e ir em "excesso de velocidade", seguindo a sinalização do local ou área que percorro.

Devemos lembrar que o apontar por alguns media e tb por entidades com responsabilidades no sector, e de um modo simples, o excesso de velocidade como factor de acidente... é um erro em si. Agora velocidade excessiva já não! Se tivessemos a sinalização adequada para cada troço de via, tv já pudessemos juntar" os conceitos quando falássemos de velocoidade excessiva ou de excesso de velocidade.

Sabemos é que existe um factor geométrico na dimensão das consequências de um acidente, que tem uma correlação com a variável velocidade. POr exemplo, juma colisão kt maior for a velocidade registada maior será a deformação sofrida pelo(s) veículo(s) logo maior o risco de vida, (se falarmos apenas em ocupantes)

Velocidade e deformação do veículo em caso de colisão são factores inimigos...

Velocidade excessiva e consequências catastróficas em acidentes com colisão... andam de mãos dadas!