segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Saldo líquido nas estradas

Público 11.08.2008

O Ministério da Administração Interna quer reduzir, até 2015, para "menos quinhentos por ano" o número de mortes nas estradas, para Portugal ficar entre os dez países da União Europeia com menores índices de sinistralidade rodoviária.

"Lancei o desafio de em cinco anos procurarmos atingir o número de menos quinhentos mortos por ano nas estradas portuguesas", disse em resposta à agência Lusa o ministro da Administração Interna, em Torres Vedras. Para o governante, trata-se de uma "meta difícil, mas possível", adiantando que "está ao alcance se nos esforçarmos muito e trabalharmos bem".

Rui Pereira recordou que, em 2001, quando foi secretário de Estado da pasta, foi lançado o objectivo de "em cinco anos termos menos de mil mortos nas estradas portuguesas e conseguimos". O ministro revelou que no primeiro semestre deste ano o número de mortos reduziu para menos nove por cento, pelo que "o resultado global é melhor do que no ano passado". Todavia, "nos primeiros dias de Agosto, o número de mortos foi superior ao ano passado, portanto tratou-se de um mau resultado", frisou.

Olhando para "períodos mais amplos", o titular da pasta da Administração Interna sublinhou que a sinistralidade rodoviária tem vindo a diminuir nos últimos anos nas estradas portuguesas. As estatísticas de 2006 e 2006 apontam, respectivamente, para 850 e 854 mortos em todo o país, quando na década de oitenta os números eram superiores a 2600 mortos por ano, devido a acidentes de viação.

Agravamento das penas
Rui Pereira atribuiu esta melhoria às alterações feitas no código da estrada, que vieram tornar mais célere o processos de contra-ordenações, e no código penal que foram introduzidas "no sentido do agravamento" das penas. "A pena acessória de inibição de conduzir foi agravada e passou a ter um máximo de três anos", exemplificou, assim como as manobras perigosas passaram a ser crime. Rui Pereira especificou que o crime de condução sob influência do álcool passou também a ser fiscalizado desde 2007.

Para as estatísticas, contribuíram também as campanhas de prevenção da segurança rodoviária e o reforço das acções de fiscalização por parte das forças de segurança, que o Ministério da Administração Interna vai "continuar a apostar".

Rui Pereira falava aos jornalistas, em Torres Vedras, no final da apresentação da campanha de prevenção da sinistralidade rodoviária para o distrito de Lisboa "Não jogue com a sua vida", que foi lançada pelo Governo Civil em colaboração com o Ministério da Administração Interna. Esta campanha de prevenção pretende apelar à responsabilidade dos condutores e assim contribuir para a redução dos acidentes com mortos e feridos graves, com o intuito de reduzir o número da sinistralidade nas estradas.

Em 2007, ocorreram em todo o distrito 6951 acidentes graves, dos quais resultaram 105 vítimas mortais e 484 feridos graves, número que a Governadora Civil de Lisboa, Dalila Araújo, disse estar a diminuição desde 1998, quando ocorreram "10789 acidentes graves com 242 mortos".

Público, 11.08.2008

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O ministro Rui Pereira é tão eficiente que agora, para além de morrerem muito menos em acidentes nas estradas, até nascem muito mais nas ambulancias em plena estrada.Sugiro que os nascimentos sejam deduzidos ao número de mortos para passarmos a ter o "saldo líquido nas estradas".

2 comentários:

Anónimo disse...

lol
Belo comentário!

Anónimo disse...

deveriam querer saber o que as seguradoras fazem aos sobreviventes. afastem-se dos seguros