quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

(Só) Dois mortos por dia nas estradas

Diário de Notícias
06.01.2010



Gravidade dos acidentes rodoviários diminui desde 1998, com novas leis e mais condições de segurança.
Os acidentes rodoviários registados em 2009 causaram uma média de duas vítimas mortais por dia, revelam dados ainda provisórios recolhidos pelo DN junto de várias fontes ligadas a este sector. "Os números da sinistralidade do ano de 2009 revelam uma diminuição em relação aos anos anteriores, que se verifica tanto no número de mortos, como no número de feridos graves", referiu ao DN fonte oficial do Ministério da Administração Interna, que hoje apresenta os dados definitivos.
Os números provisórios recolhidos pelo DN apontam para um total de cerca de 730 vítimas mortais em 2009, o que se traduz numa redução de quase 50 mortos em relação aos 776 registados em 2008. Mantém-se assim a tendência de redução que se tem verificado desde 1998, ano em que morreram 1865 pessoas nas estradas portuguesas.
Estes dados (ver gráfico) comprovam que estão a ser atingidos os resultados traçados pelo Plano Nacional de Prevenção Rodoviária, que para 2009 tinha como objectivo um número máximo de 874 vítimas mortais. Afinal, registaram-se cerca de 730 mortos, uma diferença ainda considerável.
Nos últimos cinco anos, verifica-se que a média de três mortos por dia registada em 2005 baixou para uma média de dois em 2009, representando uma redução de 33% (ver gráfico). Em Espanha, essa média diária desceu de nove para cinco, traduzindo-se num decréscimo de 42%.
Para a redução da sinistralidade rodoviária em Portugal tem contribuído, além do reforço da fiscalização e do agravamento das penalizações aplicadas (ver caixa), a melhoria da segurança dos automóveis, das condições das estradas e da qualidade do ensino da condução, refere João Dias, engenheiro do Instituto de Mecânica, do Instituto Superior Técnico.
Segundo disse ao DN, "nos últimos 15 anos a segurança dos automóveis passou para a ordem do dia. Evoluiu imenso e fez reduzir muito o número de vítimas, principalmente dos ocupantes de automóveis. Essa redução não se verifica nos casos dos motociclos e dos peões, pois nesses casos não há melhoria dos sistemas de segurança", como sucede nos carros.
"As vias também melhoraram muito e Portugal passou a ser o País da Europa com mais quilómetros de auto-estrada por área e por habitante", refere João Dias. "A probabilidade de uma pessoa ficar gravemente ferida ou morrer é muito menor numa auto-estrada que na estrada nacional", frisou.
Sublinha que "a emergência médica também evoluiu muito nos últimos dez anos, com a criação do INEM. A rapidez de assistência e os meios utilizados salvam muito mais pessoas do que antes, em que estes serviços se resumiam a uma ambulância dos bombeiros com uma maca e uma mala de primeiros socorros".

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Finalmente uma apreciação realista e equilibrada sobre a sinistralidade e a sua diminuição progressiva.

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