domingo, 6 de julho de 2008

Número de mortos nas estradas desceu para metade entre 2000 e 2006

O número de mortos nas estradas portuguesas diminuiu para metade entre 2000 e 2006, tendência que se registou nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Os bons resultados obtidos por Portugal entre 2000 e 2006 contribuíram para que fosse distinguido em Bruxelas pelo European Transport Safety Council - Conselho Europeu de Segurança Rodoviária.

Em declarações à Lusa, o presidente da ANSR, Paulo Marques, referiu que "a partir de 2000 a curva de sinistralidade registou uma tendência decrescente e em 2006 Portugal ficou apenas a seis por cento daquilo que é a média da União Europeia em 25 Estados-membros".

Segundo o responsável, Portugal "tem sido o país que mais tem vindo sucessivamente a diminuir a sinistralidade".

Desde 1975 e até 2000, Portugal obtinha os piores indicadores de sinistralidade rodoviária ao nível da União Europeia, tendo ficado marcado o ano de 1991, quando se registaram 48.953 acidentes e causaram 2.475 mortos e 12.548 feridos graves.

A tendência inverteu-se entre 2000 e 2006 - período em que se reduziu em 30 por cento os acidentes nas estradas – com uma diminuição para metade do número de mortos e de feridos graves.

Neste período a maior redução no número de mortos verificou-se nos acidentes fora das localidades e nos atropelamentos, que baixaram para mais de metade.

De acordo com os dados da ANSR, em 2000 ocorreram 44.159 acidentes com vítimas, de que resultaram 1.629 mortos e 6.918 feridos graves.

Dos 1.629 mortos, 634 verificaram-se em acidentes dentro das localidades, 275 fora das povoações, 337 em peões e 383 em desastres com veículos de duas rodas.

Por sua vez, em 2006 registaram-se 35.680 acidentes que causaram 850 mortos, dos quais 115 foram acidentes fora das localidades, 393 no interior das povoações, 137 com peões e 205 em desastres com veículos de duas rodas, e 3.483 feridos graves.

Tendência manteve-se nos primeiros seis meses deste ano

A tendência de redução também é notória nos primeiros seis meses deste ano.

Segundo o Ministério da Administração Interna, entre 1 de Janeiro e 21 de Junho morreram 327 pessoas nas estradas portuguesas, menos 43 do que em igual período de 2007.

O número de feridos graves também diminuiu no mesmo período, durante o qual se registaram um total de 1.078, menos 315 do que em período homólogo do ano passado.

O presidente da ANSR destacou a melhoria da rede viária, a introdução de medidas de acalmia de tráfego urbano, as inspecções periódicas, o aumento das coimas, a obrigatoriedade dos condutores dos veículos pesados usarem cintos de segurança como algumas das medidas que ajudaram na redução do número de acidentes e de mortos nas estradas.

Paulo Marques enumerou ainda as alterações do código da estrada em 2005, a obrigatoriedade do pagamento das coimas no local e o aumento da fiscalização por parte das forças de segurança como outros factores.

Portugal tem como ambição diminuir para 579 o número de mortos nas estradas até 2015, equivalente a uma redução de 31,9 por cento face a 2006.

Entram hoje em vigor as alterações ao Código da Estrada, que prevêem a cassação da carta de condução, mediante a autorização do presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, quando forem praticadas tês contra-ordenações muito graves ou cinco contra-ordenações entre graves e muito graves.

Nestes casos, a carta de condução só voltará a ser concedida dois anos após a cassação.

Paulo Marques disse que as alterações ao Código da Estrada vão facilitar o processamento das contra-ordenações e permitem uma clarificação da cassação da carta de condução.

Público, 06.07.2008

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Se é assim porque se vai gastar dinheiro em 300 radares ?
Não seria preferível estudar o decréscimo de acidentes que se obteve sem radares e continuar a apostar nos factores que permitiram este excelente resultado ?

1 comentário:

Lanterna disse...

Pena que este dados não correspondam á realidade...