quinta-feira, 24 de julho de 2008

Desapareceram 73 mil cartas de condução, admite Instituto da Mobilidade

Público, 24.07.2008

Três técnicos estiveram nas instalações da empresa que digitalizava os formulários com os pedidos, mas só hoje se saberá resultado
da operação

O presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), Crisóstomo Teixeira, admitiu ontem o desaparecimento de 73 mil pedidos de carta de condução, depois de ter reconhecido atrasos mas negado o caos na emissão dos títulos. A admissão seguiu-se a uma notícia publicada na edição on-line do Expresso, onde se dava conta da busca de três técnicos desta entidade às instalações da empresa que digitalizava, até ao final de Junho, os pedidos de renovação e de novas cartas.
Para o presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, Manuel João Ramos, esta situação deveria levar ao apuramento de responsabilidades político-administrativas: "O senhor presidente do IMTT deveria ser chamado à comissão parlamentar dos transportes para explicar como é que isto aconteceu".
Ontem em declarações à Rádio Renascença, Crisóstomo Teixeira disse acreditar que muitos dos processos ainda poderão aparecer: "Os que não aparecerem, pediremos por escrito às pessoas que passem pelos nossos serviços, tragam a fotografia para colar no modelo e fazer a assinatura. Faremos então o envio para a Imprensa Nacional Casa da Moeda, que os emitirá rapidamente." O presidente do IMTT garantiu: "Naturalmente, não será cobrado nada aos condutores".
Teixeira relaciona o desaparecimento dos mais de 70 mil pedidos de carta de condução com a instalação de um novo sistema informático e com o fim do contrato com a Microfil, a empresa que digitalizava os documentos.
Manuel Antunes, administrador da Microfil, confirmou ontem a presença dos técnicos do IMTT nas instalações da empresa, mas rejeitou responsabilidades da sua firma. "A Microfil não tem esses documentos. Se isso acontecesse, era o fim do nosso negócio", argumentou o administrador. O empresário está convencido que os processos vão aparecer: "Mas não na Microfil, por onde já passaram mil milhões de documentos e nunca se perdeu nada."
Crisóstomo Teixeira tem outra versão: "Quando esse contrato chegou ao fim, verificou-se que estavam a faltar muitas cartas. Temos debatido o assunto com a Microfil, não se chegou a nenhuma conclusão. Hoje [ontem] os nossos técnicos vão verificar nas memórias do sistema de gestão de bases de dados e processos se a informação ainda lá está, eventualmente mal indexada e armazenada, e enviar rapidamente para a Casa da Moeda."
O IMTT remeteu para hoje uma posição sobre a operação de ontem na Microfil.

5 comentários:

Anónimo disse...

O IMTT não renova o contrato com a empresa Microfil e de repente 74000 cartas desaparecem..... Muito estranho! Será que a Microfil vingou-se!?? Ou será que foi por essa razão que o IMTT despediu esta empresa?

Anónimo disse...

As cartas desaparecidas são na sua grande maioria anteriores à data de 1 de Julho na qual o IMTT cancelou a renovação com esta Microfil. Todavia esta empresa tenta passar a mensagem que as cartas desaparecidas podem ter como culpados a nova micro-empresa que apenas começou a trabalhar neste processo após 1 de Julho. Será que somos todos burros! E a notícia anterior dos mais de 10 milhões de euros ganhos pela Microfil em favores pela anterior administração da ex-DGV onde inclusive foi empregado o filho do director geral da DGV na Microfil onde ainda se encontra. Será que o novo director geral do IMTT Crisóstomo Teixeira não quer participar nestes esquemas e então dá-se início a uma guerra... Ou terá mesma medo dado que remodelou a sua informação ainda ontem limitando a responsabilidade da Microfil no preocesso! E os técnicos que visitaram a Microfil tinham capacidade de análise técnica para procurar a informação! Viram por acaso nas tais jukeboxes Plasmon onde o arquivo em óptico é feito! E sabiam que estas unidades têm um enorme problema técnico onde anteriormente já se perdeu informação!??? Pois é.... Acho que temos que esperar pela investigação da PJ para perceber qual a seriedade de uma empresa que diz nos jornais que tem escitórios por todo o mundo, quando na verdade têm apenas um em Ovar com menos de 35 funcionários e um em Lisboa com 2 funcionários!!! Mentiras....

Anónimo disse...

Para quem não sabe, os técnicos do IMTT estiveram na Microfil e quando chegaram pediram as passwords para entra no sistema e procurar os respectivos registos nas bases de dados! A Microfil respondeu: "Utilizem as VOSSAS passwords pois nós não vos podemos fornecer as nossas!". A anedota disto é que a Microfil NUNCA forneceu as ditas credenciais ao IMTT (DGV). Quanto aos técnicos, deram meia volta e foram almoçar! Depois diz a administração da Microfil aos jornais MUITO CONTENTES que estiveram lá e não encontraram NADA! Pudera! Só quem trabalha nesta Microfil é que sabe a vergonha que é trabalhar nestas empresas familiares cheias de truques! Basta ver o blog que anda a circular na net: http://microfil.blogspot.com/

Anónimo disse...

...e mais digo! Depois do escândalo vindo a público no SOL dos milhões de euros que o IMTT paga aos srs. Manuel Antunes e Isabel Antunes por uma solução que o instituto pretende descontinuar, este CONTINUA A PAGAR TODOS OS MESES mais 200.000 euros a esta empresa para NADA! Por uma solução informática utilizada por meia dúzia de pessoas.... VERGONHA SR. CRISÓSTOMO por não ter as bolinhas no sítio e pôr travão a este abuso para com os contribuintes portugueses!

Anónimo disse...

António Silva (Ovar)

Curioso que este(a) Senhor(a) que se intitula como "anónimo" venha dizer todas estas coisas.
Pactuou com alguma delas? Se sim também é culpado. Se não pactuou, e uma vez que parece estar muito bem informado(a), então ajude nas investigações.
Quem não deve não teme...