quinta-feira, 30 de julho de 2009

SMS grandes responsáveis por acidentes de automóvel

Diário de Notícias
30.01.2009





Escrever um SMS a conduzir aumenta 23 vezes o risco de acidente, revela um relatório publicado nos Estados Unidos. Por cá, os últimos estudos da GNR concluem que 42% dos desastres dão-se por distracção, também por causa do telemóvel

A distracção dos condutores, propositada ou não, é responsável por 42% dos acidentes nas estradas portuguesas, de acordo com o último estudo da Guarda Nacional Republicana. E um dos principais motivos que levam os condutores a retirar os olhos da estrada é o telemóvel, diz o major Henrique Armindo, porta-voz daquela entidade. "Ou porque o telemóvel toca e a pessoa olha para o lado, ou porque o procura na carteira ou ainda porque envia um SMS, ou está a falar ao telefone", afirma.

Esta semana, um estudos publicado nos Estados Unidos revela que escrever uma mensagem no telemóvel a conduzir é mais perigoso do que atender o telefone e multiplica por 23 vezes o risco de acidente. Isto porque para a escrever e enviar o condutor tem de desviar os olhos da estrada por um período que pode ir até seis segundos, sublinha o inquérito, realizado pelo Virginia Tech Transportation Institute (VTTI). Aquele tempo equivale a percorrer o comprimento de um terreno de futebol (uma centena de metros) a cerca de 90 km/h, sem olhar para a estrada, realça o estudo.

Por cá, o contacto dos militares da GNR no terreno com os condutores que têm os acidentes permite perceber que "a chamada de uma criança no banco de trás ou o tentar apanhar um objecto que cai no chão são outras das razões que estão na origem de muitos dos desastres de automóvel", adianta ainda o oficial.

De acordo com o instituto norte-americano responsável pelo estudo agora publicado, as tarefas que obrigam o motorista a baixar os olhos são as que apresentam o maior risco de acidente. Apesar de tudo, considera que "discutir ao telefone permite aos motoristas manter os olhos na estrada e não representa um risco tão grande".

Já o escrever um número de telefone, uma acção que também implica baixar os olhos, aumenta o risco de acidente 2,8 vezes, para os veículos ligeiros. Procurar um objecto no automóvel coloca igualmente em perigo o motorista, num risco 1,4 vezes maior. Estes resultados são diferentes para os veículos pesados: o risco enquanto se escreve um número é 5,9 vezes maior. E enquanto procura um objecto é 6,7 maior. Mas é sensivelmente idêntico quando se trata de escrever uma SMS (23,2). Assim, o documento apela à proibição de escrever SMS ao volante.

De acordo com o New York Times, este é já o caso em 14 dos 50 Estados norte-americanos. Para realizar o inquérito, o VTTI utilizou aparelhos que permitem observar o comportamento de motoristas no equivalente a dez milhões de quilómetros de estrada. O oficial Henrique Armindo diz que este como outro estudos são bem-vindos para se poderem tomar mais medidas de prevenção.

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Temos neste blog falado repetidamente sobre a importância do factor distracção na ocorrência dos acidentes de viação. Mas as autoridades continuam, como se vê pela Estratégia Nacional para a Segurança Rodoviária, a dedicar uma atenção quase exclusiva à questão da velocidade.
Ainda recentemente foi anunciada a disseminação de centenas de radares pelo país, num esbanjamento de recursos que passa ao lado das verdadeiras causas dos acidentes.
Continuaremos a bater-nos por uma mudança profunda na procura de soluções para a prevenção rodoviária.
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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cuidado: Vai haver 300 radares fixos nas estradas em 2011

Jornal I
29.07.2009




A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) vai abrir um concurso internacional ainda este ano para a instalação de um sistema de radares que deve ficar pronto em 2011. Está prevista a instalação de 300 caixas de radar sobretudo em itinerários principais (IP) e estradas nacionais, das quais apenas 100 vão ter (aleatoriamente) um radar instalado. Este sistema resulta em parte dos critérios definidos num estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), recentemente entregue.

O estudo, entre outras abordagens, incidiu sobre os critérios que conjugaram variáveis como a relação entre a velocidade e o número de acidentes em determinadas zonas. A opção por IP tem a ver, segundo o presidente da ANSR, Paulo Marques, com o facto de as auto-estradas serem mais seguras.

A GNR confirmou ao i não possuir nenhum radar fixo em todo o país - a não ser que se contem aqueles que estão fixos por um período limitado, os radares montados pela GNR num determinado local ou automóveis que no interior têm um radar. No entanto, em ambos os casos, são retirados no final das operações.

Para já, o único radar fixo nas estradas portuguesas é operado pela ANSR e está instalado na A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, numa curva de 240 graus, conhecida por "bossa do camelo", na zona do Caçador em Viseu. Isto para além dos municipais no Porto e em Lisboa.

A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, recentemente publicada em Diário da República, prevê outras medidas de controlo da velocidade. Uma delas é a obrigatoriedade de passar a ser elaborado todos os anos um plano nacional de fiscalização com estratégias em três vertentes - velocidade, consumo de álcool ou drogas e sistemas de retenção (cinto e cadeiras infantis).

Todos os anos circulam na internet informações sobre radares, locais de operações stop conhecidos, automóveis utilizados pelas forças de segurança, matrículas e modelos e até cilindrada e potência das supostas viaturas da GNR, e outras informações, mas a maioria delas não corresponde à verdade. Por exemplo, num desses textos que circulam por correio electrónico, uma das matrículas atribuída a um carro descaracterizado da GNR veio a revelar-se a matrícula de um automóvel particular de um oficial da corporação. A GNR adiantou que apenas algumas informações são verdadeiras. No entanto, não têm nada contra a proliferação desta informação na rede, sobretudo se ela servir para prevenção ou inspirar cuidados especiais.

Paulo Flor, porta-voz da PSP, explicou ao i que "estão a ser preparadas várias operações [de trânsito] para o Verão", mas que "neste momento" não é conveniente "divulgar pormenores". Já a GNR não quis adiantar quais as estratégias que vai usar para solucionar os problemas do tráfego no período estival.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Radares lisboetas registaram 446 mil infracções desde há dois anos

Agência Lusa
16 de Julho de 2009


Os radares fixos de controlo de velocidade em Lisboa, em funcionamento há precisamente dois anos, registaram desde Julho de 2007 mais de 446 mil infracções, revelam números da Polícia Municipal a que a agência Lusa teve acesso.

Fonte do Comando da Polícia Municipal (PM) de Lisboa adiantou à Lusa que as infracções ao limite de velocidade detectadas têm vindo a diminuir substancialmente desde a entrada em funcionamento do sistema, composto por 21 radares espalhados pela capital.

Na análise do Comandante da Polícia Municipal, subintendente André Gomes, esta diminuição justifica-se com o facto de "os automobilistas terem tomado consciência da necessidade de circular mais devagar" dentro da cidade.

De acordo com os números da PM, nos dois anos de funcionamento, que hoje se assinalam, foram registadas 446.529 infracções, das quais 261.770 no último semestre de 2007 (Julho a Dezembro), 129.678 ao longo de 2008 e 55.081 no primeiro semestre deste ano.

Nos primeiros seis meses de funcionamento, o maior número de infracções foi na categoria de "leves" (209.015 infracções), ao contrário de todo o ano de 2008 e primeiro semestre de 2009, onde as "graves" tiveram maior pendor, respectivamente com 93.693 registos e 42.080.

São consideradas infracções "leves" quando o condutor excede até 20 quilómetros o limite estabelecido, "graves" quando é excedido entre 20 e 40 quilómetros e "muito graves"quando ultrapassam os 40 quilómetros. A partir da classificação de grave, o condutor incorre numa pena acessória aplicada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Comparativamente ao primeiro semestre de 2008, este ano decresceu a quantidade de excessos de velocidade, de 80.412 para 55.081.

Segundo os dados da Polícia Municipal não há um padrão definido entre os radares que registaram mais infracções.

Este ano, o aparelho instalado à saída do Túnel do Campo Grande foi o que registou mais excessos de velocidade (6.206), seguido do da Avenida Gago Coutinho, junto à Rotunda do Relógio (5.702) e do da Segunda Circular, próximo da Avenida Cidade do Porto (4.007).

Em 2007, foi o radar do Túnel do Marquês, sentido Oeste/Este, que registou mais excessos de velocidade (60860), seguido do da Avenida da Índia (37.696) e do da Avenida Marechal Gomes da Costa (17.788).

Em 2008, o radar que detectou mais infracções (29.648) foi o da Avenida Infante Dom Henrique, seguido do da saída do Túnel do Campo Grande (14.305) e da Avenida de Brasília (12.435).

Os 21 radares da capital começaram a funcionar a 16 de Julho de 2007, com algumas alterações posteriores ao limite de velocidade, como foi o caso da Avenida Infante D. Henrique, onde devido a uma petição pública o limite de 50 quilómetros foi alterado para 80.

Os radares estão instalados nas Avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília, de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho e nos Túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal e da Avenida João XXI - onde o limite de velocidade é de 50 quilómetros/hora - e ainda na Radial de Benfica, na Segunda Circular e no prolongamento da Estados Unidos da América, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.

As coimas variam entre os 60 e os 2.500 euros. O produto das multas reverte em 55 por cento para a Câmara Municipal de Lisboa, 10 por cento para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e os restantes 35 por cento para o Estado.

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O que ninguém explica, porque não se sabe, é quantos acidentes foram evitados com toda esta despesa e incómodo. Só sabemos realmente que a velocidade diminuiu nos 21 locais onde há radares.
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Um milhão para apoiar prevenção rodoviária

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Perto de um milhão de euros foi quanto o Ministério da Administração Interna gastou com as três campanhas vencedoras do Concurso da Segurança Rodoviária 2008/2009. Os projectos vencedores foram: "Condutor Designado 100% Cool", da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas; "Projecto de PSR - Jovens dos 18 aos 24 anos", da Prevenção Rodoviária Portuguesa; e "Condutor Sénior", da Associação Zona Segura, que receberam, respectivamente, 254 980 euros, 494 mil euros e 219 570 euros. "Trata-se de uma manifestação clara e muito oportuna de responsabilidade social", considerou, em declarações à Lusa, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira (na foto), que presidiu à cerimónia de apresentação dos resultados.
DN 14.07.2009
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A militância pela segurança rodoviária está longe de ser desinteressada.
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terça-feira, 14 de julho de 2009

António Costa acusado de ter esquecido mudança de localização dos radares

TSF
13.07.2009

A Comissão de Acompanhamento dos Radares em Lisboa propôs há 18 meses a mudança de localização de alguns radares em Lisboa, mas António Costa, o presidente da autarquia, é acusado de ter esquecido esse relatório na gaveta.

Jornalista Cristina Lai Men ouviu Carlos Barbosa, do ACP, que fala em incompetência e Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Automobilizados, a lamentar o tempo perdido (ouvir aqui)

Quase um ano depois, nada mudou. A Comissão de Acompanhamento dos Radares em Lisboa propôs no inicio de 2008, a mudança de localização de alguns dos 21 radares espalhados pela capital.
A proposta incluia por exemplo, a instalação de 4 radares na 2ª circular, também na Avenida Infante D.Henrique e na Alfredo Bensaúde.
O certo é que um ano e quase seis meses depois está tudo na mesma, refere Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados. Tempo perdido, diz a ACAM.
«Não ficou resolvido o problema da segunda circular que continua a precisar de obras e os radares continuam por relocalizar. Nada mudou, foram dois anos perdidos», defende.
Pelo Automóvel Clube de Portugal Carlos Barbosa fala em incompetência do presidente da Câmara de Lisboa.
«Estamos fartos de perguntar o que se passa, este relatório já devia ter sido implementado há uma série de meses e está na gaveta única e exclusivamente do senhor António Costa que continua sem saber o que é mobilidade na cidade de Lisboa», acusa Carlos Barbosa.
No ano passado, os 21 radares de Lisboa detectaram quase 130 mil infracções. A Avenida Infante D. Henrique foi o local onde mais condutores foram apanhados em excesso de velocidade.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, contactado pela TSF, preferiu não fazer qualquer comentário às críticas. .

terça-feira, 7 de julho de 2009

Número de mortos na estrada desce 5,5%

Correio da Manhã
06.07.2009

O número de mortos em acidentes rodoviários diminuiu 5,5 por cento no primeiro semestre deste ano face ao período homólogo de 2008, afirmou esta segunda-feira o ministro da Administração Interna.
Rui Pereira revelou que o número de feridos graves também sofreu um decréscimo nos primeiros seis meses do ano, menos 2,5 por cento relativamente ao mesmo período de 2008.
Segundo o ministro, “a tendência de diminuição do número de mortes mantém-se este ano”, encontrando-se Portugal “prestes a alcançar o objectivo traçado pela União Europeia até 2010”, que consiste em baixar para metade o número de mortos nas estradas.
Em 2008 morreram 776 pessoas em acidentes rodoviários, 2606 ficaram feridas com gravidade e registaram-se 41.327 feridos ligeiros, o que mesmo assim contribuiu para a redução em 47 por cento do número de vítimas nas estradas entre 2001 e 2008.
De acordo com o governante, o segredo para o “sucesso” português consiste na melhoria das vias rodoviárias e da segurança dos automóveis, bem como o aumento da fiscalização por parte das forças de segurança.
O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, (ANSR), Paulo Marques, lembrou que, em 2008, Portugal encontrava-se seis por cento acima da média europeia relativamente ao número de mortes nas estradas, e sublinhou a necessidade de “reduzir mais a taxa de sinistralidade”.
Algumas das medidas que vão ser tomadas até 2015 no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária consistem na instalação de uma rede nacional de radares, no aumento do regime sancionatório e na introdução de novos sinais, como o de proibição de conduzir a mais de 30 quilómetros/hora em algumas ruas das cidades.
Outros objectivos da estratégia pretendem alargar a aprendizagem sobre segurança rodoviária às escolas, aumentar a fiscalização ao álcool, droga e velocidade, melhorar a assistência à vítima, fazer uma gestão dos locais com elevada concentração de acidentes e divulgar os indicadores de riscos das estradas e dos túneis rodoviários.

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Em face dos excelentes resultados já obtidos (sem radares), cujas razões o ministro parece compreender, a criação de uma "rede nacional de radares" parece ser um investimento desnecessário, cuja manutenção e gestão se revelarão um fardo muito pesado por muitos anos.
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